capítulo 37

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Os meses foram passando e já fez um ano e pouco que eu estou aqui no morro.

Me apeguei mais do que eu deveria em todos, principalmente na família do Bobô que me acolheram como se eu já fosse dela.

A família dele é perfeita, tem nem explicação!

Me tratam como se eu realmente fosse daquela família, por mais que eu me apeguei muito neles.

Não esqueci da minha missão aqui, sempre que da tô indo lá, ou se não passo informações por ligações, claro que é um celular descartável, toda vez.

Até porque não sou louca de usar o meu para isso.

Tô ganhando meu dinheiro conforme as informações estão chegando, guardando sempre pra mim e já arrumando tudo que eu sempre quis.

Minha casa já está quase ficando pronta, tenho meus bagulhos que eu compro, sem contar roupa, bolsas, tênis, maquiagens e acessórios que quase toda semana eu compro.

Metade eu mando pro CDD e a outra fica aqui, eu tô crescendo nessa vida e tudo que eu mais quero e que eu ainda não consegui.

É a confiança do primo, ele parou de mandar gente atrás de mim, mas ainda sim tem um pé atrás, mesmo ele preso, nao sai do meu pé, me dá um raiva gigante isso.

Porque eu faço de tudo, mesmo que eu tô por pilantragem, eu faço de tudo certo pra ele e mesmo assim não pega confiança.

Não sei se é porque eu fico com o Bobô e ele tem ciúmes, ou se ele sente mesmo que eu não sou de confiança.

Bobô: Chapa não filha da puta - falou e tacou uma garrafa em mim.

Chapadona: Taca a mãe pra ver se quica, corno do caralho!

Bobô: Não mais que você, gostosona.

Chapadona: Tem outro alguém pra irritar, não?

Bobô: Não, por isso tô aqui.

Nem rendi nada, tava puta já.

Ele tem o costume, não sei nem o porque, de ir lá em casa de final de semana e me acordar cedo, principalmente quando é minha folga ou quando vou fazer a guarda dele.

Nossa, que ódio que eu fico!

Bobô: Acorda lindona, vamo lá no bar.

Falou e deu um tapa na minha cabeça.

Ele saiu andando e depois de um tempo eu levantei, ajeitei meu fuzil e subi atrás dele no ódio.

Assim que chegamos no bar, vi que os meninos da boca tava tudo lá, me sentei entre eles e fiquei moscando.

Loirão: E aí parceira, quanto tempo não te vejo!

Chapadona: Cê tá sumida da favela, qual que é?

Loirão: Tava de romance com um maluco aí.

Chapadona: Isso que não pode, abandonar o bonde por conta de rola?

Loirão: Ah vai dizer que não tá quase fazendo isso?

Chapadona: Nem macho eu tenho, como vou fazer?

Loirão: Tô sabendo do seu caso e do Bobô, o casal da favela - falou cheia de deboche.

Chapadona: Tô de casal com ninguém não pô, ele é meu chefe e eu trabalho pra ele, só isso mais nada.

Loirão: Ah parceira, toda favela sabe que seis tão juntos, só não assumiram.

Chapadona: Se a gente não assumiu, significa que não temos nada.

Falei e comecei a ignorar ela, não gosto do povo se metendo na minha vida.

Quer me deixar puta é isso, de meter na minha vida e ainda falar oque não sabe, papo reto!

Vida Bandida (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora