Jeon Jk CONTINUAÇÃO 3

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Ela dormia calmamente, como se os últimos ocorridos não significasse nada para nós dois. A traição, a briga, a recaída.

Eu só conseguia pensar o quão estúpido eu fui por deixar os três acontecerem, como se ela continuasse sendo importante depois do segundo ato. Apenas a respiração dela me deixava nervoso nesse momento, e eu não conseguia desviar o olhar pensando no dia em que ela voltou.

Depois de sumir por quase dois anos, ela apareceu com Hoseok na casa de Jimin, como tivesse sido arrastada até lá só para não parecer errado da parte dela sumir e não manter contato com ninguém. Não que eu me importasse em ficar sem notícias de alguém que me fez se sentir um merda por tempo indeterminado.
Eu estava com alguém, não sério, mas não era ela. Àquela que eu acho que nunca deixei de cultivar sentimentos, até raiva.

Ela parecia tão... insatisfeita. Passou poucos minutos falando de tudo que tinha feito em dois anos, como se estivesse com pressa e evitando sentimentos. Talvez conhecendo-a bem, eu pude ver que ela estava desesperada, se sentindo culpada - não tanto quando da vez que me traiu. -
Segundo sua voz não normal, ela havia voltado por não ter estabilidade e estar com saudades dos pais, que também foram deixados sem notícias. Quando ela decidiu da noite para o dia que era hora de começar uma nova vida em NY.

Acho que nos primeiros minutos, assim que entrou na casa do - talvez, ex - melhor amigo, ela não me notou, ou fingiu muito bem não me notar.
Assim que nossos olhares se encontraram ela deu uma pausa na respiração e se curvou rapidamente para mim, que imitei seus passos por não ter certeza se queria ter qualquer reação perto dela.

— Eu não esperava encontar metade de vocês aqui._ Ela deu uma risada sem graça e se sentou na poltrona vermelha.

Com o rosto meio baixo, apertando os dedos e com um sorriso mínino, ela contou toda sua história sem enrolo, como tivesse praticado tudo no avião vindo para a Coreia.

Era tarde quando ela chegou, a noite apareceu e Jimin tentou fazer ela ficar, para agirem como amigos de novo e ela dormir ou maratonar algum filme favorito dos dois.

— Como nos velhos tempos, chingu.

Não teve jeito, mesmo Jimin estando aparentemente com saudades dela, ela só pediu desculpas e disse que já tinha marcado de jantar com os pais em sua antiga - antiga - casa.

Nossa despedida foi estranha, eu não queria mostrar saudades, eu não estava com saudades. Eu estava preocupado e só consegui desejar um bom sono e volta tranquila para casa.

Hoseok havia trazido ela para a casa de Jimin. Acho que ela acabou esquecendo disso, já que ficou meio atônita assim que saiu da casa do ruivo sem saber como iria voltar para casa, já que Hoseok havia ido embora antes dela.
Eu tive que criar um pouco de coragem para oferecer uma carona até a casa dos pais dela.

Eu sabia o caminho, havia decorado já muito tempo e fora difícil esquecer.
Ela entrou no carro quieta e só no meio do caminho tivemos coragem de falar alguma besteira que eu nem consigo lembrar agora.

O dia acabou ali, ela descendo do carro e agradecendo por eu ter levado ela até lá.

Eu não sei explicar tão bem para mim mesmo o que aconteceu depois daquele dia, como foi os meses de readaptação dela em Busan. Um apartamento novo no centro, uma retomada forte na amizade do grupo e como ela parecia ser a cola de todos nós.

Nada esteve muito normal nesses dois anos, sempre lembranças sendo lembradas e menções do quanto ela gostaria de alguma coisa que estávamos fazendo.

Mas nada explicava como nós caímos naquela paixão de novo. Nem mesmo o fato de eu não ter nada sério com a garota do meu trabalho, nem a falta que ela fazia no grupo, muito menos na minha vida.
Na briga, tudo pareceu superficial, eu não sei o porque ter chamado ela de amor antes dela ir embora, eu não sei o porque ter me sentido mal sendo que nem parecia amar mais ela.

Em uma noite aleatória, num encontro do grupo no karaokê, ela pareceu para mim uma paixão adolescente, um aperto no peito, borboletas no estômago e um sorriso bobo.

Como eu queria que fosse o álcool e não a nossa convivência fazendo efeito em mim.

A noite passou rápido e eu novamente ofereci uma carona para ela, no mesmo táxi que eu.
 
Assim que cheguei em casa, na casa dela, eu me senti tonto e não sabendo muito o que estava fazendo.

Apenas beijei ela como se fosse algo nunca feito, as roupas pareciam tão pesadas e desconfortáveis. Tudo que eu queria naquele momento era saber o caminho do quarto de cor, para não precisar abrir os olhos e talvez deixar aquela loucura passar, ela foi mais esperta e apenas me puxou, não quebrando a imersão incandescente.

Eu não queria estar me sentindo assim, gostaria que fosse um sonho e que eu só acordasse excitado com a ideia de ter fodido a ex que me fodeu e não apaixonado novamente pela ex que se deitou com um amigo.

Olhar para ela enquanto o sol recém tinha nascido era - e é - um ponto de paz. Adoraria ser mais rancoroso e apenas deixar o ódio de algo do passado voltar agora para eu ir embora.

• • • • • • • • • • • • • • •

Acordei tonta e tentando lembrar onde eu tinha errado para estar com tanta dor de cabeça e com o coração tão pesado.

Olhei embaixo das cobertas e tentei entender o porquê estava sem roupas sendo que o inverno em Busan era de gelar o sol.
Piscando lentamente, prestando atenção nas minhas roupas jogadas no chão e no cheiro de perfume masculino forte no travesseiro ao lado.

Ele ainda estava aqui? Porque estaria?

Vesti uma camiseta e a primei calcinha que vi, só queria ter certeza que eu deveria esquecer essa sensação adolescente que foi provocada pelo mesmo cara de sempre.

O corredor parecia mil vezes mais gigante enquanto eu tentava chegar na sala para ter certeza que estava sozinha.

Fiquei decepcionada assim que não vi ninguém, mas ele esta a deitado no sofá, dormindo enrolado no meu roupão rosa como única maneira de se aquecer.

— Pensou que eu havia sumido, te deixado sem explicações?

Ele parecia pouco preocupado em abrir os olhos e me encarar.

— A história poderia facilmente se repetir._ sentei na ponta do sofá, tentando manter o mínimo de contato para não parecer desesperada.

— Espero que só essa._ Ele falou se sentando lentamente e abrindo os olhos na mesma velocidade. _ Você quer falar sobre agora, ou comer alguma coisa?

Assenti para uma das opções e fui para a cozinha pegar um pão ou algo rápido de se comer.

— Eu não sei o que isso significou para você, e muito menos para mim.

Olhei para ele, silenciosamente concordando com a fala do Jeon.

— Dependendo de quem tomou a iniciativa, talvez fosse mais claro.

— Estamos no seu apartamento. _ O sorriso convencido dele me deixou nervosa.

— Eu lembro de ter entrado em um táxi para carona, não como destino final. _ Pisquei rápido e brincalhona para ele.

— Você tem um ponto._ Jeon apoiou a cabeça em uma mão e me ficou me olhando. _ Espero que não acabe assim.

— Não vamos deixar o mesmo erro se repetir, não é mesmo?_ Estendi minha mão, esperando ele tocar a mesma.

— Estou gostando de você, S/n.

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