Maya
A tenda para a qual a doutora nos levou ficava há poucos metros dali. Era um local de tamanho mediano e, ao entrar, a primeira coisa que vi foram algumas macas improvisadas e muitos equipamentos médicos: seringas, ataduras e medicamentos diversos; aquilo devia ser o mais próximo de um hospital com o que eles podiam contar.
Os homens deitaram Brenda em uma das macas e sua aparência parecia cada vez pior. Jorge postou-se ao seu lado, segurando sua mão. Aquele homem, nos últimos dias, assumira diversos papéis: nosso captor, nosso salvador e, momentaneamente, meu quase assassino. Mas, nesse momento, ele não passava de um pai preocupado.
- Primeiro de tudo, o meu nome é Mary - a doutora se apresentou - Agora sentem-se - comandou a mim e a Thomas - Preciso tirar um pouco de sangue de vocês.
Ela notou a presença de Newt ao meu lado, mas não requisitou o sangue dele.
Sentei ao lado de Thomas em uma das outras macas e Mary retirou algumas seringas de sangue de nós dois.
Ao passar por mim, ela esbarrou em minha perna ferida - que, apesar de melhor, ainda incomodava - e eu emiti um sussurro de dor. A doutora olhou para mim e, então, para minha perna.
- Você também foi ferida? - ela questionou.
- Já estou melhor - respondi rapidamente, não fazendo questão de expôr a forma como havia me ferido.
- Foi um crank?
- Já estou melhor - repeti, não negando e nem confirmando.
- Ela é imune - Newt apressou-se em dizer, sua voz denunciando nervosismo.
- Eu sei disso - Mary sorriu rapidamente - Só estou perguntando para saber qual sangue usar para salvar a amiga de vocês.
Ao meu lado, Newt pareceu relaxar, mas não totalmente.
- Como assim que sangue usar? - Thomas perguntou.
- Vocês dois são imunes, isso é fato - a doutora explicou, ao mesmo tempo que começava os preparativos para fazer o que quer que fosse fazer com as ampolas cheias de sangue - Mas provavelmente é melhor não usar o sangue de alguém que enfrentou a infecção tão recentemente - e, dizendo isso, descartou as ampolas com o meu sangue.
- O quanto você sabe sobre mim? - perguntei - Além do fato de eu ser imune.
Mary suspirou, olhando rapidamente para mim e depois voltando sua atenção para a mistura de substâncias que realizava com o sangue de Thomas.
- Sei que você enfrentou a infecção antes de ser entregue ao CRUEL e que sobreviveu, por isso sabíamos que era imune assim que chegou - ela falou devagar. - Sei que perdeu sua mãe e sua irmã, ambas infectadas pelo Fulgor, mas... mortas de outra forma. E sei que Janson, o seu pai, é também o seu pior inimigo.
Engoli em seco, absorvendo a maneira como ela resumia a minha vida em apenas poucas frases.
Mary parou seus preparos por alguns segundos, nos quais olhou diretamente nos meus olhos.
- Eu sempre achei Janson particularmente cruel, mas nunca achei que ele fosse capaz de tanta frieza até que ele nos entregasse você, fazendo tudo o que fez para consegui-la - ela balançou a cabeça levemente, o olhar se perdendo de mim e voltando para a mistura que fazia. - É simplesmente muito triste ver alguém chegar a esse ponto.
- Então você sabia de tudo o que ele fez e, mesmo assim, trabalhava com ele - sussurrei, lágrimas queimando atrás dos meus olhos, enquanto eu lutava para me manter calma.
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The Maze Runner: Love Trials [1]
Ficção Adolescente"Estou no mesmo corredor de sempre. A garota está lá. Longe demais para que eu consiga tocá-la, mas perto o suficiente para que eu veja a manchinha azul em seu olho. - Você devia ter corrido. Por que não correu? - ela sussurra - Eu não consigo ir...