Capítulo 17: A travessia

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Maya

Todos ficaram paralisados com a revelação de Maddie. Percebi os olhares de todos os garotos em mim, sem conseguir acreditar. Tereza também me olhava, mas, pela primeira vez, notei algo diferente de raiva em seu olhar direcionado a mim. Ela parecia sentir pena de mim.

- O que? - Thomas gritou - Você é filha daquele cara?

- Maddie, você não tinha o direito! - gritei ignorando Thomas, lágrimas escorrendo dos meus olhos.

- Por que não contou? - Caçarola perguntou - Agora mesmo estava falando sobre seu passado. Por que deixou esse detalhe de fora?

- Me perdoa - Maddie sussurrou também chorando - Eles precisavam saber. Só assim iam entender que você nunca vai parar, mesmo que corra o risco de morrer. Eu não posso deixar isso acontecer. E vou usar tudo o que eu puder pra impedir.

- Por que não contou? - Minho gritou perto de mim.

- Você prometeu que nunca contaria! - gritei de volta para a ruiva, a raiva borbulhando em meu peito.

- Maya, o que mais você está escondendo? - Aris gritou se colocando entre eu e Maddie, me forçando a responder as perguntas que eles me faziam.

- Nada! - gritei por fim - Não estou escondendo mais nada!

- Então por que não nos contou antes? - foi a vez de Newt perguntar - Por que não me contou?

Ele parecia perplexo com a revelação, mas também um pouco magoado. Parecia menos incomodado com a história da minha paternidade e mais chateado de eu não ter lhe dito. Apesar disso, não soltou meu braço; ele também não parecia nem um pouco inclinado a me deixar ir.

- Como acham que isso ia parecer? - falei, sentindo uma dor no peito - Principalmente depois que Tereza tentou convencê-los de que eu era uma espiã. Como eu podia admitir que era filha dele?

Os meninos se olharam rapidamente sem saber como me responder. Eles pareciam concordar que revelar que era filha de Janson não ia me fazer parecer muito bem.

- Além do mais, a primeira coisa que eu disse a vocês sobre ele era que eu queria matá-lo - continuei - Mesmo que acreditassem que não sou uma espiã, admitir que quero matar meu pai não soa muito melhor.

- Não importa - Aris falou dando um passo à frente - Ele estragou a sua vida. Ele não é seu pai. Não de verdade.

- Aris tem razão - Newt completou - Ele é um cretino desgraçado que não merece o seu sacrifício. Por favor, Maya - Newt suplicou olhando em meus olhos - Ele já estragou a sua vida o suficiente. Não deixe que ele mate você também.

- Você não entende - sussurrei com a garganta travada - Ele precisa pagar pelo que fez com elas.

- Última chance! - a voz de Janson ecoou mais uma vez.

A lembrança de que ele estava por perto me fez acordar da melancolia. Voltei a puxar o braço que Newt segurava, tentando correr na direção de Janson.

- Me solta! - gritei.

- Maya! - Minho havia se colocado na minha frente - Não temos mais tempo! Você não vai lá e ponto. Não tô nem aí se ele é seu pai ou o quê, ninguém aqui vai deixar você morrer por causa de um desgraçado daqueles.

- Não vamos sair daqui até você ir conosco - Caçarola completou.

Chorei ainda mais. De raiva, de frustração. De ódio por estar tão perto do homem que havia acabado com a minha vida e de não poder fazer nada a respeito. Mas, acima de tudo, chorei de alívio.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora