CAPÍTULO 94

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Gabriella
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Meu pai me fez acordar cedo, só para nesse tal futebol que ele inventaram, comprou chuteira pro Henrique e tudo, mas o mesmo nem colocou o uniforme do time dele, e sim o do pai, ele me pediu pelo WhatsApp então eu coloquei né fazer o que. Sai de casa juntinho com meu pai, fiz as meninas sair também o mesmo horário porque eu que não vou ficar sozinha, Marquinhos pediu folga e tudo, eu amo, e ele também adora comida de graça, quando chegamos cada um foi para um lado, ele foi pra quadra e eu fui procurar meu povo naquela multidão, não demorou muito não, porque a cabeleira da Bruna chama atenção, me achei rapidinho.

Marquinhos: Dino você veio.- falou pro Henrique eu riu pro mesmo e foi pro colo dele, eu sentei logo tô muito sedentária, não demorou muito pro bonito aparecer por aqui, eu só ignorei porque tô tentando fugir dele, fugi esses últimos três dias, mas não vai dar pra fugir pra sempre né, eu já sei e tô bem decidida da minha decisão, o que me pega e o medo, tenho muito medo dele fazer tudo de novo, por mais que ele já tá mostrando uma evolução do caramba, enfim diz ele que quer conversar, eu não quero conversar com ele, quero outra coisa, e sei que se eu ficar sozinha com ele, vai fuder tudo literalmente. O mesmo já cheio de graça pra uma mulher bonita do outro lado da quadra que eu nunca vi na vida, toda bonitona mesmo e ele ainda deu as coisas dele pra ela segurar, só faltei ir lá perguntar quem era ela, mas me segurei. O jogo começou mas eu não estava entendo nada, só vi meu pai fazer gol e sair comemorando, Deco ficar muito puto, o que me fez rir, Henrique comemorando, esse casaca, mas pelo que eu entendi foi erro do zagueiro, mas se vierem me perguntaste que é zagueiro eu não vou saber responder. Só sei que acabou mas o povo continuou ali, fiquei sem entender nada e olhei pro Marquinhos.- intervalo amiga, não acabou ainda.- olhei pro Henrique que tava na corcunda do Gustavo, com um picolé na mão.

Gabriella: gente quem deu isso pro meu filho?- olhei pra meninas que apontou pro Gustavo que se fez de maluco e ficou batendo palma lá, cantando uma música de torcida, neguei com a cabeça e peguei a garrafa de água da mão da Bruna, para beber. Enfim o jogo voltou, eu não entendo nada disso, só vi que eles estavam pra lá e pra cá, aí depois galego fez gol, Henrique comemorou de novo, e eu só sabia rir, em seguida André e Julião brigando, André quase pra cima do menino, não entendi o motivo da briga também, só sei que separaram, o juíz deu o tal do cartão amarelo lá, e tudo voltou ao normal, não aguentava mais esperar aqui acabar, por fim estava faltando um minuto do pra acabar, o Julião vai lá e me derruba o Deco de novo, achei que ele ia bater no menino mas não, se levantou rápido, o cara ajeitou a bola no chão, ele parou atrás dele e um pouco a frente dele tava quase todos os jogadores em uma espécie de barreira, sei lá o nome, só sei que o juíz apitou, ele chutou e eu estava tão aflita que quando a bola entrou no gol comecei a pular para comemorar.

Gustavo: CARALHO QUE GOLAÇO, DE FORA DA ÁREA, DECO É PICA MERMO.- peguei o Henrique que estava com os braços levantando pra cima comemorando, olhei pro campo de novo e vi o Deco colocar a bola na barriga por baixo da blusa e o dedo na boca, fiquei sem entender NADA, o povo começou a comemorar mais ainda, falando que eu estou grávida, sendo que eu não estou, engoli a seco e olhei pra Bruna que também me olhava, meu coração tava disparado, o povo me dando parabéns, e eu estava em choque, sem falar nada, meus olhos marejando já, quando cai na real, peguei a mochila do Henrique e sai saindo, empurrando todo mundo, segurei firme o Henrique no colo e apressei os passos, quase atropelando todo mundo, eu só queria sumir daqui o mais rápido possível, com um sentimento de profundo arrependimento de ter posto os pés aqui. Agora entendi o que ele quer falar comigo, meu Deus, eu não acredito! Quando consegui sair da área da arquibanca chega respirei melhor, já que a muvuca estava lá, não tinha quase ninguém na rua, então eu fui descendo.

Paulo: papai.- olhou pra mim sorrindo, e eu senti a lágrima escorrer pelo rosto, mas sequei rápido, ouvi o barulho da moto do outro, aumentei os passos, mas não foi o suficiente já que ele estava de moto e tava muito bem para me alcançar, jogou a moto um pouco a minha frente e eu tive que parar.- gol papai, gol.- falou rindo para o Deco que me segurou pelo braço quando eu tentei passar.

Deco: qual foi Gabriella?- eu nem estava acreditando que ele me fez essa pergunta, tentei me solta, mas ele não soltou e eu não fiz nada que pudesse me fazer cair eu não machucar o Henrique.- calma aí cara, olha pra mim pô.- eu não olhei, o ódio que eu tô sentindo da cara dele.

Gabriella: me solta, me deixa ir embora, e não esquece de avisar que a grávida não sou eu,  pra favela toda que veio me parabenizar.- a vontade de chorar tomou conta de mim, comecei a me tremer me levando que ele disse que iria esperar meu tempo, mas pelo jeito esperou enfiando o pau em outra.- cara me deixa ir André, para de torturar mano.

Deco: que torturar o que minha preta, foi só uma brincadeira, ele me desafiaram e eu fiz, aqui o dinheiro eles apostaram.- tirou um bolo da cintura.- eu não falei que ia te esperar e tô cumprindo pô, tô cheio de saudades da gente, tu acha mesmo que eu ia cometer uma burrada dessa, maluquice, filho só contigo mesmo, quando tu quiser nos província isso, mas sem pressa, minha única pressa e te fazer voltar pra mim, não aguento mais ficar longe de tu, sem poder te beijar, porra, isso sim é tortura minha preta.- fiquei olhando pra ele sem saber o que falar, aliviada, muito aliviada, o mesmo ficou me olhando e eu desviei meu olhar dele, soltou meu braço me puxando pela cintura.

Gabriella: pode parando.- botei a mão no peito dele, e o Henrique agarrou a blusa do mesmo, sem querer deixei meu olhar recair sobre a boca dele, mordi a minha, e o mesmo apertou minha cintura se aproximando de mim, quando tava quase ouvimos o barulho da buzina de uma carro, só assim nós ligamos que estávamos no meio da rua, ele me soltou e que tirei a mão do Henrique da blusa dele indo pro canto, ele veio pro meu lado e pegou o filho botando no tanque da moto.- vai levar ele? eu vou embora

Deco: ah para, tu vai voltar comigo, bora sobe aqui logo.- eu neguei com a cabeça, duvido que eu volto pra lá com ele, imagina a vergonha, aí mesmo que o povo vai pensar eu estou grávida.- coe preta, por favor.- o mesmo segurava o Henrique pela barriga, que tava tentando ligar a moto.

Gabriella: não, não vou pra lugar nenhum com você tu acha que eu não te vi cheio de graça pra uma morena bonita hoje cedo, pode levar ele eu vou pra casa.- ele me olhou rindo e eu revirei os olhos, tirei a mochila do ombro entregando a ele que não pegou.- então me dá ele que eu levo.

Deco: tu também é foda, aquela lá e minha tia, bora que rir bom que eu te apresento para ele logo.- neguei com a cabeça, cruzei os braços e ajeitei o cabelo.- então bora pra casa transar pô, pra ver se melhor esse teu humor.- quase falei sim, me segurei pra não rir, tudo que eu queria mesmo.

Gabriella: que tia é essa que eu nunca conheci? e tu vai me apresentar pra que se a gente nem tá junto.- levantei as sobrancelhas.- vai falar o que, não pô aqui a mãe do meu filho.- imitei a voz dele e o mesmo riu.

Deco: isso aí pô.- passou a mão por dentro do meu croopd e me puxou pra perto, me arrepiei todinha.- bora logo minha preta, não estou te pedindo nada demais.- tirei a mão dele dali que estava se aproveitando pra encostar no meu peito, e ele com aquela cara de sínico dele.

Gabriella: bora logo André, antes que eu me arrependa.- o mesmo ajeitou a moto, e eu subi em seguida, Henrique foi ali na frente mesmo, o mesmo foi devagar então não vi problema algum, foi só a gente voltar junto pra geral olhar né.- o que eu falo se ele vir me dar parabéns?- falei baixo pro André, enquanto saia da moto.

Deco: agradece ué.- falou como se fosse a coisa mais simples do mundo, revirei os olhos ajeitando minha roupa, ele pegou o Henrique e saiu dando na frente com o mesmo.

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