Capítulo 22 - Ciclo e rotina

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Sem perder mais tempo, Emma atravessou o corredor em passadas rápidas, escancarando a porta completamente e saindo para a parte de trás da casa de Ruby.

Aquela era uma noite de lua cheia e, logo, o brilho ligeiramente azulado da lua a envolveu, iluminando todo o corpo de Emma. O coração da alpha batia num ritmo acelerado e ela lançou um rápido olhar pelo perímetro, soltando a respiração no instante em que seus olhos verdes pousaram na figura esguia de Regina parada, de pé, em frente ao imenso paredão de árvores que se erguiam perenes sobre o solo.

Quase no mesmo segundo, Emma notou um halo arroxeado envolvendo o corpo da esposa e pensou que aquela era uma das cenas mais perfeitas que já havia testemunhado.

Regina continuava nua e de costas para a alpha, parecendo tomada por alguma espécie de torpor estranho, como se ouvisse algum chamado primordial, que nem mesmo a alpha conseguia identificar ou entender naquele momento.

Em silêncio, mas ainda com as batidas no peito descompassadas, Emma andou devagar na direção de sua ômega, sentindo como os feromônios do ciclo dela impregnavam densamente o ar.

O tempo parecia ter se detido e as folhas das grandes árvores não se moviam, porque nem mesmo uma leve brisa do ar ousava passar por ali, e se intrometer no que parecia ser um momento mágico. Exceto pelos pés de Emma pisando sobre a grama rasteira, nada mais era capaz de se mover naquele lugar.

Porém, um dos galhos secos caídos no chão estalou inesperadamente sob o peso da alpha e a ômega pareceu enfim despertar da hipnose, movendo a cabeça ligeiramente para baixo antes de virá-la lentamente para trás.

Emma deteve as passadas bruscamente. Se antes a alpha estava absolutamente enfeitiçada por sua companheira, agora vendo-a assim de frente, Emma sentiu como se lhe faltasse o ar.

A ômega havia atingido o ápice do ciclo, transicionando para uma aparência mais lupina. Os caninos cresceram, projetando-se por cima do lábio inferior e as pupilas dos olhos cintilavam, dominadas por um brilho roxo da mesma cor do halo que contornava toda a silhueta de Regina.

A alpha rosnou com o impacto da cena e seu membro endureceu, estendendo-se num reflexo rápido e primitivo.

A ômega também rosnou em resposta, quando o corpo da alpha reagiu a sua nova forma e as íris de Emma ficaram douradas, anunciando não apenas que ela entrou no cio, mas que estava pronta para reivindicar e dar o nó naquela ômega.

"Minha!", as duas pensaram ao mesmo tempo, antes de praticamente se lançarem com voracidade na direção uma da outra, sem se importar se a distância que as separavam já era suficientemente curta. Os corpos se chocaram e um beijo feroz e faminto teve início, enquanto elas se agarravam, abraçando-se com força. Quase se fundindo numa busca ancestral de serem uma só.

Uma espiral de luz dourada e roxa nasceu do encontro dos corpos, das almas daquelas duas mulheres, projetando-se para cima como um arco-íris bicolor subindo em direção da lua cheia, que resplandecia no céu do vilarejo.

Sem mais demora, a ômega foi colocada de joelhos e cotovelos sobre a grama e os galhos secos. Segundos depois, ela foi empalada pelo pau grosso e grande da alpha.

As garras de Emma seguraram firmemente a cintura de Regina, enquanto ela seguia se movendo sobre a outra, metendo, tomando, reivindicando aquela ômega para si. A alpha rosnava por entre os lábios, sentindo os caninos pontiagudos furando a carne macia do seu próprio lábio inferior.

Por sua vez, a ômega permanecia em sua postura mais submissa, choramingando pelo nó da alpha, ansiando por carregar os filhotes daquela fêmea dominante, bela e poderosa que a protegeu e a amou desde o início dos tempos.

Imersa no acasalamento, a ômega girou o rosto e olhou por cima do próprio ombro para a alpha, de um jeito doce mas ao mesmo tempo febril.

Com o olhar aprisionado ao da ômega, a dominante aumentou as estocadas cravando os caninos nos próprios lábios, cortando a pele e sentindo o gosto de cobre em sua boca, enquanto os gritos e rosnados da submissa subiam de tom, podendo ser ouvidos a metros de distância.

Então, no momento que o nó da alpha começou a se formar, ela puxou os quadris para trás, saindo de dentro da outra e ouvindo um lamento frustrado e descontente em resposta. Mas a alpha não perdeu tempo em contestar os protestos da ômega, ela girou o corpo de Regina sobre a grama e avançou por cima dela, prendendo a outra com o próprio peso e voltando a penetrá-la num movimento único.

Os gemidos e rosnados tomaram o ar mais uma vez à medida que as duas seguiam com o acasalamento sob a luz da lua e quase no meio do mato.

O desejo primitivo de reivindicar tomou novamente a mente da ômega, enquanto ela era fodida selvagemente sobre a vegetação natural. Agora, com livre acesso a garganta da alpha e com a mente nublada por seus instintos mais básicos, não tinha mais como a ômega frear seus impulsos. Ela estirou a língua e lambeu a coluna da garganta de Emma, preparando-a para o que vinha a seguir. Num gesto impetuoso, Regina enfiou os dentes com força na pele pálida, rasgando-a e liberando a substância marcadora na corrente sanguínea da alpha.

"Minha", a ômega afirmou em pensamento, ouvindo os grunhidos da alpha em cima dela, enquanto mantinha a mordida travada na garganta de sua companheira e era duramente fodida pela outra.

Pega desprevenida, Emma sentiu as lágrimas correrem sem controle pelo rosto ao mesmo tempo em que uma sensação única e inefável preenchia todo o seu ser. Sem mais demora, o nó grosso da alpha atravessou a abertura da ômega, preenchendo o interior de Regina com fios e fios grossos de semente, deixando o ventre dela cheio e ainda mais protuberante.

Sentindo-se plena, Regina levantou as pernas trancando-as ao redor da cintura da alpha que era dela, enquanto um sorriso de contentamento brotava em seus lábios ainda presos contra a garganta suada e marcada da esposa.

No momento em que o nó selou dentro de Regina, Emma cessou os movimentos dos quadris, embora os fluxos de seu prazer continuassem semeando a outra mulher, enchendo-a sem parar. Enquanto isso, no céu, a lua foi se pintando de novas cores. O roxo e o dourado tingiram aquele satélite natural da terra, fazendo uma névoa mágica cobrir todos os cantos, todas as esquinas de Storybrooke. Parecia que, finalmente, uma maldição havia sido quebrada.


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