Capítulo 11 - Susto

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Regina abriu os olhos, observando o lugar à sua volta. Percebeu que estava num quarto branco, bem iluminado, deitada numa espécie de maca. Confusa, inclinou a cabeça para trás e viu um aparelho de ressonância magnética. O que estava acontecendo? Como tinha ido parar ali?

Sua última lembrança era estar no supermercado, conversando com Emma e com Elena. A pequena tinha perguntado algo sobre ela ir jantar com as duas naquela noite. Regina já estava pronta para dizer que não, inventar uma desculpa qualquer e tentar fugir da situação embaraçosa. Mas, de repente, sentiu uma forte pontada na nuca que se estendeu por toda a cabeça.

Antes que Regina pudesse ver Emma se adiantando para segurá-la, impedindo que a beta caísse desmaiada no chão, a morena perdeu a consciência, só acordando minutos atrás, já na clínica de Whale, para onde Emma a levou, completamente angustiada e sem entender o porquê de sua esposa que, segundos antes parecia perfeitamente bem, desmaiar repentinamente em seus braços.

— Está tudo bem, Regina. Você está na clínica do Dr. Whale! — a beta ouviu uma voz mecânica ecoando pelo quarto branco e quase vazio. — A sheriff Swan te trouxe aqui, porque você desmaiou hoje cedo. — a voz seguia com as explicações. — Dr. Whale achou melhor submetê-la a uma ressonância, mas sua esposa pediu que esperássemos você acordar para autorizar o procedimento.

Com a garganta seca e ainda mais nervosa, Regina queria pedir para que chamassem Emma. Precisava ver a alpha para se sentir segura. Seus instintos permaneciam focados na única pessoa que poderia fazê-la se sentir confortável e protegida naquele momento. E, como se ouvisse seu pensamento, a sheriff entrou no quarto, acompanhada de Whale.

Emma se aproximou da maca, segurando a mão da beta e se inclinou para beijar gentilmente sua testa.

— Que susto você nos deu, meu amor!

Regina observou a expressão de alívio no semblante da alpha, embora seus olhos ainda estivessem vermelhos, provavelmente por que ela havia chorado.

— Elena está lá fora e me pediu para que eu te desse isso — Emma colocou sobre seu colo, um pequeno lobo de pelúcia — É o amuleto dela. Disse que é para você não ter medo, porque tudo vai ficar bem. — A alpha passou os dedos delicadamente pelo cabelo da esposa, antes de beijá-la na testa outra vez.

Whale pigarreou para chamar a atenção das duas.

— Regina, Emma me contou que você desmaiou de repente. Lembra-se do que aconteceu antes? Se você sentiu algum mal-estar?

A beta fez que sim com a cabeça. Sentia-se fraca e não conseguia pronunciar as palavras. O desmaio devia ter afetado momentaneamente sua capacidade de falar.

Whale e Emma trocaram um olhar preocupado.

— Regina, você teve alguma reação ao supressor que eu te apliquei no outro dia? — o médico ficou tenso, quando Emma rosnou com a menção à droga que pode ter interrompido a gravidez de Regina.

A alpha não fez aquilo de propósito, era apenas uma reação instintiva, porque o supressor representava a morte de seus possíveis filhotes.

— S-sim — a beta se esforçou para falar.

Victor Whale franziu o cenho.

— Por que ela teve uma reação? — Emma o encarou. — Por acaso você aplicou o supressor errado nela? — A sheriff conteve-se para não socar o homem. Não satisfeito em impedir o nascimento de seus filhotes, o idiota ainda prejudicava a saúde de sua esposa.

O médico levantou as mãos, pedindo "calma" em silêncio à sheriff. O que menos precisava no momento, era levar outra surra de uma alpha protetora e irritada porque aplicou a dose errada em sua companheira. Já tinha apanhado o suficiente do alpha de Kathryn, quando, meses antes, aplicou o supressor errado na ômega. Além do mais, no caso de Kathryn, a surra foi até merecida, afinal realmente aplicou a droga errada na mulher. Naquele dia, Whale passou a noite anterior bebendo e foi direto para um plantão de vinte e quatro horas sem dormir. Porém, tinha certeza que não cometera o mesmo erro com Regina. Aplicou o supressor amarelo na beta. O que era correto.

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