Capítulo 8: "A morte dele é minha"

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Maya

Fomos acordados horas depois, com Thomas espantando um pássaro. Já estava de manhã, mas a impressão era que havia passado pouco tempo desde que dormimos. Rapidamente arrumamos nossas coisas e nos preparamos para continuar o percurso para longe das ruínas do shopping - Winston sendo ajudado por Caçarola e Madeline.

- Para onde vamos agora? - perguntou Tereza. - Qual é o plano?

- Não importa muito ter um plano - falei, caminhando até um ponto mais à frente.

Subi em uma mureta que havia no caminho e parei, olhando para a cidade que se estendia à minha frente.

- Para onde quer que ande, temos apenas duas opções: o deserto e isso - completei indicando com a mão o cenário para onde eu olhava.

Thomas se adiantou até onde eu estava e pude ver seu olhar mudar para a mais completa surpresa. Os demais o seguiram, adquirindo uma expressão tão perplexa quanto a do amigo.

Algum tempo atrás, antes das explosões solares, essa deveria ter sido uma grande e importante cidade. Mas agora só o que se via eram prédios derrubados, carros destruídos, pontes e estradas dizimadas e areia - areia que se estendia por todo lado. Thomas encarou a cidade devastada por muito tempo antes de voltar a falar.

- A informação que temos é que um grupo contrário ao CRUEL está nas montanhas. - o garoto informou ao meu lado. - Não sabemos se irão nos ajudar, mas serem inimigos do nosso inimigo já é um começo. Devemos ir.

Ele olhou para todos nós; seus amigos concordaram de imediato, mas eu ainda não tinha certeza. Olhei para Maddie procurando saber o que ela achava; nos conhecíamos o suficiente para conversar pelo olhar. O que ela me "dizia" era o que eu já sabia.

Nossas únicas opções eram enfrentar o deserto ou ficar e tentar a sorte com os cranks. Considerando a nossa última experiência com os monstros, ficou clara a escolha a se fazer. Olhei para Aris, buscando uma última confirmação e ele parecia não considerar outra coisa além de seguir os meninos e Tereza. Assim, confirmei com a cabeça para Thomas.

Iniciamos a caminhada lentamente, em fila. Andei até onde Maddie estava para acompanhá-la e encontrei Caçarola com ela.

- Desculpe - comecei sem jeito. O garoto me olhou sem entender e eu indiquei seu pescoço, que ainda estava marcado de quando eu o fiz de refém - Não foi nada pessoal. Você só era o estranho mais próximo.

Caçarola deu de ombros e abanou a mão, como se afastasse o assunto para longe.

- Não foi o pior que eu enfrentei nos últimos dias - ele disse com o olhar distante - Ou nos últimos anos, de qualquer forma.

- O que aconteceu? - Maddie perguntou a ele - No seu labirinto. Como vieram parar aqui?

Caçarola encarou a imensidão de areia à nossa frente e começou a falar. Contou sobre a Clareira onde viviam, sobre como viviam como irmãos. Contou sobre um garoto chamado Alby, sobre outro chamado Chuck e mais um chamado Gally.

Ele falou sobre como tudo mudou depois da chegada de Thomas e mais ainda depois que Tereza, a única garota mandada ao labirinto deles, subiu na Caixa. Falou com pesar sobre o ataque dos verdugos à Clareira, que matou quase todos os garotos que moravam lá e dividiu os que haviam restado em dois grupos opostos.

Dos clareanos que decidiram partir e tentar a sorte no labirinto, nem todos sobreviveram; havia mais que o dobro deles no começo da batalha, mas apenas seis haviam conseguido sair realmente. E nem todos foram baixas causadas pelos verdugos. Chuck, um menino de apenas 13 anos, foi morto por outro clareano que havia sido infectado momentos antes.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora