Capítulo 21 - Ciclo III

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— O que é isso? — Mulan perguntou para Ruby, entrando na sala do departamento e carregando uma caixa de rosquinhas na mão.

Ruby não percebeu logo a chegada da amiga, porque estava absorta, girando entre os dedos um pequeno tubo com um líquido laranja e cheio de bolhinhas dentro.

A alpha só se deu conta que permaneceu calada, deixando no vácuo o questionamento de Mulan, quando a outra se posicionou na frente da sua mesa.

— Eu... não faço ideia. — Ruby soltou um suspiro de frustração, tirando os pés de cima da mesa e se ajeitando na cadeira.

Mulan deu a primeira mordida numa rosquinha de creme, tirada de dentro da caixa e empurrou o resto na direção de Ruby. Por mais estranho que pudesse parecer, a irmã de Emma não deu a menor atenção à caixa quase cheia de rosquinhas. Mulan franziu o cenho para isso.

— Você tá mesmo fascinada por esse negócio aí, não é?

Finalmente, Ruby olhou para a amiga.

— Encontrei esse tubo no quarto que Arthur ocupava nos fundos da oficina do Michael. Michael disse que faz quase uma semana que ele não aparece por lá.

— Hum — Mulan ficou pensativa, andando até a outra mesa e encostando-se na borda. — E onde ele tá morando? — a beta perguntou casualmente. — Será que foi para a pousada da Granny...

— Não. — Ruby negou com a cabeça. — Já estive lá e Granny me disse que Arthur costumava ir tomar café todas as manhãs na lanchonete, mas faz tempo que não aparece por lá. — soltou outro suspiro, rodando o tubo de novo, observando as bolhinhas se grudarem e depois se separarem, multiplicando-se dentro do objeto de vidro. — Andei perguntando por aí e parece que esse homem sumiu como num truque de mágica... Ninguém sabe dizer onde ele está, e todos foram unânimes em afirmar que não o veem há dias. Acho que se eu mesma não o tivesse visto, três dias atrás, ia começar a achar que Arthur foi um delírio coletivo dos moradores de Storybrooke.

— Será que ele foi embora da cidade? — sugeriu Mulan, antes de comer o último pedaço da rosquinha.

— Gostaria de acreditar nisso... — Ruby colocou o tubo em cima da mesa e abriu a gaveta na lateral, tirando um pedaço de papel dali. — Mas acho improvável... A menos que ele não queira mais os objetos que deixou no quarto da oficina. Inclusive, encontrei isso aqui quando revistei o lugar — estendeu o papel para Mulan pegar.

— Parece uma dessas etiquetas que colocam em bagagens — a beta comentou.

— Exato! — Ruby confirmou — Essa etiqueta estava pregada numa das malas guardadas embaixo da cama no quarto do Arthur. Vê essa palavra abreviada na parte de cima da etiqueta?

— H. Heights?

— Isso... É o nome da cidade onde ele provavelmente embarcou — Ruby disse, virando-se para mexer no computador sobre sua mesa de trabalho — Fiz uma busca aqui e encontrei apenas uma cidade com nome composto começando com H em todo o país.

Mulan se aproximou ficando do lado da amiga, parecendo mais interessada na conversa. Ela se curvou para frente e olhou o que Ruby apontava na tela.

— Hyperion Heights — Mulan leu em voz alta — E daí? — exibiu uma expressão confusa, sem entender o que parecia ser a grande descoberta feita por Ruby.

— E daí que Hyperion Heights é uma cidade média em pleno desenvolvimento, com uma vida noturna bastante agitada e despontando como um dos paraísos para a nova classe média e rica da costa oeste. — Ruby pontuou o que para ela parecia óbvio. — Então, o que esse alpha veio fazer numa cidadezinha pacata como a nossa? Um lugar onde, aparentemente, ele não conhece ninguém. Onde o melhor que conseguiu foi arrumar um trabalho numa oficina caindo aos pedaços e em troca de alguns trocados? — a irmã de Emma exibia uma expressão incrédula — Não entendo a razão de alguém sair de uma cidade moderna, atravessar o país e escolher ficar justamente num vilarejo que parece estar parado no tempo. Para mim, isso não faz o menor sentido. — reforçou suas palavras.

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