1
Horas haviam se passado mas nada tinha sido esclarecido de fato. A senhora Nara chegou de última hora insistindo para que todos jantassem e se acomodassem e seus aposentos que foram exclusivamente preparados antes da chegada dos três irmãos, que se surpreenderam com a recepção calorosa. O clã Nara não era uma família de porte pequeno como muitos haveriam de pensar. A entrada principal do clã era charmosa com um toque oriental antigo. Havia uma cercagem de pedra bem entalhada, mas não polida, o que lhe dava um ar rústico e bonito. Ao redor da cercagem diversos arbustos em verde selvagem com seus cortes perfeitamente arredondados, decoravam as partes externas da cercagem, como finalização dois bancos de praça foram perfeitamente centralizados — bancos esses que Temari percebeu que estariam lá a anos, se não décadas, por sua aparência antiga que dava lugar de descanso a musgos e folhagens trepadeiras que carregavam consigo belíssimas flores. No centro de tudo, um aro de madeira pintado de vermelho carmim que no topo continha o brasão da família Nara ao que parecia entalhado em uma espécie de minerio, talvez ferro ou prata, ao seu lado duas belíssimas lanternas chinas de papel amarelado perfeitamente dobrado em um círculo de ar quente que parecia, aos olhos de Temari, flutuar. A garota imaginou como seria mágica voltar aquele mesmo lugar a noite, com todos aqueles balões que decoravam quase todas as barraquinha em cada esquina, ou que pendurado a frente de cada casa, era realmente lindo.
A ramificação principal do clã Nara se estabelecia um pouco mais afastado do centro. Era uma casa japonesa antiga, com um lago e um chafariz, árvores de cerejeira próximo ao jardim, e um tatami verde musgo, "De muito bom gosto" acrescentaria Temari. A casa era abeirada a uma elevação de terra consumida pela vegetação esverdeada, que poderia ser chamada de "careca" se não fosse por uma bela árvore cuvada no topo. A elevação de terra era pequena demais pra ser chamada de montanha, mas ao mesmo tempo era era grande demais para ser um "morro". Temari poderia apostar que no topo teria uma bela vista, e segredou no seu mais profundo estado subconsciente, que não se importaria de morar em um lugar como aquele.
2
Depois da farta comilança e promessa de mais explicações no próximo dia, os irmãos da areia se acomodaram por fim em seus quartos, seus pertences esquecidos dentro de um armário velho de madeira embutido na parede de todos os quartos. Os três trajavam apenas um kimono de cor lilias, que se assemelhava ao branco, com alguns desenhos geométricos na barra e pantufas fofas com pompons em cima — tal coisa que Kakuro achou bem tosca.
A noite prosseguia calma com assobios ventilados e sons incessantes de grilos que pareciam estar fazendo a festa no lado de fora, talvez eles estivessem se divertindo, talvez...
3
Um vazio, tudo ao redor se ressumia em um vazio. Não tinha passado ou futuro, apenas o agora, aquele momento onde não lhe resta mas nada para se segurar. Você está sozinho. Sempre esteve, e aquilo era o que restava, o vazio. Você não tem futuro, e quer se lem do passado, aquele passado podre que você esconde, renega por que não sabe lidar, pois ao pensar sobre isso a única coisa que você sente é um peso, o peso do seu coração. Ele pesa demais, talvez toneladas que apenas se contraem se recusando a bater, enquanto um nó de ódio, tristeza e dor se forma em sua garganta. Seus olhos ardem e você se sente incapaz de engolir o choro, se sente fraco. Dói não é? A dor de não ser amado, a dor que te faz sentir errado, você não pediu pra nascer, então por que tem que sofrer?!
Ele corre como se algo fosse mudar, não importa determinação não existe nada no futuro para ele, então por que continua correndo?
Sua respiração estava falha, ofegante. Sua caixa torácica expandia como se fosse explodir suas pernas cansadas pediam por uma pausa precisava parar de correr contra aquilo, mas sentia que se desistisse aquilo consumiria cada gota do seu ser. Ele já desistiu a muito tempo, mais uma parte em si persistia em lutar, sua parte humana. Ele sentia como se tivesse morrendo...
[...]
O ruivo acorda ofegante agarrando seu cobertor com toda a sua força, como ele pudesse lhe proteger, os nós dos seus dedos estavam pálidos pela quantidade de força depositada em si. Um redemoinho de areia pairava acima da cabeça do ruivo, a areia estava agitada assim como ele. Gaara tinha absoluta certeza que não conseguiria dormir aquela noite — O ruivo sentia que não poderia chamar aqui de dormir era quase uma blasfêmia. Não, ele não dormiu. Fechar os olhos por pouco mais de trinta minutos não era dormir, por que ele não se sentia revigorada, ou no mínimo descansado, ele se sentia pior do que quando estava acordado.
— O que foi gaarinha? Você parece assustado. - Uma voz estrondosa que carregava pura ironia em seu tom, pronuncia em desdém. Quando o ruivo ainda era uma criança, ele conseguia lembrar de associar a tom de voz da besta com a intensidade e som de um trovão.
Gaara bufou ao ouvir as risadas de deboche que besta de uma calda lhe dera, apenas ignorando-a como se não existisse — coisa que ele fazia de melhor. Deixando Shukaku bastante furioso. Gaara nunca admitiría aquilo em voz alta, ou mesmo em pensamento, mas não odiava cem por cento a presença e a voz da besta, depois de uns anos, se tornou até reconfortante. A presença de Shukaku alí fazia o ruivo se sentir menos solitário, não seria tão reconfortante quanto a presença de alguém alí pra conversar mas já era um começo.
NOTAS DA AUTORA:
Hey! Primeiro capítulo do ano!! Me perdoem se ficou ruim, eu ainda não estou em casa (tive uns probleminhas, mas nada que vá afetar muito a fanfic) metade desse capítulo foi escrito de madrugada, e a outra metade agora, espero mesmo que tenham gostado.
Eu vim avisar também que arco Shikatema vai demorar um pouco pra ser concluído pois eu não vou abordar apenas o relacionamento do Shikamaro e Temari, mas sim os relacionamentos de amizade e parentesco. Nos próximos capítulos eu vou dividir a minha atenção entre os três irmãos, eu sinto que ainda tenho coisas pra escrever sobre Gaara e Kakuro.
Último avisinho: faltam exatamente 5/6 arcos pra o final dessa fanfic ( ainda está bem longe) eu estou baste impressionada com as diferentes e emocionantes ideias que eu tô tendo pra essa fanfic. Eu estava pensando em produzir algumas ones pra cada arco - elas vão seguir o mesmo universo que essa fanfic e estarão encarregadas de fechar qualquer buraco que eu deixa na fanfic. Eu queria perguntar: voc tem alguma ideia de one-shot pra eu escrever? Queria saber a opini de vocês.
É isso, muito obrigada por ler! Beijinhos da Yasu <3
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Voltando ao passado (Boruto)
RandomBoruto, Sarada e Mitsuki, saíram em missão, com o objetivo de achar e trazer um pergaminho, aparentemente perigoso, de volta. Mais por um simples descuido tudo deu errado, causando um inesperada viagem temporal retrocedendo ao de seus pais! Como ele...