Capítulo 13 - Uma espécie de recomeço

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Regina se enrolou na toalha e saiu de debaixo do chuveiro quente, andando até a pia. Olhou-se no espelho, observando seu reflexo desfocado e passou a mão na superfície, abrindo uma brecha no vidro embaçado.

Suspirou e pegou um creme facial sobre a bancada, espalhando-o em pequenas camadas pelo rosto. Naquele instante, seu pensamento estava nas caixas empilhadas que seu pai deixou no sótão e que, há muito, ficaram esquecidas ali, cobertas de poeira. Talvez dentro delas tivesse a explicação para o fato dele ter decidido chipar a própria filha, mesmo sem jamais perguntar-lhe se era aquilo que ela queria.

O que poderia ser diferente em sua vida se, desde a adolescência, ela tivesse se apresentado como ômega ou alpha? Esta última hipótese, provavelmente, excluiria Emma da sua vida. Alphas e betas, até mesmo ômegas e ômegas, eram casais possíveis, mas alpha e alpha? Não, era impossível tal combinação dar certo.

Ela terminou de espalhar o creme pelo rosto, hidratando também algumas outras partes do corpo e pegou o roupão pendurado num suporte atrás da porta, envolvendo-se nele para sair do banheiro.

Atravessou o quarto e foi para o pequeno corredor. Chegando na sala, viu Emma atrás do balcão da cozinha.

A alpha estava de costas, mexendo uma panela no fogão. Seu cabelo continuava preso num rabo de cavalo e ela vestia um top branco com uma calça de moletom cinza. Seus braços fortes estavam visíveis, assim como parte de suas omoplatas.

Regina sentiu um tremor de excitação correr pelo corpo, afetada pela forte atração que sentia, aliás, que sempre sentiu por aquela alpha que exalava força. O cheiro de Emma parecia ainda mais potente e tomava cada espaço da cabana. Era tão intenso que Regina não conseguia identificar sequer o aroma da comida que a alpha preparava para o jantar.

A beta sacudiu a cabeça para afastar as lembranças de Emma fodendo-a em vários cantos daquela mesma sala e tentou prestar atenção na mesa arrumada para o jantar.

— Regina? — seu nome pronunciado pela voz suave e envolvente, fez a beta girar o rosto para encontrar o olhar amoroso da sheriff. — Está se sentindo bem? Parece distraída.

A beta enrubesceu, ainda tendo na mente imagens quentes de Emma montando-a no mesmo sofá que estava a poucos metros de distância do lugar onde a morena ficou parada de pé.

— Estava admirando o buquê sobre a mesa — disse depressa, apontando o arranjo de flores do campo que emprestava um toque simples e romântico à arrumação da mesa.

— Espero que não se importe, peguei-as no seu jardim! — a alpha mostrou um sorriso encantador.

— Não! — Regina meneou a cabeça. — Eu adorei... Como disse antes, sou grata por você estar aqui comigo, cuidando de mim. Pode ficar à vontade, Emma.

A sheriff se aproximou, deslizando a mão pelo rosto de Regina e passando os dedos pelos fios escuros e úmidos do banho. Emma encostou sua testa na da outra mulher, antes de sussurrar: — Você é minha esposa e é meu dever de alpha cuidar do que... — o resto da frase ficou no ar.

Regina esfregou seu nariz no de Emma, sentindo seu coração bombear mais depressa.

— Emma — quase gemeu o nome da alpha — Não sei o que acontece comigo e estou com medo disso... mas, eu preciso de você... Estou me sentindo tão carente, tão — passou a língua pelos próprios lábios — Não sei se foi o supressor ou se fui afetada pelo seu último cio, só sei que, agora, não consigo pensar em nada que não envolva você fazendo comigo, as mesmas coisas que fez dias atrás, nesta mesma sala.

A alpha fechou os olhos e respirou fundo. Sua mão se fechou na massa de cabelos escuros e quando as mãos de Regina subiram, espalmando na altura dos seios da alpha, Emma a beijou com paixão, sentindo os dedos da beta roçando levemente na pele quente do seu colo exposto.

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