Capítulo 14: Jorge

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Maya

Minhas pernas ardiam à medida que eu tentava correr mais rápido. O trecho que estávamos era de areia fofa e ninguém conseguia correr por muitos metros sem se desequilibrar. Após um tempo, atingimos uma região mais firme do solo e conseguimos avançar mais rápido.

Eu olhava pra trás ocasionalmente, acompanhando o quanto o céu mudava cada vez mais e indicava o quão ruim era a tempestade que estava por vir.

Em uma dessas olhadas, percebi que Newt começava a ficar pra trás; a perna dele o atrapalhava, não importa o quanto ele se esforçasse para ir mais rápido. Recuei um pouco e agarrei seu braço, puxando o garoto e tentando fazer ele ir mais rápido. Minho pareceu notar e puxou Newt pela outra mão.

Mais à frente, percebi uma construção que não podia ser vista metros atrás. Era parecida com alguns dos galpões que havíamos usado dias atrás, só que centenas de vezes maior e, em alguns pontos, era possível ver iluminação. A visão de um possível abrigo me fez correr mais rápido e eu quase esqueci que estava puxando Newt.

- Calma! - ele gritou acima do barulho dos trovões - Um pouco mais devagar!

A chuva nos alcançou. Ainda faltavam uns bons metros para chegarmos ao prédio e a mistura de água e areia atrasou nosso progresso. Maddie tropeçou e caiu, e eu avancei para ajudá-la, mas Minho foi mais rápido e colocou a garota de pé em dois segundos.

- Leva o Newt! - ele gritou e continuou correndo no meio do grupo, de maneira a ajudar quem quer que perdesse o equilíbrio.

Ao meu lado, Newt parecia dar o dobro do esforço que podia para correr. Ele até chegou a me segurar em uma das vezes que eu quase caí. Quando percebi, não estava mais puxando ele, mas corríamos lado a lado meio abraçados, um compensando qualquer dificuldade do outro.

O prédio já estava perto. Eu já conseguia ver uma porta e torcia para que não estivesse trancada. Foi quando os raios começaram a atingir o chão.

Um deles atingiu o solo a menos de um metro na minha frente. O susto fez com que eu tropeçasse e eu e Newt caímos juntos, embolados um no outro. Mais raios atingiram o campo ao nosso redor.

Newt se jogou em cima de mim e eu, sem entender, tentei me desvencilhar; eu só queria correr, correr o mais rápido possível até a porta. Até que eu entendi: ele estava tentando me proteger. Se ele fosse atingido por um raio, eu também seria, então o esforço era um pouco em vão. Mas pensar que ele estava colocando a minha segurança primeiro, mesmo que isso o machucasse, fez com que eu perdesse o ar por um instante.

- Precisamos ir! - gritei depois de me recuperar. Newt olhava ao redor, assustado, sem conseguir se mover ou sair de cima de mim - Newt! Newt! Olhe pra mim!

Ele olhou nos meus olhos e pude enxergar o medo neles.

- Eu sei que está com medo. Eu também estou. Mas precisamos ir. Agora!

Isso pareceu acordá-lo e segundos depois voltamos a correr. Maddie, Caçarola e Aris já estavam quase na porta, Tereza e Thomas logo atrás e Minho entre eles dois e eu e Newt. Nesse momento, quando pensei que estávamos quase a salvo, um raio atingiu Minho em cheio e o garoto caiu desacordado.

- Minho! - Newt gritou.

Nós dois nos separamos e apanhamos o garoto caído. Arrastamos Minho e logo Thomas voltou para ajudar. Nós três o carregamos pelos últimos metros e finalmente conseguimos adentrar o galpão.

Estava totalmente escuro do lado de dentro, apesar dos pontos de luz que eu havia visto de longe. Tereza, Aris e Maddie acenderam suas lanternas e apontaram para Minho.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora