Capítulo 4 - Betas verdes e bala vermelha

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O que chamou a atenção dos moradores, foi o conjunto de tilintares agudos, que logo se tornaram música.

O velho barbudo Seon parou de correr com Felix grudado às suas pernas, assim que chegaram perto o bastante da entrada para ver Minho sorridente, sob os ombros de uma figura tão sorridente quanto.

Felix apertou mais os olhinhos. Apertou as roupas de Seon entre os dedos, confuso.

A música, já alta, se tornou ainda mais alta quando o homem de cartola mascou a goma que tinha na boca para soprar a bolha que explodiu sonoramente. A explosão reverberou como se fosse exposta a altos falantes por todos os lados, colorindo tudo com o sentimento alegre que conferiu a todos — e até mesmo ao velho e carrancudo Seon — o sorriso grande no rosto. Felix encarou o mais velho por um momento, de tão surpreso pelo sorriso incomum, mas a curiosidade o fez ser tomado pelo urro alto de um motor.

Curioso, o menino se embrenhou por entre a multidão que se acumulava para ver o espetáculo. Porque se tinha algo maior do que o medo do desconhecido, era a curiosidade de Lee Felix.

O garoto tomou vista a tempo de enxergar a moto passar pela rua principal à toda velocidade, antes de dar a volta na praça da cidade e retornar.

Jungkook, na garupa de Taehyung, se levantou apoiado nos ombros do amigo e respirou fundo.

— Tem certeza disso? — Ouviu o outro perguntar.

Jungkook viu de longe o olhar frio de Namjoon sobre si. Sorriu ladino, apenas porque tinha certeza de que Namjoon também veria o gesto. Ele estava confiante, e o olhar que recebia daquele mais velho era um desafio: como atear fogo no pavio de um explosivo.

— Tenho. — Respondeu, decidido.

Taehyung maneou a cabeça. Respirou fundo quando assentiu.

— Se eu morrer, eu te mato. — Pontuou e Jungkook soltou os ombros do amigo para estender as mãos à sua frente.

O movimento fez erguer uma rampa de terra à frente da moto, e Taehyung acelerou mais.

Felix viu em lentidão, boquiaberto, quando os pneus da moto deixaram a ponta da rampa alta para saltar sobre um homem loiro que continuava a dançar conforme as batidas agudas do instrumento incomum. Viu quando, pouco antes de acontecer, o homem na garupa do veículo subiu nos ombros do cara que conduzia para pular no ar assim que deixaram o chão.

Taehyung mordeu os lábios, atento ao pouso, como também se concentrava para mentalizar o que deveria fazer. Qualquer mínimo detalhe fora do lugar poderia ter consequências devastadoras, e o show se tornaria um cenário fúnebre.

Tae imaginou uma moto. As engrenagens e funções. Ao mesmo tempo em que Jungkook visualizava o revestimento e a mecânica.

Seokjin, depois de estalar os dedos para fazer uma porção de borboletas coloridas flutuarem para fora das mangas cumpridas de seu terno, se arrepiou quando viu ambos os amigos abrirem os olhos ao mesmo tempo — perfeitamente sincronizados.

Hoseok, tocando mecanicamente o instrumento colorido, se atentou ao show.

Jimin sentiu o coração escalar a garganta quando Jungkook deu um mortal no ar, e então a moto de terra se formou a partir do chão, levitando até que ele pudesse estar sobre ela. Taehyung ainda tinha a expressão séria quando fez erguer mais uma rampa de terra para pousarem, mas a concentração para manter parte da moto de poeira de Jungkook a fez deslizar minimamente.

Seokjin notou, alerta. Olhou para Jimin, que também pareceu ter notado. Hoseok exclamou o aviso sem forma quando Taehyung estava próximo de pousar na rampa mal formada.

Dinastia Alpha - Respeitável Público • Namgi (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora