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Matheus

Eu estou vestindo minha única camisa branca, que por sinal, tem uma caveira desenhada, junto com meus shorts e tênis de mesma cor, dentro de um micro-ônibus abarrotado de adolescentes suados e agitados, indo em direção a um sítio em Nova Lima.

O sábado está quente, apesar de eu não ter intenção nenhuma de entrar na piscina dessa vez. Vou me preservar, porque não vamos dormir na casa do cara. Íamos voltar a noite pra cidade.

O Luau da Água custou bem caro, mas ao menos eu já tinha um copo legal que me permitiu ir bebendo durante a hora da viagem. Queria poder dizer que Guilherme estava sendo uma ótima companhia, porém ele já estava se pegando nos bancos traseiros com Greta.

A parte boa é que eu consegui convencer Camila a vir comigo. Ela usava um vestido branco, bem colado no seu corpo magro, que destacava sua pele preta. Ela havia prendido as tranças com algumas flores e parecia ter saído de um musical da Disney de tão maravilhosa.

- Eu nunca recuso uma festa, você sabe. – Ela disse, quando eu a convidei. Queria aproximar ela dos meus amigos do Evento de Hospedeiros, porque ela era minha melhor amiga, afinal. – Espero que tenha meninas para eu beijar.

- Não vai faltar, isso eu te garanto.

Então dividíamos uma Skol Beats azul enquanto olhávamos a passagem desértica, baixa e laranja.

Vira e mexe eu me pegava olhando para Sky, que apenas me cumprimentara com um abraço e sentou com a turma do fundão. Ela estava entre Greta e Bernardo, abraçada com o menino.

Senti uma fisgada no peito, querendo me aproximar deles.

É bobagem, eu sei.

Não tínhamos nada, nem nunca teríamos, então pra quê?

Ainda assim, continuei olhando pra ela.

Então quando Sky veio em minha direção, meu coração acelerou sem que eu deixasse e minha cara estava mais boba do que o normal.

- Ei, Matheus. Tem chiclete ou bala, aí?

- Bala bala, ou bala bala? –Cami respondeu por mim, impedindo que eu falasse alguma besteira.

- Bala, bala. –Sky sorriu, entrando na brincadeira. O rolê até onde eu sabia não era permitido drogas, mas vai saber.

- Não tenho. – Respondi.

- Me dá um gole?

Eu entrego a latinha para Sky. Ela toma um pouco, sorri e volta para os fundos, se jogando em cima de Greta e Guilherme, separando o casal.

Suspiro.

- Jesus, não faça dessa festa um enterro, Matheus. Nem chegamos ainda. – Camila falou.

- Foi mal. –Sorrio para ela. – É, chega de melancolia. A escola já tira parte da minha vida o suficiente. Vou me divertir.

- Isso aí.

Depois disso, engatamos com Jonas, que levara seu violão para tocar e todos cantaram a plenos pulmões Counting Stars. Eu já sabia que essa seria uma música recorrente, pois combinava muito com a voz dele.

Lately, I been, I been losin' sleep

Dreamin' about the things that we could be

Me permito conectar com a música, ainda que antiga, ela carregava tanto significado para mim e para tudo o que eu sentia.

Chegamos na casa que aconteceria o Luau, que pelo que ouvi falar era de Marlon, o líder dos Hospedeiros da Água, ou de um amigo dele. Era simples, tinha uma varanda ótima em que o pessoal estava fazendo churrasco, havia vários petiscos e bebida liberada. Também havia um quintal gramado e uma piscina um pouco pequena para a quantidade de gente na festa, mas isso não impediu de algumas várias pessoas se jogarem de cabeça nela.

O céu é para todos [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora