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Matheus

Me levanto rápido, e vou até o Museu das Minas e do Metal para tomar uma água, mesmo tendo trazido uma garrafa. Preciso me afastar dali antes que mais alguém me beije. Antes que outro garoto me beije, e eu acabe me desfazendo em pó.

Lá dentro, enquanto estou bebendo água no bebedouro, Greta me encontra.

- Matheus. E aí? O que eu perdi do jogo? Sky mentiu. A fila daqui também estava insana de grande. Sábado é um saco.

Me levanto, e limpo minha boca que tinha água escorrendo.

- Lá fora também está meio insano.

- O que rolou?

- Todo mundo começou a se pegar e eu fiquei meio assustado, tipo, como eu vim parar aqui, eu só tenho 6 anos?

Ela gargalha e inconscientemente toca no meu braço.

- E na real, você era única pessoa que eu queria dar uns beijos. – Digo isso porque estou bêbado, e porque quero.

- Ah, a gente pode resolver isso. – Ela chega mais perto, e eu afasto seu cabelo escuro do seu rosto.

- Ah, que bom. – Dou um selinho nela, e ela retribui.

- Bora lá? – Greta segura minha mão e me puxa para fora. Eu sigo porque não sou bobo.

Passamos por nossos amigos sentados no gramado, mas nem damos oi, porque eles estão ocupados demais para notar nós dois de mãos dadas.

Eu encosto Greta numa árvore ali perto deles, porém um pouco mais afastada e encoberta para eu fazer o que quero com ela, pressionando a bem firme contra o tronco e a beijando de verdade agora.

Quase me esqueço de Caio, porque diferente dele, o beijo de Greta se encaixa tão bem quanto gelatina ou água, fluído, molhado, leve.

Não sei porque, mas isso faz sentido na minha cabeça, talvez porque eu esteja tonto.

E dito e feito, me desequilibro um pouco, e Greta aperta meus braços.

- Você está bem? – Ela olha no fundo dos meus olhos, e mesmo sabendo que ela também está um pouco alterada, vejo a preocupação dela caso eu esteja bêbado demais para fazer aquilo.

- Relaxa, estou bem. Bêbado na medida certa, consciente de tudo. – Encosto meu braço na árvore, enquanto mexo numa trança solta perto do seu rosto. Chego perto de ouvido dela – Tem meu total consentimento para fazer o que quiser comigo.

Acho que ela arrepia, ou eu arrepio quando ela enlaça as mãos na minha nuca e puxa meu cabelo.

Só queria as mãos dela em outro lugar, tipo, sei lá, em baixo da minha cueca.

Eu a abraço mais e ela solta um suspiro.

Não ligo que estamos em público, ela fica na ponta dos pés para me beijar, e praticamente a apoio no meu joelho. Ela ofega entre um beijo e outro.

- Matheus.

- Oi. – Greta aponta para algo atrás de mim, mas eu continuo a beijando com selinhos.

- Boa noite, que casal lindo. Vamos comprar uma rosa? – Uma moça de meia-idade simpática oferece um buque de rosas, olho para Greta que morde o lábio e ri.

Antes que ela possa dizer não, pego uma nota de 5 reais da minha carteira no meu bolso, e entrego a moça.

- Escolhe a cor. – Falo para Greta mas ela ainda nega com cabeça, não acreditando que comprei a rosa. – Beleza, então, que seja vermelha, é minha cor favorita.

O céu é para todos [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora