Capítulo 24: Marcus

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Maya

Jorge começou a olhar ao redor, provavelmente procurando por Marcus.

- Ele deve estar em algum lugar no meio de toda essa loucura. Tem que estar. Eu vou procurá-lo - ele disse, começando a se afastar do grupo para procurar. Quando fizemos menção de segui-lo, ele recuou, olhando para mim: - Talvez não seja a melhor ideia irmos todos. Maya só irá nos atrasar assim.

- Eu preciso achar a Maddie - bufei, protestando.

- Mas ele tem razão - Newt murmurou ao meu lado. Olhei para ele indignada, ao passo que ele retrucou: - Você não vai conseguir fazer muito por Maddie assim. É melhor ficar para trás tentando recuperar alguma energia. Você vai estar com ela logo; ainda mais rápido se Jorge for procurá-la. Eu fico com você.

Suspirei frustrada. Eu estava com raiva por não ir, mas por fim me dei por vencida. Além de dar razão aos argumentos dele, a ideia de descansar me pareceu muito tentadora.

Por fim, Aris também ficou e Jorge foi procurar Marcus com Tereza, Minho e Caçarola.

Depois que os quatro se foram, procuramos um espaço para nos acomodarmos. Por fim, acabamos sentados no chão em um canto, sob a sombra de um toldo. Ao nosso redor, cada vez mais pessoas se amontoavam, nos olhando com olhares maliciosos. Newt e Aris se postaram cada um de um lado meu, buscando me proteger.

Eles logo me deram um pouco da água que nos restava e uma porção pequena de comida. Eu me sentia enjoada e não queria ingerir nada, mas eles insistiram que me faria bem. Acabei comendo e no fim me sentia minimamente melhor.

Fechei os olhos por uns instantes e devo ter perdido a consciência.

Mais uma vez, os flashs surgiram. Primeiro, eles foram agradáveis. Minha mãe e minha irmã estavam lá. Estavam sorrindo. Tentei ir em direção a elas, mas a imagem mudou.

Ele tem que pagar! - Julia gritou.

Elas desapareceram e então veio o mesmo homem loiro de olhos azuis, sorrindo para mim como se conhecesse um segredo que eu não sabia. Depois, os corredores do complexo do CRUEL. Os momentos de terror na caixa que me levou ao labirinto. E Janson matando minha irmã.

Você nos deve isso - a imagem de minha mãe havia voltado e ela falava com a voz quebrada - Ele acabou conosco. Acabou com você. E vai acabar com Newt, se você deixar. Acabe com ele por nós.

Acordei de sobressalto. Os meninos se agitaram com o meu susto.

- O que houve? - Newt perguntou preocupado.

- Nada... - murmurei - Apenas um sonho ruim.

Me recostei nele e resolvi me manter acordada. Não queria mais ser assombrada por nenhuma memória ruim.

A alguns centímetros, Aris me olhava pensativo.

- Foi um longo caminho - ele sussurrou - Do labirinto até aqui. Parece uma vida inteira.

Eu concordei com a cabeça, mas permaneci calada. Não sabia o que dizer.

- Eu não sei o que é pior - ele continuou - Quando estávamos lá, achávamos que nada era mais importante do que encontrar a saída. Mas toda a desgraça que nos esperava aqui fora... Às vezes eu sinto muita falta de não saber. De achar que nosso mundo se resumia àquele labirinto.

- Nossa vida era mais simples - falei, por fim - E a ignorância era mesmo uma bênção. Mas por mais dolorosos e terríveis que os nossos dias tenham sido desde que saímos de lá, eu prefiro ter saído. Há coisas aqui fora pelas quais vale a pena lutar - apertei a mão de Newt ao dizer isso e ele me aconchegou mais junto de seu corpo - Pelo menos temos uma chance real de liberdade agora. Prefiro morrer livre do que viver uma mentira.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora