Em alguma parte do nosso passeio Mor teve que ir embora. Ela não me falou o motivo mas parecia preocupada. Continuamos mesmo assim apenas Rhys e eu. Ele me mostrou diversas lojas de materiais para pintura, escultura, desenho e outras coisas. Eu ficava cada vez mais encantada a cada lugar em que entrávamos. Não conseguia controlar.
Já estava anoitecendo quando fomos na ultima loja, pensei até em comprar alguma coisa mas eu começei a me sentir mau, senti meu corpo leve, Rhys estava falando alguma coisa mas não entendi o que era. Talvez estivesse me chamando, a ultima coisa que senti foi a escuridão me abraçando.
POV RHYSAND
Estava olhando aultima loja com Feyre quando percebi que havia algo errado com ela então a chamei:
-Feyre? Feyre você está bem? Feyre fala comigo.
Eu tentei acordar ela várias vezes mas quando percebi que ela estava prestes a desmaiar cheguei mais perto dela para poder segura-la. Ela desmaiou bem na hora em que eu a segurei.
Eu não sabia o que fazer, se nós tivessemos vindo de carro poderíamos chegar no hospital rapidinho, mas nós viemos a pé então teria que ser assim mesmo.
Arrumei ela no braço e segui para o hospital, que não ficava muito longe dalí.
Quando cheguei lá vi um médico e disse para ele tudo o que aconteceu, ele levou ela para um quarto e mandou eu ficar na sala de espera. Fiz o que ele pediu.Eu não parava de pensar no que poderia ter acontecido, ela estava tão bem o passeio inteiro. Será que era algo grave? Admito que estava mais nervoso do que eu deveria. Mas por que? Eu só conheçia ela à dois dias. Mesmo assim eu não conseguia afastar o desespero latente em meu peito. Talvez eu devesse avisar alguém, mas como? Eu não tinha o telefone de ninguém da família dela, nem ao menos sabia onde moravam. Mas se ela tinha se mudado talvez estivesse morando com alguém. Apenas Mor sabia onde ela morava e mesmo assim ela não subira para saber me dizer isso...
Fui tirado de meus pensamentos pelo médico me chamando:
- Senhor? Bem não foi nada grave apenas um desmaio isso é comum nessa fase da gravidez, mas tanto ela quanto o bebê estão bem.
- Calma aí bebê? Ela tá grávida?
- Ah você não sabia? Ela está grávida de algumas semanas apenas. Você é ou conhece o pai? - perguntou.
Estava tão em choque que nem escutei o que o doutor falou, tão pouco respondi. Apenas balancei a cabeça e perguntei:
- Ela já acordou? Eu posso ir ver ela?
Ele pareceu perceber que eu ainda estava processando as informações e apenas me guiou até o quarto dela. Ela tinha acabado de acordar, o médico apenas disse um: "vou deixar vocês sozinhos" e se retirou. Eu olhei para ela e perguntei:
-Quer me contar sobre isso?
-Quando eu tinha uns 16 anos eu começei a sair com um garoto. O nome dele era Tamlim, minhas duas irmãs disseram que eu não deveria ficar com ele, mas como uma bela tola apaixonada eu decidi não seguir esse conselho. Eu ficava com ele o tempo todo e no primeiro ano de namoro ele foi um sonho. Me tratava bem, me dava presentes, me levava em encontros, ele fazia de tudo. Mas no segundo ano de namoro ele mudou. Primeiro ele me buscava em todos os lugares, depois ele limitava minhas amizades, com quem eu poderia ou não falar e ficava com ciumes de tudo continuei a ficar com ele mesmo assim, eu fiquei cega em relação à tudo isso, tudo piorou quando ele passou à ficar explosivo, tudo era motivo para brigas. Ficamos assim por mais algum tempo até que - os lábios dela tremiam e eu tive que cerrar os punhos ao ver aquilo, como alguém teve coragem de fazer essas coisas com ela? - até o dia em que ele me trancafiou, eu queria sair com uma roupa mas ele me disse para tirar aquela roupa porque ela estava muito curta, a roupa não era curta mas ele não queria ouvir, ele me disse que eu era dele e que devia para de andar com roupas de prostitutas, eu bati o pé e disse que eu saíria sim com a roupa que eu quisesse mas não deu tempo, ele trancou as janelas e portas, todas elas - agora ela não se continha mais, várias lágrimas escorriam por seu rosto, sua voz estava trêmula e ela soluçava um pouco - eu estava tão assustada, tentei abrir a porta mas era inutil, tentei gritar mas ninguém veio me socorrer, eu fiquei desesperada, não conseguia respirar, o coração disparado, um pânico, uma sensação horrível, ele já havia me batido antes mas sempre se desculpava, dizia que estava estressado e eu sempre acreditei, nunca imaginei que chegaria naquele ponto, que uma pessoa que dizia me amar faria aquilo comigo.
- Feyre... não precisa continuar, eu não imaginava que você tinha passado por tudo isso, me desculpe por perguntar.
- Me deixe terminar - disse ela, mas podia ver a angustia em seus olhos azuis acizentados - eu preciso dizer isso para alguém, não aguento mais guardar tudo para mim. Naquele dia quando Tamlim voltou para casa eu ainda estava encolhida no chão ele olhou para mim mas não pude encarar seus olhos, eu só falei " está tudo terminado Tamlim" e saí correndo, eu ouvi ele chamar meu nome mas eu consegui entrar em um ônibus antes que ele me alcansasse. Fui para a casa de meu pai, encarei minhas irmãs e não disse nada, apenas fui para o meu antigo quarto e fiquei lá. Nunca disse a nenhuma delas o que tinha acontecido, elas devem ter pensado que nós brigamos ou algo assim mas nunca perguntaram o motivo. E eu segui minha vida ou pelo menos tentei, passei algum tempo tentando viver normalmente mas não conseguia, sempre fui atormentada por memórias. E ele não parou por aí, um dia enquanto eu voltava para casa senti meu braço ser agarrado, eu gritei mas ele tapou minha boca, me empurrou contra a parede e ele... ele...
Feyre não conseguiu terminar a frase, então me levantei fiquei ao lado dela e perguntei:
- Posso te abraçar?
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Pergunta rápida, vcs preferem capítulos longos ou curtos? Comente, deixe seu voto e até sexta coisinhas cruéis e lindas.
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Papai?
FanficUma decisão importante. Ter ou não ter um filho? Muita coisa pode acontecer em nove meses, e as vezes nada sai como planejado. Mas a vida acontece enquanto estamos fazendo planos não é mesmo?