CAPÍTULO 75

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Gabriella
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Já estava me preparando para colocar esse hospital no chão, me encorporando no André mesmo, fazer o escândalo, mas não foi preciso, o mesmo médico que estava com ela onde que me chamou, me levou até a sala dele, outra coisa super estranha, mas até aí ok.

Gabriella: cadê minha sogra? o que está acontecendo?- o mesmo colocou alguns papéis na minha frente do que eu não dei atenção.- porra você tá de sacanagem, eu estou perguntando cadê minha sogra, onde ela tá, o que está acontecendo?- ele ficou me olhando, e aí sim decidiu falar.

Médico: então ontem demos a notícia do falso câncer correto?- concordei cruzando os braços.- nessa madruga ocorreu da paciente Márcia vir a ter outra parada cardíaca, nós tentamos de tudo, mas o coração dela não aguentou.- fiquei olhando pra ele meio que sem entender, esperando que ele terminasse de falar.- as 04:40 da manhã, a Márcia veio a óbito por insuficiência cardíaca.

Gabriella: meu Deus não é possível, eu deixei ela aqui você falou que ela estava bem, cheia de saúde, como?- comecei a tremer desesperada, pensando somente em uma única pessoa.- você tem certeza que é ela, não pode ter confundido? não é possível.- ele negou com a cabeça e eu passei a mão no rosto. Ele me explicou Tintim por Tintim de cada exame que ele colocou na minha frente, estava tudo ali na minha frente, só que eu não queria acreditar, não parecia real mais era. Eu assinei tudo que tinha para assinar, e fiquei de voltar amanhã para liberar o corpo para o IML. Mas antes eu fiz questão de confirmar se era ela mesmo, nossa e foi a pior parte, quando minha fixa realmente caiu.

Nem sei explicar o quanto arrasada estou, não consegui derrubar uma lágrima se quer, e não por, não estar sentindo a dor da perda, sim por saber que eu ainda vou ter que dar a notícia pro André, nem quero imaginar a reação dele, que tenho certeza, que não vai ser uma da melhores. Sai do hospital com a cabeça a mil, entrei na porta de trás do carro e fui o caminho todo com a cabeça no mundo da lua, fora de mim, pensando na melhor maneira de contar pro André, é aí que tá a merda como contar que a mãe dele morreu, se ontem eu cheguei em casa falando que está tudo bem. Só queria que fosse tudo um pesadelo daqueles horríveis mesmo, mas eu eu acordasse e estivesse tudo bem.

Gustavo: dona Gabriella, chegamos.- tomei um susto por ele estar falando um pouco alto.- desculpa é que já estamos parado tem um tempo.- concordei, mas não consegui sair do carro, foi sinistro, meu corpo ficou em estado de choque, lá de dentro vi o André sair com o Henrique no colo, todo feliz, meu coração estava quase saindo pela boca, minha garganta seca, e saber que eu ia ter que matar esse sorriso em alguns minutos, estava me matando.- tá tudo bem?- neguei com a cabeça e abri a porta a para sair, coloquei meus pés no chão e senti o corpo todo trêmulo, me apoiei no carro e fechei a porta assim que sai, fui andando até o mesmo de cabeça baixa, não consegui olhar diretamente para ele.

Deco: ué cadê minha mãe?- eu não sabia o que falar, não tinha palavra para explicar, por tanto que fiquei calada, não sai nada.- qual foi?- pegou no meu rosto me fazendo olhar pra ele.

Gabriella: vem, vamos entrar.- passei na frente dele e sai entrando, tinha muita gente ali, não seria bom contar na frente de todo mundo, esperei ele passar e fechei a porta da sala, o mesmo ficou me olhando, e eu passei a mão no cabelo agoniada.- amor, eu não sei nem como te contar isso, a sua mãe, ela... ela morreu.- essa última parte saiu baixa, quase em um sussurro, o mesmo colocou o Henrique no chão e ficou me olhando.

Deco: ela o que Gabriella? fala alto.- eu não queria chorar, de jeito nenhum, mas não aguentei, foi mais forte que eu.- o que, que aconteceu lá?

Gabriella: ela teve outra parada cardíaca, o coração dela não aguentou.- o mesmo levou as mão na cabeça e ficou olhando pra mim, senti o Henrique tocar nas minha pernas e peguei o mesmo no colo, me aproximei do André que continuava na mesma posição sem falar nada, só estava parado.- eu não vou saber te explicar, tudo aconteceu de madrugada, eles me disseram que tentaram de tudo.

Deco: não Gabriella, porra não, você me disse que ela estava bem, ela me falou, que porra é essa.- o mesmo foi até o sofá e se sentou negando com a cabeça.- não pô, para, cadê ela Gabriella para de brincadeira com a minha cara, tu foi lá pra trazer ela de volta, então cadê ela pô? - o mesmo não chorava, não se desesperou, repetia essas falavas toda hora, me aproximei dele, se sentando ao seu lado.- eu não vou acreditar em tu não, ela vai voltar, e eu vou esperar.

Gabriella: olha pra mim, eu não iria fazer isso com você nunca.- segurei no rosto dele e o Henrique foi pro colo dele.- eu queria muito estar dizendo pra você outra coisa, mas ela não vai voltar, eu sai pra buscar ela e voltei sem ela.- o mesmo negou com a cabeça e eu coloquei a mão nas costas do Henrique que está em pé no colo dele.

Deco: sai de perto de mim mano, na moral.- o mesmo não me olhava, e eu tentei colocar a mão nele, mas ele se esquivou e me entregou o Henrique.- SAI DAQUI CARALHO.- o mesmo se levantou e eu engoli a seco.- de novo não pô, de novo não!- o mesmo subiu as escadas rápido e eu fiquei ali sem saber o que fazer, até que ouvi muito barulho vindo da parte de cima, das coisas se quebrando, Henrique começou a chorar de medo, eu me levantei e fui até a porta, chamei o bicudo e contei pra ele o que tinha acontecido, o mesmo subiu correndo, e eu fiquei ali em baixo sem reação, não tinha como eu subir por conta do Henrique, mas não queria deixar ele sozinho nesse momento, os barulhos foram parando, então eu peguei meu celular e liguei pro meu pai, não falei nada só pedi pra ele vir.

Bicudo ainda estava lá em cima com o André quando meu pai chegou, contei pra ele, e o mesmo falou que ficaria com o Henrique pra mim, o mesmo já estava mais calmo, deixei eles lá em baixo e subi, bicudo estava sentado do lado de fora no corredor, e a porta do nosso quarto estava fechado, provavelmente com o André.

Bicudo: ele não quer abrir, mas pelo menos consegui fazer ele para de quebrar as coisas.- mordi o lábio e bati na porta, não obtive resposta então bati outra vez, e ele não respondeu também.- não adianta.

Gabriella: amor? Abre a porta por favor.- ele mais uma vez não me respondeu, muito menos abriu a porta.- André por favor.- respirei fundo, ouvindo algo se quebrando.

Deco: EU NÃO VOU ABRIR E NÃO QUERO FALAR COM NINGUÉM, CARALHO, PARA DE ENCHER MEU SACO PORRA.- não falei mas nada, mas também não sai dali, me sentei na porta junto com o bicudo, se eu insistisse seria pior, então eu só fiquei ali, de alguma maneira eu estava ali "do lado" dele.

Gabriella: eu não vou sair daqui, enquanto você não abrir a porta, e falar comigo, só pra você saber que ainda estou aqui.- como o esperado ele não respondeu né, meu pai me mandou mensagem avisando que ia levar o Henrique com ele.

Bicudo: eu vou dar um papo no Dimenor, Deco não vai ter condições de ficar de frente no morro por hoje.- ele se levantou e eu concordei, encostei minha cabeça na postar e fiquei ali sentada.

NOSSO PROPÓSITO .2 ( CONCLUÍDA ) Onde histórias criam vida. Descubra agora