Capítulo 27: Encontrando o que foi perdido

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Arfei, um sentimento bom e quente tomando meu coração. No segundo seguinte, eu estava embolada em um grande abraço, meu corpo sendo pressionado em todos os lados por Sonya, Harriet, Aris e Maddie.

- Vocês estão vivas! - Maddie comemorou, a voz levemente embargada.

- O que estão fazendo aqui? - Harriet questionou, mas sua voz também carregava alívio.

Nos separamos finalmente e demos uma boa olhada uns nos outros, não conseguindo parar de sorrir com o reencontro.

- Deram sorte de não atirarmos em vocês! - Sonya repreendeu, mas ela também estava feliz.

Depois de alguns segundos ainda nos olhando como se não pudéssemos acreditar no que havia acontecido, notei que o resto do nosso grupo se entreolhava confuso.

- O que tá acontecendo? - Caçarola perguntou hesitante.

- Éramos do mesmo labirinto - Maddie respondeu, tornando a se aproximar dele - Sonya e Harriet. Falamos delas quando nos encontramos pela primeira vez, nas ruínas.

A compreensão perpassou o rosto de todos - menos de Jorge e Brenda, que não estavam presentes durante a explicação -, quando se lembraram do que havíamos dito.

Harriet então se aproximou da beirada da estrada e assoviou, gritando em seguida:

- Tudo certo, gente! Podem sair!

Olhei ao redor, assim como meus amigos, procurando a quem ela havia se dirigido. Aos poucos, várias pessoas foram surgindo, armadas e localizadas em diversos pontos nas montanhas. Cada um posicionado em um canto estratégico para que conseguissem ter visão perfeita para atirar contra nós sem serem vistos.

- Não consigo acreditar que ainda estejam vivos - Sonya falou sorrindo, apertando minha mão e a de Maddie e segurando o rosto de Aris em seguida.

Olhei mais uma vez para minha amiga, saboreando a satisfação de reencontrar mais duas pessoas importantes para mim. Durante cerca de dois anos, compartilhei uma vida com elas; uma vida difícil e que, às vezes, quase nos levava ao desespero por não achar a saída do labirinto, mas houveram bons momentos. O companheirismo e a amizade delas eram coisas que eu carregava em meu coração e estava feliz por saber que o destino delas tinha sido muito melhor que o de tantas outras amigas que se perderam desde a nossa saída até aqui.

Mas, ao olhar no rosto de Sonya, notei algo diferente. Passei a maior parte da vida da qual me lembrava vendo aquelas feições todos os dias, mas, agora, parecia que eu as via pela primeira vez.

Um sentimento de incômodo se instalou em algum lugar do meu cérebro por não saber que diferença eu estava enxergando, mas tentei ignorá-lo. Eu provavelmente só estava impactada em revê-la.

Então, Harriet e Sonya nos guiaram adiante na estrada bloqueada pelos carros abandonados. As duas foram na frente, abraçadas com Aris e Maddie, mas eu fiquei para trás por escolha; queria acompanhar Newt.

Assim que alcancei sua mão e começamos a andar, notei que Jorge variava seu olhar entre as meninas e Aris, e eu, com as sobrancelhas levantadas.

- Você até que estava certo que eu poderia ser o seu passaporte para o paraíso - debochei - Só acho que nunca imaginou que fosse ser assim.

Ele meneou a cabeça e reprimiu um sorriso de derrota.

Seguimos, então, pelo resto da estrada, até alcançarmos um túnel. Este também estava bloqueado por alguns carros, mas, diferentemente do trecho anterior, os veículos estavam ocupados e funcionando muito bem.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora