𝗺𝘂𝘀𝗶𝗰𝗮𝗹 𝗴𝗶𝗿𝗹 ; 𝑗𝑢𝑘𝑒

𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁y

Julie Molina point of view;

Sinto um peso em cima de mim, ou melhor, algo pulando em cima de mim, e quando "abro" os olhos, noto que o "algo" é Carlos.
-Hermana acorda!! É seu aniversário - o pestinha continua pulando em cima de mim, mas finjo que estou dormindo ainda.- Julieeeeeee- resmunga frustrado, e consigo escutar papai rir.

-Mi hija acorda, já é quase meio dia! -Papai quem diz agora.

-Já acordei! Já acordei.- digo me sentando na cama e passando a mão por meus cabelos despenteados. Em seguida Carlos se joga em cima de mim, e me abraça forte. Sabe aqueles abraços que fazem você se sentir em casa? ou aqueles momentos que você agradece estar viva só pra viver aquele momento. Pois bem, esse é um dos momentos. Eu amo esse pestinha.

-Queria ser o primeiro a te dar parabéns.- murmura contra meu pescoço, e sorrio.

E depois de muita melação, e muitos parabéns (até mesmo o clássico "Com quem será"), descemos pra tomarmos café. Chego lá embaixo e balões estão pendurados no teto e alguns na mesa. Papai fez uma linda mesa de café da manhã pra mim! Que amor.

-PAPÁ!! Que lindo!- digo me segurando pra não chorar e o abraçando em seguida. Eu amo meu pai, não dá.

-Que bom que gostou dorminhoca, agora vamos comer.- Papai diz e eu e Carlos damos gritinhos animados.

Tomamos um café da manhã super "animado" com minha família, e brincamos um com o outro, e Carlos até mesmo me provocou.
Depois de Carlos tirar a mesa, e eu lavar a louça, subo pro quarto pra poder me arrumar, afinal, era sábado, e principalmente, meu aniversário, então queria dar uma voltinha na praia. Quando passo perto de minha penteadeira, avisto uma foto minha e de mamãe, moldurada em um quadrinho de nuvenzinhas, e rapidamente as lágrimas me atingem, já que essa foi uma das últimas fotos que tiramos juntas.... Que saudades, mãe.

-Eu queria que estivesse aqui. Ia ser tudo tão mais fácil.- sussuro, e passo o dedo por seu rosto sorridente, e algumas lágrimas fujonas escapam, mas rapidamente as limpo, e corro pro banho.
Saio depois de alguns minutos e vou em direção ao closet pegar alguma roupa fresquinha. Pego um vestidinho amarelinho simples, que era de mamãe inclusive. Calço meus tênis, e passo apenas um blush. Me perfumo e pego meu celular, que carregava, e o checo, mas sem nenhuma mensagem.

Até agora nenhum amigo me desejou parabéns, nem mesmo Flynn, que me conhece a vida toda. Mas as vezes deve estar ocupada e não ter conseguido mandar ainda, tá tudo bem. Afasto esses pensamentos quando encontro Carlos e Papai cozinhando.

-Familia linda tô indo dar uma volta na praia, tudo bem?- pergunto e papai assente, pois Carlos está concentrado demais tentando cortar um tomate, sem cortar os dedos.

-Volte antes do almoço Hija. Hoje estamos preparando algo especial.- Papai diz e sorrio antes de sair pra fora. Respiro fundo quando o ar se faz presente.

Depois de algum tempinho caminhando, finalmente chego a praia, onde as ondas iam e vinham numa calmaria.
Me sento sobre a areia e me permito observar o horizonte. Pensar de como tudo mudou,como foi tão rápido que a minha vida se tornou isso.
Lembrar que a dois anos atrás mamãe estava radiante enquanto fazia meu bolo de aniversário, e hoje já não está mais aqui. Mas eu tenho certeza de que está olhando por nós lá de cima. As vezes, penso que a vida é injusta, por tirar minha mãe de mim tão rápido. Ela nem vai poder ter a chance de conhecer seu genro, ou então, conhecer a primeira namoradinha de Carlos. Meu Deus, por que a minha mãe? Olho pro céu mais uma vez e na hora a imagem de mamãe vem em minha mente,sorrio fechando os olhos, pra eternizar esse momento em minha mente. Em seguida me levanto, indo embora.
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O dia foi em si bem divertido. Papai fez um almoço delicioso e tirou diversas fotos, até mesmo chorou, e segundo ele, é coisa da idade.
Mas uma coisa que me chateou foi que nenhum dos meus amigos me mandou um parabéns, simplesmente esqueceram da minha existência. E pode parecer besta, mas isso martelou na minha cabeça o dia todo!