Maya
Estou deitada em uma cama quente e macia. Mas, apesar do conforto, esse é o último lugar em que quero estar. Lágrimas deslizam pelo meu rosto e escorrem pelo meu nariz. Contraio meu corpo inteiro, em posição fetal, enquanto os espasmos do choro tomam conta de mim.
Tenho 12 anos novamente. Estou em alguma sede do CRUEL. Há dois dias, matei minha mãe.
Após abrir a porta do quarto de minha antiga casa e retirar a arma de minhas mãos, Janson me carregou para fora de lá e me trouxe para onde estou agora. Não lutei quando ele fez isso. Não tinha mais sentido. Inerte em seus braços, só conseguia ver o corpo sem vida de minha mãe enquanto me afastava.
Algumas horas depois da inércia, veio a raiva. Enquanto estava no aerodeslizador em que me transportaram para o prédio do CRUEL, fui tomada por uma onda de ódio e me lancei contra Janson, que se sentava em frente a mim. Fui facilmente contida pelos guardas que estavam conosco e, diante da minha resistência em me acalmar, uma agulha foi inserida em meu pescoço e um líquido deslizou dentro de minhas veias, mandando-me para um sono profundo.
Acordei não sei quanto tempo depois, amarrada em uma cama. Tentei lutar, mas em pouco tempo descobri que seria em vão. Eu estava presa, em todos os sentidos, em um prédio que não fazia a mínima ideia de como fugir. E, mesmo que fugisse, para onde iria?
Nesse momento, o peso do que eu havia feito caiu todo sobre a minha consciência.
Matei minha mãe.
Assassinei a última pessoa que amava e que ainda me restava.
Eu era tão ruim quanto o monstro do meu pai. Ele matou minha irmã e eu matei minha mãe. Dois lados da mesma moeda que se completavam.
E, então, desisti de lutar.
Após 24h, constataram que eu não era mais uma ameaça. Me tiraram as amarras, me ofereceram comida, mas não me deixaram sair do quarto. Mais 24h se passaram, nas quais encarei o teto, chorei, me odiei e quis morrer. E mais nada aconteceu.
A cena muda.
Está na hora do almoço. Saio da ala de exames, após retirarem meu sangue e fazerem exames de imagem do meu cérebro. Os testes duraram uma manhã inteira e eu já não me incomodo mais com eles. Após pouco mais de um ano, viraram rotina.
Estou a caminho do refeitório, acompanhada de outras garotas que também estavam na ala de exames, quando, ao passar por um corredor, vejo uma cena que desperta algo adormecido dentro de mim.
Um garoto loiro da minha idade e uma garota, também loira, mas mais nova, se debatem nos braços de guardas, tentando correr um em direção ao outro.
- Lizzy! Lizzy! - o garoto berra. - Deixem minha irmã em paz!
- Newt! - a garota grita de volta.
Eu e as garotas paramos diante da cena, que dura somente mais alguns segundos. Em pouco tempo, os guardas contém ambos, injetando seringas de tranquilizantes em seus pescoços. Os dois desmaiam e são levados em direções opostas, sumindo de minha vista. Rapidamente, um guarda aparece diante de nós, mandando com a voz resoluta que sigamos nosso caminho.
A cena muda.
Estamos na ala de exames, onde pessoas de jaleco branco perambulam de lá pra cá entre os adolescentes ali presentes, aplicando-lhes os mais diversos testes. Meu sangue foi tirado há algumas horas e minha cabeça analisada internamente de todas as formas possíveis. Agora, com eletrodos pontuando minha testa e analisando minhas ondas cerebrais, resolvo uma lista de enigmas que me foi dada.
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The Maze Runner: Love Trials [1]
Novela Juvenil"Estou no mesmo corredor de sempre. A garota está lá. Longe demais para que eu consiga tocá-la, mas perto o suficiente para que eu veja a manchinha azul em seu olho. - Você devia ter corrido. Por que não correu? - ela sussurra - Eu não consigo ir...