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Um mês depois...

Pov. Cecília

Um mês depois da minha ida ao ginecologista, nunca mais pisei meus pés na clínica pra pegar o resultado do exame que eu fiz, afinal eu saí de lá sem nem ao menos falar com o médico, bom eu também não teria tempo pra ir lá, ando sempre atolada de coisas da faculdade pra fazer. Minha mãe tem andado tão ocupada também que nem lembra desse exame, e vou ser eu que vou lembrar.

Tomei banho, vesti o uniforme da loja na qual eu trabalho e fui direto pra cozinha almoçar.

Ana: por que tanta pressa? Ainda é cedo.

Cecília: minha chefe tá na cidade, então provavelmente vai aparecer na loja hoje, quero chegar cedo.

Bom, minha chefe é uma mulher riquíssima, dona de varias lojas espalhadas pelo país, que leva sua marca. Apesar de muito rica, ela trata todos seus funcionários muito bem, quando estão andando na linha e seguindo as regras.

Ana: meu bebê sempre tão responsável! - diz orgulhosa.

Cecília: não sou mais bebê, mãe, supera - brinco com ela enquanto coloco meu almoço.

Ana: pra mim vai ser pra sempre.

Dulce: só quando você for mãe vai entender esse sentimento - minha avó fala entrando na cozinha.

Cecília: então é sinal que eu não vou entender tão cedo - sento perto da minha mãe e começo a comer.

Terminei de almoçar, me despedi das mulheres da minha vida e saí pra trabalhar.

Na loja

Cheguei cedo mas fui a última funcionária a chegar, mas também eu moro no fim do mundo. Quando Helena, nossa chefe, tá na cidade todo mundo cuida em chegar mais cedo, ela é muito boa com todo mundo, mas ninguém gosta de abusar, porque quando a bronca vem é sem dor nem piedade.

Cecília: até quando eu tento chegar cedo eu chego tarde. - falei para as minhas colegas de trabalho quando entrei na loja.

Vivi: você não deixou de almoçar que nem da outra vez não né?

Cecília: não - rir ao lembrar que até passei mal da outra vez porque não almocei. - relaxem que dessa vez eu não vou da susto em ninguém.

Vanessa: acho bom - diz em um tom brincalhão. - sério não entendo por que a gente se desepra tanto quando a Helena vem na loja.

Cecília: nem eu, a gente só... se desespera - as meninas riram. - sério não tem necessidade, afinal ela é super gente boa.

Clara: acho que se ela vinhesse na loja todos os dias a gente não seria assim, mas como ela não vem com frequência, a chegada dela é sempre uma novidade e a gente quer fazer tudo com ainda mais perfeição.

Vivi: é, pode ser isso. Agora vamos trabalhar por que a qualquer hora ela tá entrando por essa porta.

Organizamos a loja e abrimos para esperar os clientes chegar, a loja ficava no shopping, então lá era sempre um entra e sai de gente mesmo que os clientes não vá comprar nada.

Ao abrirmos, não demorou muito para chegar cliente. Hoje é sexta e as lojas do shopping sempre costumam ser movimentados aos fins de semana.

Começou com aquela correria pra lá e pra cá, eu já estava ficando tonta, literalmente, eu não sou assim, ja estou acostumada com tudo isso, mas hoje, especialmente hoje eu estava me sentindo assim.

Me sentei e uma cliente veio até mim.

Cliente: você está passando mal?

Cecília: não, mas obrigada pela preocupação - sorri tentando ser simpática.

Cliente: tem certeza?

Cecília: é só cansaço senhora.

Vanessa vendo a cena se aproximou da gente.

Vanessa: o que aconteceu?

Cliente: ela tava com uma carinha meio mal eu vim perguntar se estava passando bem.

Vanessa: Cecília você disse que hoje não ia da susto em ninguém, você almoçou mesmo antes de sair de casa né?

Cecília: claro que almocei, foi só uma tontura já tá passando.

Cliente: é bom pegar um copinho de água pra ela.

Cecília: não precisa...

Cliente: cliente tem sempre razão, mocinha.

Vanessa: eu vou pegar água pra você.

Vanessa foi em um pé e votou no outro com meu copo de água. Então eu bebi.

Vanessa: tá melhor?

Cecília: sim, já melhorei. Vamos voltar ao trabalho.

Mais tarde, dona Helena chega na loja.

Vivi: boa tarde, dona Helena - a recebe toda sorridente.

Helena: boa tarde, Viviane. A loja está cheia - diz olhando ao redor. - isso é sinal que vocês estão fazendo um ótimo trabalho.

Vivi sorrir com o elogio. Eu me aproximo.

Cecília: olá, dona Helena, como a senhora vai?

Helena: muito bem, Cecília. Feliz por ver minha loja tão bem administrada. Falando nisso, onde está Paula?

Paula é o braço direito de Helena na loja, ela que Administra tudo quando Helena não está. Ela tem total confiança em Paula.

Cecília: Paula está no caixa atendendo junto com a Clara, Bianca não pode vir, a mãe está hospitalizada.

Helena: certo, então peço que substitua Paula no caixa porque eu preciso falar com ela.

Fui para o lugar de Paula no caixa e dona Helena foi falar com ela em particular, provavelmente para perguntar como vai tudo na loja.

Foi tudo tranquilo, dona Helena não teve motivos para reclamar, só teve elogios e ela foi embora contente.

No final do dia, quando cheguei em casa, fui direto pro chuveiro, tomei banho e coloquei meu pijama. Depois de jantar, fui estudar um pouco e capotei em cima dos meus livros, eu estava morta de cansada.

DE REPENTE GRÁVIDA Onde histórias criam vida. Descubra agora