Síndrome de Stockolm

Capitulo 4 - Nina

- Você está lindo, Harry. - Diz a menina, sem grande com a situação.

- E você... E você, está vermelha, Nina! - Falei dando risada, como se aquilo fosse uma brincadeira pra esconder o fato de eu não achar ela bonita... E ela entendeu aquilo como uma brincadeira mesmo, tanto que começou a rir junto comigo.

- Eu ainda não entendi, o que você faz aqui? - Falei curioso, querendo saber o que ela queria comigo.

- Eu vim te visitar! - Falou dando um largo sorriso mostrando os dentes brancos e retinhos dela.

Franzi a testa ainda tentando entender, algo me diz que esse não é o real motivo de ela ter vindo. Mas decidi brincar com a situação porque acho que é o melhor a se fazer agora.
-Hmm, eu sei que eu sou bonito, mas não precisava vir me ver! - Respondi fazendo uma careta engraçada e ela caiu na gargalhada.

Vi ela pensando em alguma resposta para me dar naquele momento, mas na hora que ela ia abrir a boca para falar, ouvi um barulho, era um celular tocando, eu me virei para trás e percebi que Zayn estava ali me observando e eu nem tinha reparado nisso.

Nossa como sou desligado, acho que fiquei prestando atenção na menina estranha na minha frente e o que ela quer comigo, já que, eu notei que ela ficava me olhando de uma forma sedutora, parecia que ela queria me comer, era estranho, porque tinha horas que ela ficava super bonitinha, e tinha horas que ela parecia me olhar como uma verdadeira psicopata.

Sei lá... Eu acho que eu já a vi em algum lugar.
Ela não me é estranha, mas estou tentando me lembrar de onde a conheço...
Nada. Minha cabeça não quer colaborar comigo dessa vez, como se colaborasse em algum momento.

- Eu já volto Nina. Qualquer coisa me chama. Mas, eu não demoro.
De qualquer forma, creio que ele não vai ser capaz de fazer nada mesmo.... - Falou. Ele estava me encarando com seus olhos penetrantes, seu tom era muito baixo, alto apenas o suficiente pra que nós o escutássemos. Dava para sentir a tensão em sua voz.

Nina apenas assentiu com a cabeça e em seguida respondeu - Eu não irei precisar te chamar. Aqui ele parece muito calmo! - Falou ela olhando pra mim e dando uma piscadinha.

Quê? O que ela quis dizer com isso?

- Não entendi. O que você disse mesmo? - chacoalhei a cabeça, como se de alguma forma isso fosse me ajudar. Eu queria que ela repetisse, para que eu tentasse entender ou desvendar o que ela tinha falado.
- Disse que não irei precisar. - Ela falou.

- Termine a frase... - Falei incomodado, o meu tom autoritário fez ela estremecer.

- "Aqui ele parece muito calmo" - Estava sussurrando, como se quisesse esconder um segredo, deu pra notar as bochechas dela começando a corar, e ela ficando vermelha na hora em que terminou de falar.

- O que quis dizer com isso? - Eu estava curioso - Você me conhece? - Perguntei indignado.

- Ah claro que sim, e quem não? Você é o popularzinho dessa cidade. Tem como alguem não te conhecer? - Dessa vez, seu tom passou de confuso para irritado.

Mas a expressão dela foi mudando, e aos poucos vi aquele sorriso branco e certinho se fechando. Dando lugar a uma expressão que era ruim, eu não conseguia identificar bem o que era, porque era uma mistura de sentimentos, ao que parecia, entre raiva e tristeza, mas ainda não identifiquei o porquê.

- Ahh... Tudo bem. Todo mundo me conhece mesmo. Mas posso saber de onde VOCÊ me conhece?

- Hmmmm! Acho que não. É melhor assim... Bom, pelo menos por enquanto...- Ela me respondeu sendo ríspida e bem curta.
-Agora, Harry, o que acha de falarmos sobre você? - Ela foi rápida em tentar mudar de assunto, junto com isso, aquela expressão de felicidade e alegria, foi voltando em seu rosto, conforme ela falava.