Capítulo 11 - "Respeitável público"

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Olá olá!

Sim, eu sei que tô atrasada com o cap, peço perdão... Mas esse tá de matar kkkk

Aproveitem, perdão pelo atraso, espero que o sentimento compense.

ATENÇÃO:

Esse capítulo contém descrições de cenas fortes de tortura, guerra e morte. 
Se se sentir desconfortável em algum momento, por favor interrompa a leitura.
D.A. não tem uma base bonita. O passado, o que move os personagens e suas decisões, não é algo fácil de ser digerido. 
Se assuntos do tipo são gatilho, meu conselho é que PULE O CAPÍTULO. E, caso o faça, me chama aqui nos comentários que eu vou tirar um tempinho só pra te explicar os pontos mais importantes que apareceram aqui.

...

— Vamos começar! — O urro alto fez baterem os punhos contra as armaduras pesadas. 

O prata cintilava ante o sol nascente, que mal despontava no topo dos montes e já chamava os olhos desesperados dos que se apressavam para tomar os corpos jogados nas calçadas. Não houve chuva nos dias anteriores, e a seca apenas contribuía para que o cheiro pútrido dos cadáveres tomasse mais fácil o ambiente, caracterizando de vez o ar poluído. 

Mas então, como se rasgassem em dor, os primeiros trovões anunciaram o que viria para lavar tudo, menos seus pecados. 

Namjoon, pegue os pequenos na colina. — Foi a ordem direta que o fez assentir duas vezes. 

Ele queria fechar os olhos. Se possível, arrancá-los de uma vez junto do coração quebrado que batia dentro do peito. Mas ele ainda respirava, quando tirou a dezena de corpos com menos de um metro de altura do buraco que era uma das trincheiras onde foram deixados. 

Não deixou que vissem, mas os amontoou no fundo de uma das quitandas destroçadas nas ruelas. Tomou os caixotes de verduras e legumes, que usou para forrar os buracos que ele mesmo cavou, e guardou cada feição colorida pela paz final - a mesma que ele tanto desejava, mas não tinha coragem para auto infligir. 

Eram apenas crianças. Uma porção delas. Todas viram a morte chegar na primeira fila para o espetáculo que banhou as ruas em sangue. 

Namjoon, aos seus quatorze anos, viu as ruas asfaltadas da capital se tornarem rios de águas vermelhas quando a primeira chuva torrencial despencou dos céus - e era como se mesmo o horizonte lamentasse. 

Ele também lamentava por seus iguais, por serem capazes de tamanha atrocidade.

Não fez parte do combate, mas foi enfileirado junto dos soldados no palco estreito onde sequer conseguia respirar direito. Ou talvez, não pudesse respirar porque a culpa esmagava seus pulmões com o punho tão firme quanto o aperto de Jongsu em seu ombro.

Ele não engoliu. Nada do que via, nem um grão de arroz que serviram no horário das refeições que os outros soldados engoliam a seco. 

Ao sol poente, a medalha deixada em seu peito não o fez sentir tão mal quanto o sorriso grande e de covinhas familiares que recebeu dos olhos tão parecidos aos seus. 

— Mamãe e papai estariam orgulhosos. — Foi o que ouviu Jongsu, o irmão mais velho, dizer. 

Hwasa manteve a postura firme ao seu lado quando os aplausos, gritos e assobios festivos, fizeram contraste ao silêncio fúnebre que se estendia a partir da divisa para as vilas que não eram as do Norte. 

Dinastia Alpha - Respeitável Público • Namgi (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora