Capítulo 41

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Canta Galo - RJ

Nicolle

Passar esse último final de semana aqui foi difícil, eu tive que fingir pra caralho, sobre tudo.

Eu comprei passagens.

Fiquei todos os dias falando no telefone de hora em hora.

Me fingia, chorava por horas.

Não tinha um sono bom, mas não por "minha vó" estar doente e sim por eu estar sendo fingida demais.

Eu sabia de tudo que podia ocorrer aqui dentro, eu sabia dos riscos se eu me apegasse.

Mas oque eu posso fazer?

Nunca tive alguém que me considerasse tanto fora do crime, uma família que me acolhece tanto.

Sem interece algum, só por gostar da minha pessoa.

Aqui sim, eu realmente fui verdadeira.

Depois de ter contato com a família de Bobô, eu consegui ser eu mesma.

Era bom demais!

Mas é como dizem né, tudo que é bom dura pouco e isso foi rápido demais, pra mim.

Terminei de arrumar a mala que eu iria levar e respirei fundo, olhando para ele deitado na cama.

Bobô: De qua foi? Ja mandei tu parar de chorar, pô!

Chapadona: É que eu to preocupada e essa viagem nao chega logo.

Menti.

Bobô: Vai dar tudo certo, preta! Fica tranquila, sua veinha é forte!

Chapadona: Eu sei que é, mas não consigo não me preocupar com ela.

Bobô: Preta, você vai la, vai cuidar dela e depois vai voltar as duas pra ca, bem e tranquilas!

Falou e eu concordei com o coração apertado.

Não iria voltar, mas todos eles iriam me esperar, eu sabia disso.

Mas não vão esperar tão felizes, depois de saberem que vamos matar o Primo.

Assim que terminei de arrumar minhas coisas, olhei as horas e vi que faltava mais de três horas para meu vôo.

Eu iria ficar um tempinho longe do Rio, até a poeira abaixar um pouco, e eu vou voltar para o CDD.

Para a minha família, meus amigos, que eu tanto sentia saudade.

Bobô: Vem pra perto, minha preta! Quero tu triste não, pô!

Chapadona: Colfoi? To suave agora, cara!

Bobô: Então vem aqui, sentar pro teu preto!

Falou e eu sorri indo direto para a cama, fazer literalmente nosso sexo de despedida.

...... 

Ja faltava poucos minutos para o meu vôo e eu estava correndo para ir no aeroporto.

Eu tinha perdido a hora com Bobô, simplesmente dormimos a tarde toda e quando eu acordei faltava uma hora para o meu vôo.

Quase matei ele, pois o mesmo estava acordado e nem falou nada.

Bobô: Ai, volta pra mim ta?

Falou assim que estacionou o carro dele.

Chapadona: Você vai me esperar?

Falei sentindo meu coração apertar.

Bobô: Lógico pô, assim que tu voltar, ja vamo até fazer o nosso muleque.

Falou sorrindo e eu ri negando com ele.

Chapadona: Você chapa demais, da não pô!

Bobô: Ah, que isso! Imagina uma cria com a sua cara e a minja braveza? Sai fora pô!

Chapadona: Vamos trocar de vulgo? Por favor?

Falei, ele riu e me beijou.

Bobô: Eu quero tu aqui comigo, eu, tu e meus muleques, pô!

Chapadona: Para de graça!

Falei com os olhos cheios de lágrimas ja.

Bobô: Eu não to pra brincadeira, por tu eu largo essa vida e nós vai viver vida de fazendeiro longe desaa bagunça toda, preta!

Chapadona: Você sabe que as coisas não são assim.

Bobô: Para Nicolle, tu sabe que eu faço tudo por tu, eu agrado demais de tu!

Chapadona: Eu também, mas as coisas não são assim, eu nem sei como ela esta la e se eu não poder voltar?

Bobô: Eu vou pra lá! Eu e o Kyan pô, a mãe dele nem liga!

Chapadona: Para com isso, não faz isso comigo.

Bobô: Colfoi mané? Oque tu quer pra sua vida então?

Chapadona: Eu quero você, mas as coisas não são tão simples.

Bobô: Porque não, preta?

Chapadona: Por conta que...

Eu pensei em soltar tudo, falar tudo, mas sei que ele nunca me perdoaria.

Sei que me mataria ali mesmo, depois jogaria meu corpo em qualquer canto e se caso alguém descobrisse sobre, ele iria ter orgulho de falr que matou uma x9.

Respirei fundo e olhei nos olhos dele.

Chapadona: Você é procurado, la é um bairro nobre, e eu não sei se ela vai estar bem para vir pra ca, entende?

Bobô: Nós faz de tudo! Se tu quiser, mando subir até um helicóptero pra buscar ela, pô!

Falou e eu sorri ja chorando.

Chapadona: Oque for pra acontecer, vai acontecer, meu amor, só não me espera.

Bobô: Ja to ficando bolado com essas paradas ai, truta!

Chapadona: Eu só estou falando pra você não parar sua vida por mim, eu não vou poder parar minha vida por tu, cara.

Bobô: Eu vou te esperar, porque quem decide isso sou eu, não tu!

Quandoeu ia responder, meu celular despertou, avisando a hora do meu vôo.

Chapadona: Eu preciso ir, para fazer o check-in e entrar no vôo.

Bobô: Só não esquece de uma coisa.

Chapadona: Oque?

Falei quanto puxava minha mala para o banco da frente.

Bobô: Eu agrado demais de tu, quero tu aqui comigo! A gente vai viver uma vida diferente pô! Eu prometo!

Falou e eu sorri de lado.

Chapadona: Até daqui um tempo.

Falei e beijei ele, como nunca pensei em beijar antes.

Com tanta vontade, paixão e despedida.

Vida Bandida (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora