Acordei com o sol batendo na minha cara. Abri os olhos devagar, com a luz forte me incomodando e quando realmente consegui enxergar direito, percebi que eu ainda estava na praia e abraçado ao Jungkook, que dormia fazendo um biquinho muito fofo.
Parei para apreciar a vista. O Sol nascendo ao fundo do oceano, enquanto as ondas batiam forte na areia, apesar dessa vista toda ser linda, nada superava o moreno bonito ao meu lado. Como ele conseguia ser lindo até dormindo? Fiquei o admirando por um tempo e me peguei com vontade de sentir como era sua pele, que parecia tão macia. Devagar fiz um leve carinho na sua bochecha e ele se remexeu, achei que ele iria acordar, mas ele só se aconchegou mais em mim. Ri baixinho, mas fiquei apavorado assim que percebi que não tinha dormido em casa e que meu pai provavelmente já tinha notado isso.
— Jungkook! — chamei num tom um pouco alto e dei uma sacudida nele, o que fez ele abrir os olhos rapidamente mas logo fechar pela claridade. Segurei o riso.
— Meu Deus! Acho que fiquei cego. — murmurou com um biquinho na boca. Sorri, mas logo fiquei sério.
— Nós dormimos na praia! Isso foi tão irresponsável! A gente podia ter sido assaltado. — me sentei na areia e ele me olhou sorrindo. — Do que você tá rindo? — fiz um bico.
— Você tá lindo demais assim com essa cara de sono e esse sol da manhã refletindo em você. — disse sereno. Corei lhe dando um tapa fraco no braço e me coloquei de pé.
— Precisamos ir, meu pai já deve ter percebido que eu não estou em casa, ele vai me matar.
Comecei a ficar desesperado pensando se ele iria me bater de novo. Engoli a seco e respirei fundo para as lágrimas que senti se formarem não descerem. Jungkook de repente levantou e se colocou na minha frente.
— Eu sei que o que a gente fez foi irresponsável, mas foi bom? — perguntou e eu assenti. — Você se sentiu bem? Ficou mais calmo? — assenti de novo. — Isso que importa. — suspirou, me puxando de leve pelo braço para começarmos a andar até a bicicleta que estava amarrada num coqueiro.
— Sei que agora você vai ter que escutar seu pai falando bobagens e me sinto culpado por isso. — neguei com a cabeça, com certeza ele não era o culpado. — Mas se você quiser realmente continuar com isso e lutar por quem você é, conflitos assim com ele irão acontecer com frequência. Infelizmente. Pessoas homofóbicas são assim, eles acham que o homossexualidade é uma doença e que pode ser curado, mas sabemos que não é nada disso. — paramos em frente a bicicleta e ele me encarou. — Por isso te perguntei se você estava realmente disposto a fazer isso, lutar por quem você é, porque é difícil e você precisa ser forte.
Assenti. — Sei disso, e realmente estou disposto, eu vou lutar por quem eu sou e enfrentar meu pai. — dizer isso em voz alta trazia um alívio para mim mesmo, me escutar proferindo essas palavras me dava mais coragem.
Ele sorriu. — Que bom, Tae. Eu realmente estava torcendo para que você realmente quisesse lutar. Porque ser quem você é, é importante e libertador. Sei que vai ser difícil, mas vai valer a pena. E você pode contar comigo para tudo, espero que saiba disso. — subiu na bicicleta e eu montei na garupa.
— Obrigado, Jungkook. Isso é muito importante para mim. — abracei seu corpo por trás, não só por ter que me segurar, mas porque eu estava com muita vontade de dar um abraço nele.
— Não me agradeça, Tae, sei que você merece o melhor, então estou te ajudando de coração.
— Obrigado mesmo assim. — sorri.
Ele começou a pedalar e senti aquela sensação boa de liberdade de novo.
— Por que você não tem uma bicicleta? — indagou.
— Porque eu não sei andar. — respondi constrangido.
— Jura?! — mesmo que eu não estivesse vendo seu rosto eu sabia que ele estava surpreso só pelo seu tom de voz.
— Sim, meus pais nunca tiveram tempo para me ensinar... — falei meio cabisbaixo.
— Uh... — ficou em silêncio por um tempo e pensei que o assunto tinha se encerrado ali. — Eu posso te ensinar.
Dei um sorriso enorme. — Sério?
— Claro. — riu e permaneci em silêncio, mas ainda com um sorriso no rosto.
O resto do caminho fomos comentando algumas coisas sobre a paisagem de manhã e o quanto as ruas ficavam vazias. Quando percebi, ele já estava parando a bicicleta na porta da minha casa, meu coração disparou de medo e desci da bicicleta.
Jungkook sorriu reconfortante para mim e me puxou para um abraço. Foi um abraço tão gostoso que me senti amolecer. Minhas bochechas ficaram quentes logo que senti um beijo sendo deixado na mesma de forma doce.
— Boa sorte, Tae. Seja forte, não esqueça. E qualquer coisa pode me ligar, sempre vou ter um lugar bom para te levar e te acalmar. — fez um carinho na minha bochecha. Sorri.
— Parece que você é meu herói.
— Posso ser seu herói. — sorriu fofo.
Mordi meus lábios e me aproximei dele. — Tchau, Kook. — murmurei baixinho deixando um beijo demorado na sua bochecha.
Quando me afastei percebi que ele estava corado e comemorei mentalmente por ter feito ele corar, pelo menos uma vez. Porém, lembrei que eu também deveria estar corado e me virei em direção a porta da casa do meu pai, deixando para trás um Jungkook corado com um sorriso lindo no rosto.
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I like me better when I'm with you - taekook
Fiksi PenggemarTaehyung, filho do prefeito da cidade, é pressionado a todo momento a ser o que não é. Quando seu pai mais uma vez tenta interferir na sua vida, cansado de tudo, ele inventa que tem um namorado, Jungkook, o menino que ele tinha acabado de conhecer. ...