Capítulo 18 - Âmbar

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Os ânimos não ultrapassavam o pesar. Não havia nenhum sorriso, e todo tom era cuidadoso demais para o gosto de Changbin. Ele preferia o que tinha escondido no forno da cozinha à companhia dos mais velhos.

Jimin pediu desculpas a Jungkook, o deixou junto de Seungmin para se apressar em direção ao amigo quando viu Hoseok chegar sozinho ao jardim da casa dos dois mais velhos.

- Não! - Jungkook viu quando Seungmin tirou o violão das mãos de BangChan. - Hoje você é público.

- Seungmin... Não... Me deixe apenas-

- Você senta e escuta. Preciso de sua aprovação, hyung. Aprendi uma música nova.

Hyunjin deixou um beijo na testa do Bang quando este assentiu, cedendo. Se levantou de seu colo e caminhou para dentro da casa pequena. Sorriu um pouco quando viu Changbin correr junto de Felix, enquanto segurava um espetinho de peixe.

- Changbin! Isso machuca, não corra com isso na mão, sim? - O advertiu, mas o menino o lançou um olhar desesperado antes de encarar o outro.

Jake, o garoto que Felix vira na barreira, passou sorrateiro entre eles. Escondendo dois espetinhos nas costas e acenando para que fosse mais cuidadoso quanto àqueles aperitivos e a fome de Changbin.

- E-eu... - Felix gaguejou. - Eu também quero, hyung... Mas Changbin disse que não posso comer esses.

Hyunjin pousou as mãos na cintura, olhando feio para o mais novo.

- Mas hyung... Tae hyung fez para mim! - Changbin se defendeu.

- Você pode dividir. - Foi o que recebeu como resposta. Então Changbin inflou as bochechas antes de estender o espetinho para Felix. - Vão pegar mais na cozinha.

E os dois estavam correndo outra vez.

- Sem correr! - Hyunjin bufou e rolou os olhos.

Não saberia dizer em que momento durante a repreensão o sorriso fraco tomou tanta intensidade, mas se desfez por completo quando parou em frente à porta entreaberta à direita do corredor.

Ergueu a mão e deixou que os dedos longos fizessem o contorno das letras marcadas com tinta verde, cursivas, logo acima das letras desordenadas em vermelho. Seguiu cada tracinho que levava até o desenho da joaninha, que alçava vôo até uma estrela em tinta fosforescente que ainda cintilava pelo acumulo da luz do fim de tarde.

"Jisung e Changbin".

O que ele faria àquele primeiro nome? O que faria à estrela torta se algo acontecesse a seu artista? Como poderia decidir tudo isso, se mal tinha decidido o que fazer com a própria vida caso a possibilidade se concretizasse?

Ergueu os olhos, para ver o par de rostinhos sorridentes emoldurados no quadro a cima do batente superior. Teve que morder os lábios com força, engolir em seco para conter as lágrimas quando a porta se abriu, e se afastou um passo para dar espaço a Minho, que equilibrava uma bacia com água enquanto tomava a maçaneta com a mão livre.

- Aqui, me deixe te ajudar. - Pegou o que o menino carregava.

Reparou quando Minho esfregou os olhinhos, pegou o pano que trazia sobre o ombro para segurar com força.

- Precisa trocar. - O dedo apontou para a água e Hyunjin assentiu.

- Parece cansado. - Disse. - Consegui dormir um pouco durante à tarde. Não acha que é sua vez de tentar?

- Não estou cansado, Hyunjin-ssi. Está tudo bem.

- Minho... Realmente acho que-

- Não me faça deixá-lo. - Pediu baixinho, os olhos fixos no chão enquanto negava. - Por favor.

Dinastia Alpha - Respeitável Público • Namgi (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora