Maya
Fomos acordados horas depois, com Thomas espantando um pássaro. Já estava de manhã, mas a impressão era que havia passado pouco tempo desde que dormimos. Rapidamente arrumamos nossas coisas e nos preparamos para continuar o percurso para longe das ruínas do shopping - Winston sendo ajudado por Caçarola e Madeline.
- Para onde vamos agora? - perguntou Tereza. - Qual é o plano?
- Não importa muito ter um plano - falei, caminhando até um ponto mais à frente.
Subi em uma mureta que havia no caminho e parei, olhando para a cidade que se estendia à minha frente.
- Para onde quer que ande, temos apenas duas opções: o deserto e isso - completei indicando com a mão o cenário para onde eu olhava.
Thomas se adiantou até onde eu estava e pude ver seu olhar mudar para a mais completa surpresa. Os demais o seguiram, adquirindo uma expressão tão perplexa quanto a do amigo.
Algum tempo atrás, antes das explosões solares, essa deveria ter sido uma grande e importante cidade. Mas agora só o que se via eram prédios derrubados, carros destruídos, pontes e estradas dizimadas e areia - areia que se estendia por todo lado. Thomas encarou a cidade devastada por muito tempo antes de voltar a falar.
- A informação que temos é que um grupo contrário ao CRUEL está nas montanhas. - o garoto informou ao meu lado. - Não sabemos se irão nos ajudar, mas serem inimigos do nosso inimigo já é um começo. Devemos ir.
Ele olhou para todos nós; seus amigos concordaram de imediato, mas eu ainda não tinha certeza. Olhei para Maddie procurando saber o que ela achava; nos conhecíamos o suficiente para conversar pelo olhar. O que ela me "dizia" era o que eu já sabia.
Nossas únicas opções eram enfrentar o deserto ou ficar e tentar a sorte com os cranks. Considerando a nossa última experiência com os monstros, ficou clara a escolha a se fazer. Olhei para Aris, buscando uma última confirmação e ele parecia não considerar outra coisa além de seguir os meninos e Tereza. Assim, confirmei com a cabeça para Thomas.
Iniciamos a caminhada lentamente, em fila. Andei até onde Maddie estava para acompanhá-la e encontrei Caçarola com ela.
- Desculpe - comecei sem jeito. O garoto me olhou sem entender e eu indiquei seu pescoço, que ainda estava marcado de quando eu o fiz de refém - Não foi nada pessoal. Você só era o estranho mais próximo.
Caçarola deu de ombros e abanou a mão, como se afastasse o assunto para longe.
- Não foi o pior que eu enfrentei nos últimos dias - ele disse com o olhar distante - Ou nos últimos anos, de qualquer forma.
- O que aconteceu? - Maddie perguntou a ele - No seu labirinto. Como vieram parar aqui?
Caçarola encarou a imensidão de areia à nossa frente e começou a falar. Contou sobre a Clareira onde viviam, sobre como viviam como irmãos. Contou sobre um garoto chamado Alby, sobre outro chamado Chuck e mais um chamado Gally.
Ele falou sobre como tudo mudou depois da chegada de Thomas e mais ainda depois que Tereza, a única garota mandada ao labirinto deles, subiu na Caixa. Falou com pesar sobre o ataque dos verdugos à Clareira, que matou quase todos os garotos que moravam lá e dividiu os que haviam restado em dois grupos opostos.
Dos clareanos que decidiram partir e tentar a sorte no labirinto, nem todos sobreviveram; havia mais que o dobro deles no começo da batalha, mas apenas seis haviam conseguido sair realmente. E nem todos foram baixas causadas pelos verdugos. Chuck, um menino de apenas 13 anos, foi morto por outro clareano que havia sido infectado momentos antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Maze Runner: Love Trials [1]
Novela Juvenil"Estou no mesmo corredor de sempre. A garota está lá. Longe demais para que eu consiga tocá-la, mas perto o suficiente para que eu veja a manchinha azul em seu olho. - Você devia ter corrido. Por que não correu? - ela sussurra - Eu não consigo ir...