Vínculo [SwanQueen - Universo ABO]

Capítulo 16 - Necessidade

Os dias na cabana transcorriam tranquilos e devagar. Pela manhã, as duas mulheres acordavam, preparavam a comida juntas, antes de chamarem Elena para se levantar, tomar banho e se arrumar. As três tomavam o café da manhã ao mesmo tempo enquanto esperavam Ruby passar para pegar a sobrinha e levá-la à escola.

Nesse período, Emma achou melhor pedir uma licença no departamento, que foi aceita sem obstáculos pela prefeita Mary Nolan. Como assistente da Sheriff, Ruby assumiu também o trabalho da irmã. Felizmente, aqueles dias andavam bem calmos no povoado e o máximo que acontecia eram algumas brigas nos bares da cidade ou pequenos furtos no mercadinho do Sr. Clark.

Emma e Regina ficavam sozinhas na cabana durante boa parte do dia. Elas aproveitavam para cuidar dos afazeres do rancho e, às vezes, iam juntas até a Quitanda que Regina tinha no centro da cidade, vender parte dos orgânicos produzidos na propriedade da beta. Depois, as duas passavam no supermercado e compravam mantimentos para o dia a dia. Elas viviam essa rotina há quase duas semanas.

As conversas sobre a possível reconciliação do casal já tomavam cada esquina do povoado, e, embora alguns manifestassem surpresa com o fato de Regina ter dado uma nova chance para a alpha sheriff, outros afirmavam que sempre acharam ser uma questão de tempo que as duas voltassem a se entender, uma vez que o vínculo com uma alpha suprema era para toda a vida, mesmo que esse vínculo tenha se fragilizado durante a separação.

O fato é que Regina estava feliz, sentindo-se novamente amada e protegida pela esposa que cuidava da beta o tempo todo, certificando-se que Regina sempre estivesse bem, acompanhando-a a todos os lugares, sem deixá-la sozinha em nenhum momento.

As duas até já tinham ido ao consultório falar com a Dra. Lily. A médica consultou Regina e, assim como nos exames feitos por Whale, nada de anormal fora detectado. Com exceção do chip, claro, que continuava alojado na nuca da beta.

No dia da consulta, Regina mostrou-se disposta e ansiosa para retirar o mecanismo. Então, a médica marcou o procedimento de remoção do chip para alguns dias à frente, explicando que seria uma cirurgia simples, nem um pouco demorada e, muito provavelmente, Regina não precisaria de internação hospitalar.

Tudo estava bem e os dias que antecediam a cirurgia passavam lentamente, fazendo Regina sentir falta especificamente de uma coisa: sexo com Emma.

A beta suspeitava que a alpha sentia-se culpada por seu esgotamento físico e mental ocorrido dias antes, porém, felizmente Regina não tinha tido mais nenhum mal-estar, muito menos havia desmaiado. Além disso, nem o fato de Elena continuar com elas seria impedimento para que Regina e Emma pudessem desfrutar de um momento mais íntimo, pois, toda noite, a pequena dormia igual uma pedra no quarto. Nestas ocasiões, Regina aproveitava para escapulir e ir até a sala, onde geralmente ainda encontrava Emma acordada. O problema era que a alpha sempre dava um jeito de se esquivar de seus flertes e insinuações.

Agora, véspera do dia da cirurgia, Regina estava deitada no tapete da sala, com metade do corpo debruçado sobre o de Emma, sentindo o calor da lenha queimando na lareira, esquentando-lhe. Já passava da meia noite, e as duas falavam de coisas casuais, enquanto Emma acariciava as costas de Regina por baixo do tecido do pijama.

— Está com medo? — Emma perguntou, com a cabeça apoiada no braço flexionado sobre a almofada, ao mesmo tempo em que com a mão livre seguia fazendo carinhos na esposa.

— Mais ou menos — reconheceu Regina — Mas admito que, agora, estou doida para tirar esse chip e finalmente saber o que, ou quem eu sou verdadeiramente.

Emma sorriu.

— Você sempre será Regina Mills. Talvez só o seu status mude.

A beta mudou de posição, apoiando o queixo no peito de Emma para olhá-la no rosto.