Gabriella
( + 20 comentários )um incômodo muito grande na garganta, foi a primeira coisa que senti quando acordei, apertei o negócio que tinha na minha mãe e em menos de segundos já tinha um enfermeiro aqui no quarto, tirou o tubo da minha garganta, é só aí pude respirar melhor, o mesmo ficou me olhando sem falar nada e eu não estava entendendo nada também.
Enfermeiro: você quer que eu chame alguém, todo esse tempo que você ficou aqui, sempre vem um passar o dia todo aqui com você.- concordei com a cabeça e antes dela sair, falei.
Gabriella: faz quanto tempo que estou aqui?- o mesmo pegou o celular, olhou, olhou, olhou, e depois voltou a atenção pra mim.
Enfermeiro: 3 meses.- fiquei olhando pra ele, pra ver se era alguma brincadeira, mas ele não esbanjou reação alguma.- acho que peguei pesado, olha vamos por etapas, me deixa ver se está tudo bem com você, depois eu pessoa pra menina que tá aí hoje entrar, ok?- eu apenas concordei mas em choque ainda. Ele fez exames básicos, como medir minha pressão, entre outras coisas, saiu falando que chamaria algum parente meu, mas meus pensamentos era só no meu filho, 3 meses sem mim é muita coisa, no André também, será que ele segurou aquele pinto dentro das calças.
Muito doido acordar de um coma e descobrir que eu fiquei em coma 3 MESES, muita coisa, meu coração quase saiu pela boca, mano eu perdi 3 meses da minha vida, vivendo com um vegetal, e pra isso foi como se isso não tivesse acontecido já que eu não lembro de nada né, estava inconsciente. Procurei pelo botão que inclinasse mais a cama, e quando consegui senti meu corpo dolorido, no mesmo momento a Bruna passou pela porta, chorando horrores, e eu sorri pra ela.
Bruna: não aguentava mais viver sem sua presença insuportável.- me abraçou tão forte, que senti até dor, e gemi espremendo os lábios.- desculpa, desculpa.- se afastou sentando na beirada da cama.
Gabriella: me explica isso de 3 meses desacordada? Perdi muita coisa? como tá meu filho? eu ainda sou noiva? André tá bem? amiga tô muito perdida.- me ajeitei na cama e só aí fui perceber que meu braço estava com uma tala de pano.- porque só esta você aqui, porque ele não tá aqui?- perguntei toda afobada.
Bruna: calma amiga, vamos por partes, primeiro vou te mostra a foto do gordinho, cresceu tá, tá falando tudo, esperto que só, e já vou te adiantando sentiu MUITO sua falta, mas nós cuidamos bem dele para que quando você acordasse, encontrasse o mesmo, tão bonito quanto deixou ele.- a mesma me deu o celular e realmente ele esta maior o que me fez encher os olhos de lágrimas, bateu uma saudade tão grande, da risada dele, comecei a sentir que realmente fiquei muito tempo longe dele.
Gabriella: pede pra algum trazer ele por favor, meu Deus, será que ele vai me estranhar?- engoli a seco sentindo o choro querer sair.- amiga liga pro André, pede pra ele vir, faz chamada de vídeo, alguma coisa pelo amor eu vou surtar.
Bruna: calma doida, é óbvio que ele não vai estranha, só foram 3 meses não anos, aqui dentro não tem área, vou perguntar alguém se aqui tem Wi-Fi.- a mesma me deu um beijo na testa e saiu, mas logo o enfermeiro entrou com comida, a cara estava ótima, mas o gosto não tinha, comi só a metade, bebi aquela suco sem açúcar, quase vomitei.
Gabriella: nossa isso é horrível.- falei pra ele que colocava algo no acesso a minha veia.- que isso, que você tá colocando em?
Enfermeiro: é remédio, aqui.- me mostrou fraco, depois mexeu no meu braços, que não estava doendo, apenas aquela tala me incomodando.- dói?
Gabriella: não, mas essa tala incomoda, quando eu vou poder tomar um banho? Ou então melhor quando vou poder ir embora?- ele tirou a tala do meu braço e me deu um alivio tão grande.- graça a Deus.
Enfermeiro: bom seus pontos da barriga já caíram, está tudo sequinho, você ainda vai precisar ficar aquela para avaliarmos sua situação, mas você deve ter alta breve.- bufei revirando os olhos, já não aguento mais ficar aqui.- vamos tentar ficar em pé um pouco, se você consegui, aquela sua parente te ajudar a tomar banho.- concordei me animando, me apoiei nele para levantar, me senti um pouco tonta no começou, mas nem falei nada, senti meu corpo todo dolorido, dei uma volta pelo quarto, segurando o soro e foi de boa, não estava mais me sentindo tonta.
Gabriella: nossa fiquei tanto tempo deitada que parece que eu não faço isso a anos.- me sentei na cama e a Bruna entrou no quarto novamente, veio com o celular na chamada de vídeo já, meu coração chega bateu mais forte.
CHAMA DE VÍDEO
Gabriella: oi mamãe.- estava aparecendo apenas ele que quando ouviu minha voz ficou procurando.
Gabriella: aqui filho, olha a mamãe aqui.- o mesmo me olhou, e eu já comecei a chorar feito uma boba.
Paulo: mamãe.- esticou os braços me chamando com a mão e começou a chorar também.- quelu mamãe, quéu mamãe.
Gabriella: não chora amor, mamãe já já chega aí.
Deco: acho que não foi uma boa ideia amor.- me arrepiei todinho só de ouvir a voz dele, ele virou a câmera pra ele, e o choro do Paulo foi ficando mais fraco.- ele tá com a minha mãe fica tranquilo, não vai dar pra colar por aí hoje.- olhei toda triste pra ele.
Gabriella: por que? aff
Deco: tu tá ligada onde tu ta? tá na barra minha nega.
Gabriella: porque eu estou tão longe? nossa eu quero ir pra casa, cadê ele já parou de chorar, deu até pena.
Deco: é saudade, mas isso já vai acabar, agora é só tu voltar logo, porra tu nunca mais faz isso comigo, na moral como que criança uma criança sem tu impossível.- ri
Gabriella: amor da um jeito de vir com ele por favor, não sei quando vou ter alta.
Deco: não te garanto nada não, mas eu vou tentar jae.
Gabriella: por favor, te imploro.
Deco: vou precisar desligar agora que vou precisar fazer um bagulho.
Gabriella: nossa, tô a três meses desacordada e você nem sentiu minha falta né.
Deco: tchau amor, depois a gente se falar.- ele desligou.DESLIGANDO...
Olhei pra Bruna super sem graça, nem acreditando e sem entender do porque ele desligar assim tão rápido, meu astral até mudou, animação eu já não tinha nenhuma, Bruna me ajudou a tomar banho, trocaram a roupa de cama, penteei o cabelo, mas sério eu já não tinha mas vontade de fazer nada, só queria que me dessem alta logo.
Enfermeiro: chegou mais gente.- fiquei até feliz, mas o meu filho mesmo não vai poder vir, passei a escova no cabelo pela última vez e senti um cheiro muito familiar.
Marquinhos: a piranha adormecida acordou.- sorri e o mesmo veio me abraças.- bixa que saudade, não aguentava mais vir te ver dormindo.
Guillia: nem eu, graças a Deus resolveu acordar né.- Abracei ela também que me deu um beijo no rosto.- meu Deus que saudade.
Gabriella: cadê a larinha?- só estava os dois.- não veio mais ninguém?
Bruna: Deco falou que vai tentar vir amanhã amiga, pelo menos ele vai tentar né?- concordei e sorri sem mostrar os dentes.- fica assim não amiga é que vira e mexe tem polícia na porta do hospital, já já vocês estão juntos de novo.
Marquinho: é bixa fica tranquila, e pode fica mais tranquila ainda por saber que aquele ali nem olhou pro lado, foi ele quem insistiu em ti, não deixou que desligassem as máquina por nada, ele foi quem mais teve esperanças em você.
Giullia: sim, quando se passou um mês me chamaram aqui pra falar sobre o desligamento das máquinas, ele quase me bateu quando fiz a pergunta a ele.- falou rindo e eu já estava chorando de novo.- amanhã eles então aqui com você.- beijou minha mão.
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NOSSO PROPÓSITO .2 ( CONCLUÍDA )
FanficPara o Deco o amor não existe mais, na sua concepção serviu apenas para-lê trazer decepção, já para Gabriella o amor existe sim, a mesma desfruta do amor mais puro e verdadeiro! E no meio de toda essa confusão, decepção e mágoas, será que ainda exi...