Capítulo 50

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Cidade de Deus

Nicolly

Quando deu 03:45 da manhã, os fogos brilharam no céu, enquanto estávamos fazendo a contenção da sala de cobrança, senti uma sensação estranha no peito.

Cafajeste: Eles chegaram.

Chapadona: Que de tudo certo!

Respirei fundo e entrei dentro da sala, ele estava encostado na parede, com uma faca na mão e me olhou quando eu entrei.

Chapadona: Já disse que vou me entregar, não precisa me matar aqui, não agora.

Bobô: Só estou garantindo que tu vá comigo.

Concordei e ajudei o mesmo a levantar.

Cafajeste: Já mandei os caras ficarem na contenção, tem que sair daqui logo!

Chapadona: Calma, não tem que ver como o morro está agora, o movimento.

Cafajeste: Se eu tô mandando tu sair, é porque tá de boa, inútil.

Chapadona: Vai se foder, cara! Não pedi sua ajuda!

Cafajeste: Não ajudo x9, tô pelos meus aliados!

Falou e eu ri, sarcástica.

Bobô: Grande namorado pô, te trata bem, igual princesa

Falou debochando.

Ajudei o mesmo a andar até a saída e os caras me olharam assustados.

Soldado: Colfoi cafajeste?

Cafajeste: Tô tentando entender também, mas mulher é complicado.

Falou e riu com os caras.

Ignorei eles e sai andando, indo em direção a saída do morro pelo matagal.

Lado contrário de onde estava tendo invasão.

Quando eu estava quase chegando meu tadinho apitou, era meu pai.

Radinho

Qual foi? Ta por onde, filha?

Tô na casa do cafajeste, pai

Fazendo oque? Tu não disse que terminaram?

Sim, mas vim pegar minhas coisas aqui, aí começou a invasão.

Tuas coisas, hãm sou besta agora é? Fica intocada aí, os caras veio atrás de tu.

Pode deixar, tchau, se cuida!

Tu também, da salve qualquer fita, vou mandar uns mano ir ficar na tua contenção.

Não! - falei rápido - não precisa, o cafajeste está aqui, estamos armados, qualquer coisa é nós pô.

Se situa, se eu tô falando que vou mandar, é porque vou!

Ta suave, te amo.

Vida Bandida (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora