🗣💦Capítulo: 42 !!

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Meu mundo girava. Eu não consegui sentir minhas pernas. Tudo pareceu ficar silencioso ao meu redor, e acordei do transe ao ser balançada por João, que tinha o rosto banhado em lagrimas.

- Me diz que ela esta bem, por favor... – minha voz sai em sussurro.

João respira forte mantendo seu olhar firme no meus e tentando ser forte, ele enfim fala.

- Ela não esta bem. Foi atendida na emergência e esta sendo transferida para cá.  – João estava ajoelhado a frente da sua amiga que parecia perdida.

-Mas ela estava em casa... – tendo entender.

- Ela estava, mas resolveu visitar a Simone e no percurso foram atingidos por um caminhão. – João abraça sua amiga que desaba no choro.

- Não falaram mais nada. Estão trazendo os dois para cá. Eu sei que é difícil mas precisamos manter a cal... – João não completa, pois Beatriz entra rápido na sala e sente Mirian se jogar em seus braços.

- Vai ficar tudo bem meu amor... – acaricio seus cabelos sentindo suas lágrimas molharem meu vestido.

Ainda abraçado a Mirian, vejo seus amigos separados e chorando. Chamei todos que se aproximaram chorando como crianças e se juntaram ao abraço.

- Ela vai ficar bem não é ? – questiona Diana.

- Vai sim, e vai conhecer o Luiz.  – beijando o topo da cabeça de cada um, suspiro forte tentando me acalmar e não transparecer meu medo.

Eu estava no restaurante quando Matheus me ligou chorando, e não pensando duas vezes, me desloquei rápido para o hospital.
No caminho liguei para a babá, pois minha sogra tinha deixado as crianças ao seu cuidado, a pedindo que ficasse para dormir e cuidar dos quatro.

Ainda abraçada, vejo uma moça surgir na sala onde ela falaria, porem pedi com a mão que ela aguardasse. E colocando cada um sentando no sofá, pedi com carinho que aguardassem, eles concordam mesmo apreensivos ao ver a estranha de branco no canto da sala.

- Boa tarde. Eu preciso falar com Sra. Mirian. – diz lendo o nome na prancheta.

- Pode falar comigo, sou esposa dela. E nenhum deles esta em condições de falar, pelo que pode ver. – aponto para os quatro sentados abraças de cabeça baixa.

- Tudo bem. A Sra. Renata esta em cirurgia, pois levou uma pancada forte em sua cabeça. O bebê não sofreu nada, pelo que parece, o Sr. Antônio jogou seu corpo para proteger ambas.

Meu suspiro, pelo menos por momento, foi de alivio pelo bebê tão esperada esta bem.

- E o Antônio ? – questiono a vendo suspirar pesado.

- Tentamos de tudo para salva-lo mas ele não resistiu aos ferimentos. Eu lamento pela perda...– diz com pesar.

Meu coração dói ao receber a notícia e meus olhos involuntariamente marejam, porem tento me conter suspirando forte.

- Obrigada. Ele era uma pessoa maravilhosa, não merecia terminar assim, porem não temos escolha. – respondo tentando me acalmar para dar a notícia para os meninos.

- Volto novamente para dar notícias da Sra. Renata.

Agradeço a médica que logo sai. E suspirando, me viro sendo observada por quatro olhos aflitos que acompanharam todo meu percurso até eles.

- Como ela esta ?  – questiona Matheus.

- Esta em cirurgia, levou uma pancada muito forte na cabeça... – todos suspiram com pesar deixando as lágrimas rolarem novamente.

- E o bebê ? O Antônio ? – se manifesta João.

Mirian estava quieta, o que me preocupava um pouco, porem sabia que era seu meio de enfrentar as emoções fortes, mas ela prestava atenção em todos as palavras.

- O bebê esta bem. Segundo a médica, o Antônio se pôs a frente para proteger a bebê e sua mãe, por isso, teve maiores complicações e não resistiu.  – Mirian se vira chorando e socando com raiva a parede tentando conter suas lagrimas.

Tento abraçar a morena, mas ela se desvencilha do meu toque, então decido deixar a mulher se acalmar.

Me distanciando, sigo ligando para a família do Antônio, que receberam com pesar e dor a notícia. Apesar do momento, pedi para falar com outra pessoa, deixando ciente que cuidaríamos de tudo em relação ao enterro, até porque, o Antônio se mostrou ser uma pessoa maravilhosa.

Deixando os quatro quietos, eu segui para ver o bebê de Simone, essa que ainda dormia sem saber da situação.

O Luiz era lindo tão gordinho, foi o momento em que senti paz, mesmo pelo ocorrido.
Decidir não visitar a mulher, e no caminho para volta, recebi a ligação de Juliana chorosa querendo noticias da mais velha. De forma rápida expliquei tudo ouvindo em retorno, o choro da loira pela perda do Antônio.

No caminho encontrei a médica que informou sobre o sucesso da cirurgia, e a instabilidade do bebê, porem, para uma melhor recuperação a mais velha ficaria desacordada e a base de medicamentos, pois também sentiria dores por conta das diversas fraturas.

Chegando a sala, os quatros nervosos seguiram rápido em minha direção, e os fazendo se sentar novamente, conto tudo que foi passado pela médica. Eles se abraçaram me trazendo junto, e mesmo tristes por Antônio ficaram aliviados pela força da mulher mais velha.

~*~

 

 

O dia amanheceu chuvoso, frio...

Estávamos seguindo para o enterro de Antônio. Mainha ainda dormia para uma melhor recuperação. Não sabia qual seria a reação da minha mãe ao saber da sua perda, mas, se tratando dela, iria tentar ser forte para cuidar da pequena vida que foi salva pelo pai que deu a sua para salvar a de ambas.

O local estava lotado, pois o homem era querido por todos. Houve uma pequena homenagem dos seus colegas, salva vidas, que emocionou a todos.

A mãe do Antônio não parava de olhar seu filho, ela acariciava o rosto do seu menino, que para ela somente “dormir”.

Nós não saímos do lado da mulher, que mesmo esboçando no olhar a sua dor, ela falava orgulhosa que seu filho morreu para dar luz a uma nova vida. Eu tentava conter minha emoção sendo confortada por Beatriz, que se mantinha forte ao nosso lado.

Já no final da tarde, o caixão foi descido sobe uma forte chuva. E junto, a mãe de Antônio enfim desabou deixando seu corpo cair de joelhos, jogando a ultima rosa ao seu filho que será sempre eterno para todos nós.

A Segurança II (Romance Lesbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora