NOSSO PROPÓSITO .2 ( CONCLUÍDA )

CAPÍTULO 76

Deco
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Ódio, e a palavra que me define, de primeira eu só sentir ódio, e me recusava a acreditar, foi tudo tão do nada, eu levava fé que ela entraria pela na sala dizendo que não passava tudo de uma brincadeira, por mais que fosse a pior brincadeira da minha vida. Irmão, eu só queria que fosse uma sonho, um maldito de um sonho fudido, que fosse mexer da pior forma comigo, mas que eu acordasse e visse que tudo estava bem. O foda mesmo foi descontar o ódio, que no final sempre vem a realidade, dói pra caralho, dói como se estivesse arrancado a porra do meu coração de dentro de mim a sangue frio, já senti uma vez, e tá parecendo três vezes pior sentir agora, eu já deveria saber lidar com essa situação, mas não, caralho que vidinha fodida. Abri a porta depois de papo de umas três horas sozinho, na altura desse campeonato já tô ligado que geral já deve tá sabendo, e por isso não quero ninguém perto de mim, a não se minha família. Me deparei com a sena da Gabriella caindo, levantou assustadona, acho que estava dormindo, só ela.

Gabriella: aí, não sabia que você ia abrir que susto.- se aproximou querendo me abraça, mas mano eu não queria isso, não queria que sentissem pena, por isso gosto de ficar sozinho nesses momento.- tá, não vou te abraça.- graça a Deus ela percebeu.

Deco: eu tô bem, valeu?- ela ficou me olhando como se não acreditasse.- cadê meu filho? manda trazerem ele, e eu não quero ver ninguém, não quero ninguém em cima de mim.- ela concordou e eu desci, fui até a cozinha e bebi água, mas eu tô com uma tremedeira sinistra que nem consegui beber tudo, só sentei na sala e fiquei esperando que aparecerem com o Henrique, Gabriella demorou lá em cima, mas desceu quando bateram na porta, deu pra ver que era o pai dela com o menor, eles trocaram meias palavras e o mesmo foi embora, ela fechou a porta e colocou o Paulo no chão, que veio correndo, com maior sorrisão bonito pra cima de mim, e como eu queria ser menor da idade dele nesses momento, queria não entender o que está acontecendo, que não me fizessem sentir o que estou sentindo, porra e eu odeio ficar assim, ódio que vejam esse meu lado.

Paulo: papai.- peguei ele, vendo ali meu refúgio e toda minha fraqueza, foi eu pegar ele no colo pra sentir o choro entalar na garganta, eu não quero e não vou chorar, mas quem disse que sou forte ao ponto? Abracei ele, e sem minha permissão as lágrimas desceram, e foda quando da mais pra segurar, quando a fixa cai e tu se liga que nunca mais vai ver a pessoal. Eu nem tive chances de me despedir, ao menos me redimir o suficiente com ela depois de tudo aquilo que falei, tô me sentido um merda, eu não a apoiei fiz ela, fazer por mim o que eu deveria fazer por ela.- não chola, não papai.- colocou aquelas mãos pequenas no meu rosto, e beijou em seguida.- salar o cocoí.- costumávamos fazer isso toda vez que ele caia, para o mesmo parar de chorar.

Gabriella: a gente tá com você, e vamos ficar do seu lado para sempre! Nós te amamos muito.- ela estava sentando do meu lado e eu nem tinha me ligado antes.- minha última lembrança da sua mãe vai ser dela me agradecendo por ser o melhor pra você, sei que ela foi feliz, e até meu último minuto na terra vou fazer com que ela continuei feliz lá de cima, sinto como se ela tivesse passado esse legado de cuidar e te amar independente tudo, para mim, e é isso que vou fazer sem sombras de dúvida, vou estar aqui sempre que precisar, jamais soltarei sua mão.- ela pegou na minha mão e apertou, respirei fundo, e desviei meu olhar do dela, tô ligado no quanto a Gabriella faz por mim, mas me dói saber que ela teve a oportunidade de se desperdice e eu não, sei que é por conta da vida que eu escolhi, não tinha outra saída.

Deco: e agora, como que faz para de doer?- olhei pra ela que ficou me olhando sem resposta.- eu queria saber o que foi, que eu fiz pra merecer isso, qual foi eu tô cansado de tudo, papo reto mesmo, eu não sei se eu vou aguentar não mano, caralho, eu não sabia que eu merecia tanta coisa ruim assim, que eu sou um filho da puta eu sei, mas eu tenho lá meus lados bons, mas sem troca só recebo isso, pedrada, só coisa ruim, que isso Gabriella, qual é o sentido da minha vida?

Gabriella: Henrique.- não pensou duas vezes antes de responder.- por favor, eu sei o quanto é difícil, já passei por isso e foi horrível, mas não faz nenhuma besteira, se lembre sempre só Henrique que vai estar te esperando, só nele, não digo nem por mim, ele a partir de agora é sua única família agora, eu também é claro, mas primeiramente peço a você que pense nele, não quero saber se vai me atingir não ou não, a única pessoa que mais importa agora é ele.- foi só falar nele que o mesmo já ficou agitado, querendo ficar em pé no colo.

Deco: tu pode ver os bagulho do enterro pra mim, tô sem cabeça nem uma, tô pensando ai se vou, mas eu quero um bagulho digno do que ela merece, tenta colocar pra esse aqui de inhaúma mesma.- ela concordou e eu um beijo no meu braço.- é muito louco essa sensação, nunca mais vou ver a mulher que me pôs no mundo, que sempre fez o possível e o impossível por mim, nunca imaginei que ia perder ela tão cedo, ela só tinha 45 anos, eu não andava tão grudado com ela como antigamente, mas eu sabia que a qualquer momento que eu fosse procurá-la ela estaria lá me esperando, mas e agora, pra quem eu vou recorrer, como que eu vou falar com ela? os puxões de orelha, os xingamentos, tudo que ela fazia já tá me fazendo falta, da doendo pra porra saber que nada disso nunca mais vai acontecer, parecer te um buraco em mim, ela ainda foi sem se despedir de mim, não consigo aceitar, me conformar com essa situação.- minha cabeça tava doendo pra uma porra, e quanto mais eu segurava o choro, mais tudo doía, eu só queria entender o porque, queria saber onde estava Deus agora? só pra mim que esse cara pouco se importa, não é possível.

Uma parte de mim queria fugir, liga o foda-se pra tudo, pouco me importar para as consequências futuras, a outra parte pensava no menor e na gabi, uma confusão sinistra dentro de mim, junto com um misto de dor, uma dor do caralho, fodida mesmo, pra derrubar qualquer um, por essas e outras não quero me entregar ao luto, que eu tô ligado que se eu me entregar vou acabar com tudo, fuder minha vida, eu tô me segurando pra não fazer isso.