31.

20 0 0
                                    

Epílogo

Sky

Como era de se esperar, em um ano caótico que eu tive, minha nota do Enem não foi muito boa.

Na verdade, ela foi boa sim. Só não o suficiente para entrar em alguma Federal de Medicina.

E eu não estava muito afim de outro ano de cursinho, ou uma faculdade particular, com esse dinheiro eu poderia ir para um lugar bem longe com alguém que amo.

Pareceu a decisão sensata, e minha mãe apoiou super.

Mas esperamos até o fim de janeiro para ir, pois eu fazia questão de estar presente no nascimento do meu irmãozinho.

Dia 31 de janeiro, nasceu o aquariano, Maxwell. Ele é a coisa mais linda que eu já vi na vida, temos os mesmos olhos azuis, e os cabelos castanhos, apesar de o dele ser um tom mais claro, quase loiro. Sortudo.

E eu apenas senti que ele seria muito grande nessa vida, como seu nome. O melhor, o máximo. Max.

É, talvez, Matheus tenha me tornado uma pessoa com um pouco mais de fé, no fim das contas, apesar de ainda ser cética.

Nesse meio tempo de espera, aproveitei para conhecer Daniel, que é sem dúvidas a criança mais fofa e energética que eu já vi. Ele amou a ideia de ter duas irmãs, apesar de ficar confuso com a ideia de eu e Bianca não sermos irmãs. Ele apenas aceitou que agora teria duas companhias para brincar. O que foi um pouco cansativo pois ele ainda estava naquela fase de querer brincar com as pessoas para todo o sempre, porém Bianca sempre me ajudava nesses momentos.

A mãe dela ainda está processando um pouco o fato dessa nova filha que o marido tinha, mas para alguém que já se divorciou uma vez, também parecia estar lidando bem. Ela gosta de mim, eu acho. O que ela não parece gostar tanto assim agora, é o meu pai.

Bom, esse problema eu deixo com eles.

O dia de embarcar para Portugal chegou, com um milhão de coisas para resolver, mas felizmente muita gente para ajudar. No aeroporto, havia a mãe de Bianca, Daniel, meu pai, minha mãe, José e Max, então eu percebi que apesar de tudo, sou sortuda pela maioria dessas pessoas na minha vida. Não todas, mas a maioria. E aquela imagem de família disfuncional era demais para eu continuar em Belo Horizonte, então foi só aí que senti que era escolha certa partir, e começar de novo.

A coisa mais difícil foi me despedir de Greta e Bernardo, por incrível que pareça. Eles organizaram uma festinha de despedida para mim e Bianca, junto com a galera do Evento que eu ainda não havia arrumado confusão e ainda gostava de mim, o que foi muito fofo. Eu pude olhar nos olhos de cada um que eu achava que havia magoado, e ter a consciência limpa de ir embora.

Me senti leve e nostálgica.

Por fim, quando estava dentro daquele avião com uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu percebi que só procurava a estrela errada. Não era a centésima que seria a certa. Sempre foi a primeira.

Matheus

Camila escolheu uma ONG chamada S.O.S. Cães para seu trabalho voluntário. Ela já havia ido lá algumas vezes antes, e me chamou. A escola disse que aceitaria os pontos pelo trabalho prestado na instituição.

Assim que chegamos no local, uma cadela havia acabado de parir três filhotes de poodle com algum vira-lata.

- Você sabia disso? – Olho para minha amiga de forma acusadora.

Camila deu de ombros.

- Não sabia que ia ser hoje.

Depois do que meu pai disse em nossa conversa, eu comentei com ela que estava pensando em adotar um cão.

O céu é para todos [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora