Trinta anos atrás
Alguém narrando:
A minha história começou da seguinte maneira... Com a minha mãe prestes a dar à luz, a linda, a independente, senhora Violetta Salvatore, ela foi pra maternidade sozinha, pois o meu pai, o famoso e ricaço dono da maior empresa e fábrica de carros do país, Sérgio Salvatore, estava numa reunião muito importante e não poderia perder de jeito nenhum.
"Mas é o nascimento da sua filha" todos diziam, e sabem qual a resposta do meu pai?
— A Violetta pode fazer isso sozinha, eu já a ajudei na hora de "fazer..."Se assustou?
Então, sejam bem-vindos a família mais rica do país, a milionária família Salvatore.
Agora vamos pular para os meus 5 anos...
Eu queria uma festa com o tema de princesa que sempre sonhei, eu amava, mas sabem o que eu ganhei?A festa é óbvio!
Mas não com os meus amiguinhos, na verdade eu não tinha amigos, todos os convidados eram amigos do meu pai e da minha mãe. Acabei brincando sozinha a festa inteira, pois nenhum deles levou seus filhos, sendo que era uma festa infantil,be vocês pensam que meus pais se incomodaram com isso? Lógico que não, na verdade eles não se importavam com o que eu pensava...
Lembro que com 5 anos eu morria de medo de muitas coisas, de escuro, de piscina funda, de palhaço, mas o que me dava mais medo era de trovão.
Um dia, caiu uma tempestade muito forte na cidade, passei a manhã toda abraçada com a Amélia, minha babá, e na hora de dormir quando ela me pôs na cama e saiu do meu quarto, foi pavoroso. A cada barulho de trovão que eu ouvia meu coração disparava. Fiquei acordada debaixo da cama por muito tempo até que decidi ir para o quarto dos meus pais.
Abri a porta devagarinho e cutuquei a minha mãe até ela acordar, quando ela me viu ali, tomou um susto e me perguntou o que eu estava fazendo acordada aquela hora. Com a voz trêmula eu disse que estava com medo do trovão e que queria dormir com eles. Ela falou que eu não poderia e que eu deveria voltar para minha minha cama, eu perguntei o por quê? E simplesmente ela disse que "mocinhas" não dormem na cama dos pais.
E na minha inocência eu disse que então eu não queria mais ser uma mocinha. Minha mãe se levantou, pegou a minha mão e me levou de volta para o meu quarto. Ela me pôs na cama, me cobriu e disse... "—Você tem que vencer os seus medos, ou então eles vencem você!"E eu disse... "— Mas eu sou só uma criança!"
Mas minha mãe falou que quando eu crescesse eu iria agradecê-la. Me deu um beijo na testa e voltou para o seu quarto. Com cinco anos a única coisa que eu queria era chorar e implorar para que ela ficasse, mas me controlei com os olhos cheios de lágrimas, mesmo sem entender. Mas hoje eu entendo, sem isso, eu continuaria sendo dominada pelo medo, sendo que eu que devo dominá-lo.***
Eu nunca fui boa em fazer e ter amigos, não demostro muito sentimentos então ficava difícil manter uma amizade. Até que nos meus 15 anos quando entrei no ensino médio, conheci a Pérola, minha única e melhor amiga — até hoje —. Fazíamos aniversário próximo, eu dia 10 e ela dia 12 de janeiro. Ela era da minha idade e nela eu aprendi a confiar, e óh! Também tenho problemas com confiança, pois meu sábio pai sempre dizia...
"— Não confie nas pessoas, elas são traiçoeiras e sempre te apunhalam pelas costas". Em partes, até que é verdade.Tudo que eu aprendi, veio dos meus pais, eles me ensinaram desde cedo a ser independente, a cuidar de mim sozinha, e ter minhas próprias opniões sobre tudo, ficava difícil manter uma amizade assim pois as pessoas não aceitavam o simples fato de "eu sempre ter razão".
***
O meu pai sempre me disse que ter um ponto de vista sobre as coisas é essencial. Ele sempre estava certo sobre tudo e a minha mãe também dizia que ela também estava certa em tudo, por isso os dois sempre entravam num conflito eterno. Foi dele que eu aprendi a ter opiniões fortes e aquilo que todo mundo odeia mas é verdade... de que eu sempre tenho razão!
Nos meus 17 anos ganhei um carro dos meus pais, feito exclusivamente para mim, eu pirei e quis logo ter carteira de motorista. Eu tive uma festa e chamei todo mundo da escola. Todos foram, mas não porque gostavam de mim e sim porque queriam conhecer os meus pais e a minha casa, afinal somos a família mais rica da cidade/do país.
E além do mais, eu gosto de ostentar isso, pelo menos nessa festa os meus pais estavam lá, ostentando o carro que eles me deram, fazendo questão de dizer que foi feito exclusivamente para mim.
Por ser quem eu sou, desde cedo, eu era bajulada, às pessoas se aproximavam de mim, não por quem era e sim, pelo que eu tinha, e meus pais sempre me alertavam dizendo...
"Ninguém é seu amigo, todos que se aproximam de você, querem tirar proveito disso".Eles me diziam isso porque acontecia muito com eles, pessoas na empresa e na vida pessoal se aproximavam deles sempre com segundas intenções e não porque gostavam deles de verdade.
Outro fator pelo qual eu não tinha amigos. A Pérola sempre brincava dizendo que era a única que me suportava e a única que me conhecia de verdade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Império do Amor (CONCLUÍDO)
FanfictionUma família que faz de tudo para manter seu sobrenome e sua empresa sempre no topo. O que eles tiverem que fazer eles fazem para conseguir isso, não importando o que eles tenham que sacrificar. Cecília desde criança foi ensinada a ser como os pais...