capítulo 22

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Chapadona: Bom dia! - falei assim que cheguei na boca.

Primo: Qual foi? Quer oque aqui?

Chapadona: Tem trampo não?

Primo: Hoje é tua folga, pode ir lá pra pista e pá, ver seus playboyzinhos.

Fechei a cara na hora e nem rendi.

Primo: Pode ir pra casa ou sei la pra onde, no final de semana cê vai fazer contenção.

Falou e eu concordei, na hora que eu ia sair de lá, um dos meninos que fazia a contenção da entrada do morro chegou.

Soldado: Aí chefe, tem como cê me liberar hoje não? Eu faço madrugada depois, minha mulher acabou de ir pro hospital, vai ganhar meu filho hoje - falou e primo olhou pra ele.

Primo: E daí? Quem vai parir é ela, não tu, pode vazar lá pra contenção.

Soldado: Pô chefe, qual foi? Minha mulher não tem ninguém no hospital com ela.

Primo: Tem como não, já disse!

Falou e saiu andando.

Olhei pra ele e o menino foi todo desanimado trampar, na hora nem pensei em nada, só esperei o primo entrar pra sala dele e desci até onde o mesmo fazia a contenção.

Chapadona: Aí falei com o Bobô agora, ele disse pra tu ir lá no hospital, vou cobrir pra tu hoje e na semana que vem, você cobre pra mim.

Soldado: Papo mermo parceira?

Chapadona: Falei com ele agora, papo sério mermo, vai lá pô.

Soldado: Valeu aí pô, cê me salvou - falou e fez um toque comigo.

Ele saiu correndo subindo morro em direção ao hospital e eu fiquei lá fazendo a contenção com os outros meninos.

.......

Primo: Tá fazendo oque aqui se hoje é seu dia de folga? Tá trabalhando de graça?

Chapadona: Tô cobrindo o turno de um dos soldados que teve que ir para o hospital.

Primo: Foi fazer oque no hospital? Não teve invasão, não tem porque ir lá.

Chapadona: O filho dele está nascendo, aí ele foi lá.

Primo: E quem foi que liberou?

Falou de cara fechada.

Pensei rápido na hora.

Chapadona: O Bobô, ele liberou o menino.

Primo: Sem a minha ordem?

Chapadona: Ele ficou sabendo ué, a menina estava sozinha no hospital, alguém precisava acompanhar ela.

Primo: Aciona ele, quero ver se é papo sério mermo.

Na hora, tremi na base, por fora mantia minha palavra ali, como se fosse verdade, mas por dentro tava com um medo da porra do Bobô negar e ele iria ter razão né.

Eu tava de caô.

Mas não fiz isso só porque queria trabalhar, pensei na mina sozinha no hospital tendo um filho, não sou mãe mas sei que deve ser ruim não ser acompanhada pelo pai do seu filho na hora que ele vai nascer.

Posso ter mentido, mas tenho certeza que pelo menos o soldado e a mulher dele estão felizes por estarem juntos no hospital agora vendo o filho nascer.

Respirei fundo e tentei não mostrar pra ele que estava super nervosa.

Espero que Bobô concorde com tudo que eu falar.

Vida Bandida (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora