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Chegando no restaurante, eles logo fazem seus pedidos para o garçom.

Cecília: o que eu peço? - sussurrou baixinho para Gustavo.

Gustavo: o que você tiver vontade de comer.

Cecília: acho melhor você pedir pra mim, se eu não gostar posso colocar a culpa em você.

Gustavo: muito engraçada você, - fez careta pra ela e depois encarou o garçom. - nós vamos querer o especial da casa.

Garçom: e para beber vão querer algo?

Gustavo: eu quero um suco de abacaxi.

Cecília: o mesmo pra mim.

O garçom se retirou deixando os dois as sós.

Cecília: a Estefânia me contou que você terminou com a Nicole, não precisava terminar com ela por causa daquilo.

Gustavo: para ser sincero, eu já queria terminar com ela há muito tempo. Nossa relação não era saudável.

Cecília: e mesmo assim você pediu ela em casamento? Por que ela era sua noiva não era?

Gustavo: sim, ela era. Pedi ela em casamento para que meu pai deixasse de pegar no meu pé. Ele falava que eu só ia tomar jeito quando me casasse.

Cecília: falando no seu pai, como ele morreu?

Gustavo: acidente de carro. Ele chegou com vida no hospital mas depois de uns dias internado ele faleceu.

Cecília: nossa que triste, eu sinto muito.

Gustavo: e o seu pai? Eu sei que você mora apenas com a sua mãe e a sua avó.

Cecília: sempre foi so nós três. Eu nunca cheguei a conhecer meu pai, ele abandonou minha mãe quando descobriu que ela estava grávida.

Gustavo: pensar que eu quase fiz isso também... - ficou meio sem jeito.

Cecília: não vamos pensar no passado ok?! Se a gente quiser ter um bom relacionamento temos que deixar o que aconteceu pra trás.

Gustavo: você tem razão, vamos mudar de assunto.

Minutos mais tarde, o garçom chega com o pedido deles. Os dois almoçam em silêncio, sem ter mais nenhum assunto para conversar.

Depois do almoço, Gustavo leva Cecília para casa.
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Ana: por que você demorou filha? - perguntou assim que viu Cecília entrar.

Cecília: Gustavo me levou pra almoçar depois da consulta.

Ana: então quer dizer que vocês pararam de se estranhar?

Cecília: sim, pelo menos a gente tá tentando.

Ana: fico feliz com isso, e como foi a consulta?

Cecília: foi tudo bem, o bebê tá ótimo. Gustavo gravou coração, depois eu mostro pra senhora.

Ana: ta bom, agora acho melhor você ir se trocar se não vai chegar atrasada na loja.

Cecília: vou me arrumar correndo.

Cecília se troca e vai pegar o ônibus para trabalhar.
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Mais tarde, quando Cecília chegou do trabalho, ela tomou um banho e foi descansar.

Pegou seu celular para olhar as mensagens e viu um áudio de Gustavo, quando ela deu o play percebeu que era a gravação do coraçãozinho do seu bebê. Cecília apenas ficou ouvindo o áudio até começar a sentir como se tivessem borboletas no seu estômago, seu coração acelerou e num impulso seu dedo deu pausa no áudio. Ela já tinha escutado os batimentos do bebê antes e isso nunca havia acontecido, aquilo lhe deixou um pouco assustada sem entender o que estava acontecendo. Talvez, durante as consultas, Cecília consiga ignorar o som dos batimentos enquanto a médica fala, mas ali no seu quarto, sozinha e em silêncio, ela não resistiu e se deixou levar pelos seus sentimentos...
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Na casa dos Larios.

Gustavo estava deitado no sofá mexendo em seu celular quando Estefânia chega da rua.

Estefânia: que bom te pegar por aqui, cadê o áudio que eu pedi?

Gustavo: eu já te mandei, você que não viu ainda.

Estefânia: e como foi com a Cecília hoje?

Ele se senta todo empolgado para contar tudo a sua irmã.

Gustavo: então eu conversei com ela e em poucas palavras falei que eu queria que fossemos amigos, ela disse que ia me dar uma chance. Depois eu levei ela pra almoçar.

Estefânia: tá vendo?! Não foi tão difícil.

Gustavo: e olha, até que ela não é tão chata. Foi bem agradável almoçar com ela.

Estefânia: não faz ela se arrepender de ter te dado essa chance, porque se você desperdiçar essa acho difícil que ela te dê outra.

Gustavo: eu nunca fui uma pessoa muito doce e gentil, voce sabe, mas espero de verdade não pisar na bola com ela.

Estefânia: se você pisar na bola com ela sou eu quem boto ela contra você.

Gustavo: nossa preciso nem de inimiga.

Estefânia: recado tá dado, - fez cara de deboche. - agora vou dormir.

Da um beijo em Gustavo e sobe para seu quarto e Gustavo faz o mesmo.

DE REPENTE GRÁVIDA Onde histórias criam vida. Descubra agora