Capítulo 2: Quem é ela?

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Newt

Quando estávamos todos prontos, voltamos ao corredor, onde Tereza já nos esperava com um guarda. Janson havia sumido.

- Me acompanhem, por favor - o guarda disse e fez sinal para que o seguíssemos.

Fomos levados por outra sequência de corredores. Cada vez que fazíamos um caminho complicado, eu me perguntava se seria capaz de sair daqui sozinho, se fosse preciso.

Nosso novo destino revelou ser uma grande sala, cheia de pessoas de jaleco. Cada um de nós foi designado a uma estação e uma sequência de testes começou. Extrações de sangue, corridas em esteiras e perguntas. Muitas perguntas. Quando a minha entrevista terminou, minha cabeça doía.

Olhei ao redor tentando entender o que acontecia. Uma mulher, a alguns metros de mim, misturava minhas amostras de sangue com um líquido azul. O que ela estava tentando fazer?

Enquanto eu olhava, outro médico se aproximou de mim com uma seringa.

- O que é isso? - questionei duvidoso.

- É apenas um coquetel de cálcio e ácido fólico, vitaminas de A a Z. Basicamente, tudo o que vocês não obtiveram lá fora. Tente relaxar - ele disse pegando o meu braço.

Ainda um pouco receoso, deixei que ele injetasse o que quer que fosse aquilo em mim.

Enquanto nossos testes aconteciam, uma mulher passou por nós.

- Boa noite, dra. Crawford - o médico que havia injetado as vitaminas em mim cumprimentou.

- Boa noite - ela sorriu e acenou com a cabeça - Como vão os recém chegados?

- Até agora, tudo bem - o outro médico respondeu.

Crawford seguiu até o final da sala, para a maca onde Tereza estava. Cumprimentou a garota e começou a falar algumas coisas que eu não conseguia ouvir, enquanto fechava as cortinas ao redor da maca. Dali em diante, não vimos mais a médica - ou Tereza. A poucos metros de mim, Thomas parecia inquieto com o acontecimento. Eu não o culpava; ainda me sentia um pouco ansioso que ficassem separando ela da gente. O que tanto queriam com ela?

Depois que a médica isolou Tereza do resto de nós, foi a vez de Thomas. Outro guarda - armado, vale dizer - parou em frente ao meu amigo.

- Thomas?

- Pois não? - Tommy parecia desconfiado.

- Acompanhe-me, por favor.

Ainda hesitante, Thomas se levantou e o seguiu, olhando pra trás algumas vezes. Troquei um olhar rápido com Minho, que estava em uma esteira do outro lado da sala. Até quando - e porque - iam continuar nos separando?

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Passado algum tempo, nos movimentaram outra vez. Só que, nesse caso, não achei ruim quando descobri o que nos aguardava. Fomos levados a um espaço amplo, cheio de meninos e meninas mais ou menos da nossa idade. Mas não eram as pessoas que me interessavam. Assim que adentrei o local, senti o cheiro inebriante de comida e percebi que haviam nos levado a um refeitório.

Meu estômago roncou e não foi o único. Eu não havia percebido com quanta fome estava até agora porque eu sempre estava com fome. O que chegava na Caixa e o que conseguíamos produzir no labirinto a partir disso, era suficiente apenas para nos manter mas nunca o bastante para nos saciar.

O guarda que havia nos guiado até lá indicou uma mesa com bandejas e pratos e uma fila para pegar comida, a qual não demoramos a incorporar. Fiz o meu prato o mais rápido que pude e sentei em uma das mesas junto com os meus amigos. Não houve muita conversa; todos estavam ocupados demais comendo a primeira refeição desde que saímos do labirinto.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora