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Matheus

Minha cabeça zombe, mas não consigo parar de rir.

Ágata foi buscar um copo de água para mim. Estou deitado na grama. Não sei porque.

Me ergo assim que a música para e galera começa a vaiar. Jonas dá seu jeito e liga um som, e coloca alguns funks para tocar, assim acalmando os ânimos de todo mundo.

Vou até lá para bater um papo com ele, devia estar cansado depois de tocar por quase duas horas seguidas.

- Amigo! –Abraço Jonas, porque também senti falta dele. – Você é incrível, sabia?

- Obrigado. – Ele retribui. – Você tá mais bêbado que velho em bar, hein, Matheus.

- Sim, senhor. –Faço uma continência. – Você tem que ser cantor, você é muito boooom. – Tenho dificuldade em me manter sob minhas duas pernas, agora que percebo isso, fico tombando mais para lá do que para cá.

- É só um hobby. – O loiro dá de ombros. – Eu quero mesmo é ser médico.

- Mas se não der certo, saiba que eu conheço a Lily Gomes.

- Até parece. – Jonas revira os olhos guardando o violão.

Eu rio junto com ele, porque às vezes nem eu acredito mesmo naquilo.

- É sério. Quando eu era pequeno o irmão mais velho dela casou com minha prima de segundo, ou terceiro, grau, sei lá. – Pego meu celular e mostro a foto antiga. Eu, uma criancinha, no sítio onde acontecera o casamento de Helena e Dave.

Meu peito se aperta ao ver Rebecca ao lado de um garotinho um pouco mais baixo que ela na época, acho que era Tyler o nome dele. Eram amigos. 

- Como assim, Matheus? – Jonas tira o celular das minhas mãos e encara a tela. - Você tem famoso na família e nunca falou nada!

- Não tenho mais contato com ela. – Dou de ombros.

- Pera, esse é o Thomas Morais, aqui? Do lado dela? Da banda The Alkanes?

Assinto.

- Eles foram morar nos Estados Unidos e se casaram, como deve saber. Então, meio que se afastaram da família.

Ou minha família que se afastou.

Ele me devolve o celular, negando com a cabeça.

- Você trate de tentar arrumar o contato deles. Não que eu queira ser um músico famoso, mas eu preciso ir num show do The Alkanes.

- Eles são realmente muito bons.

- Você tá brincando? É uma das minhas bandas alternativas favoritas!

Enquanto Jonas e eu conversávamos, Ágata chega e me entrega a água que me prometera.

- Senta e bebe tudo. – A garota me conduz até um banquinho, e eu aceno para Jonas, deixando ele acabar de desmontar seu equipamento.

- Sim, senhora.

Ágata não tira a mão do meu ombro até eu acabar de beber o copo d' água.

- Por Deus, você é muito tenso, Matheus! - Ela fala enquanto me massageia.

- Eu não fiz nada! – Protesto.

- Não é isso, você tá praticamente com um nó aqui atrás. – A menina de cabelos ruivos se põe atrás de mim, massageando pra valer as minhas costas. Solto um suspiro sem querer.

- É porque eu sou um potinho de ansiedade. – Digo, levando o copo de plástico a minha boca, mas quando eu percebo que não há mais nada dentro dele, começo a morder as bordinhas. – Ai, você é boa nisso.

O céu é para todos [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora