CAPÍTULO 83

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                                      Gabriella
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Meu pai está me mimando mais que nunca, de uma forma surreal mesmo, ele marcou unha, cabelo e sobrancelha pra mim, só veio me avisar agora depois de pagou, falou que estou muito relaxada comigo mesma, que só vivo presa dentro de casa cuidando do Henrique, o que não é mentira, até porque não tenho vontade de sair, ainda não, quem saiba mais para frente, agora quero ficar mais na minha, curtindo meu filho, que por sinal está um pimentinha.

Mensagem 💬

Paizito: tem salada de frutas na geladeira, com nutella como você pediu
Paizito: vou demorar pra chegar em casa hoje.
Paizito: te amo!
Gabriella: obrigadooooooooo!
Gabriella: amo você

... 💬 ...

Tô falando que ele tá surreal, tô ficando mal acostumada com tanta mordomia. Desci as escadas com o Henrique no colo e fui direto pra cozinha pegar a salada de frutas, chega salivei quando vi, tudo que eu estava precisando para levantar meu astral, e que negócio gostoso, dos deuses mesmo, de outro mundo, Henrique caiu dentro juntinho comigo, comeu mais que eu, mas tá tudo bem.

Paulo: masi mamãe.- falou assim que acabou de mastigar o último pedaço de manga que eu tinha colocado na boca dele, mostrei pra ele o pote vazio, e o mesmo fez biquinho.- cadê papai?- acho que pra mim a pior parte tá sendo essa, não tem um dia que ele deixe de chamar pelo pai, e o pai tá pouco se fudendo pro menino, o que tá me deixando com raiva dele, falou que ia arcar com a responsabilidade dele, mas até agora nada, amanhã já vai fazer uma semana que eu tô morando com meu pai, não é muita coisa mas eu sei o quanto meu filho tá sendo falta dele, no terceiro dia que a gente dormiu aqui, Henrique chorou tanto de madrugada chamado por ele, e isso machuca de verdade.

Gabriella: papai o que, a mamãe aqui amor.- limpei a boca dele, em seguida dei um beijo no rosto do mesmo que riu, passou a mão no meu rosto, olhando pra mim com aquele sorriso lindo dele.- vamos esperar a tia chegar, que a mamãe vai sair pra comprar soverte pra gente.- o mesmo ficou me olhando, depois pediu pra descer do colo, foi pro lado da sala correndo, fui atrás dele, que fez o que? isso mesmo espalhou os brinquedos, em seguida ouvi me celular toca, quando vi que era a Bianca já fui logo abrir a porta pra mesma, que me comprimento e entrou logo depois.

Bianca: demorei muito? tinha um garoto ali no meu pé, me pedindo meu número já tava quase pedindo socorro pra alguém.- falou rindo e eu neguei com a cabeça.- mas cadê a criança?- pontei com o dedo para dentro do baú, que agora ele tá com essa mania, tirar todos os brinquedos do baú para entrar.

Gabriella: Henrique, olha quem chegou.- o mesmo levantou rápido e abriu maior sorrisão quando viu a Bianca, é bom ver que ele gosta dela, não fico tão preocupada na rua.- sai daí pra falar com ela.

Paulo: azuda mamãe, azuda.- ri vendo o mesmo tentar sair sem virar o baú, o que era quase impossível, então a Bianca foi na frente para tirar ele, e aproveitou para dar um beijo no mesmo, que sorriu.

Gabriella: vai obedecer a tia né Henrique, eu vou rapidinho e já volto, se eu chegar aqui e tiver reclamação, vai ficar sem sorvete.- me aproximei do mesmo e dei um beijo nele, subi pro quarto para pegar minha bolso, e depois sai de fininho para que o mesmo não chorasse. Fiz o cabelo e as sobrancelhas no salão daqui da rocinha mesmo. cara que alívio, meu cabelo estava só a misericórdia, outra coisa agora, brilhoso que só, o cheiro nem se fala no quanto está bom, a sobrancelha eu só limpei mesmo, agora a manicure que eu me desanimei um pouco, a menina teve que ir pro alemão, não queria pisar lá nem tão cedo, mas já que tá pego eu não vou fazer desfeita, Gustavo ainda é meu motorista, mas como eu quase não tô saindo, ele fica mais lá do que cá, tive que ligar pra ele, e esperar o mesmo vir me buscar, o que demorou um pouco, então eu me sentei na praça pra comer açaí. Chegamos no alemão rapidinho, estava uma movimentação estranha, os meninos tudo agitado mas eu nem quis me ligar muito nisso, gustavo me deixou aqui na porta do salão novo da menina, que fica de frente para uma das bocas daqui do morro, eu sai do carro e foi inevitável não escutar o que eles estavam falando, falando não gritando mesmo.

xxx: o que chegou pra mim e que iriam acertar com o chefe la, papo de levar uma coça mesmo por estar vacilando com o comando, se pá perde o morro.- falou para um menino que está ao seu lado.

xxx: o Deco? Ou o Dimenor? ele concordou com a cabeça.- se for o Deco tu tem certeza? Ele sempre foi pelo certo pô.- olhei bem pra cara deles , que quando me viram ficaram assustados é super sem graça, me aproximei dele, para entender mais sobre.

Gabriella: termina que eu também quero saber, que histórias é essa?- cruzei os braços na altura do peito olhando pra um deles com a cara fechada, o mesmo engoliu a seco e olhou pro outro, logo voltando a me olhar.

xxx: patroa, é que... posso te chamar assim né? me olhou meio sem jeito e eu concordei.- estão no desenrolo com o Deco lá em cima, naquela casa perto do mirante, o bagulho tá sério, não aconselho a...- antes mesmo dele terminar de falar eu já estava sentando no carro novamente e mandando o Gustavo ir, até minha antiga casa, o caminho foi uma eternidade, parece que nunca iríamos, chegar sério, eu já estava imaginado o pior, quando chegando, desci correndo do carro, sai entrando antes que algum segurança da porta quisesse me parar, e porra foi pior ou melhor coisa que eu fiz, André estava sendo segurando pelo Hungria, TODO machucado, muito mesmo, o rosto todo ensanguentado, meu pai e o outro lá batendo nele, mesmo ele mostrando estar muito vulnerável sem forçar nenhum.

Gabriella: MEU DEUS O QUE É ISSO.- gritei desesperada mesmo, parei na entrada da sala porque eu fui segurada pelo bicudo e Dimenor que não faziam nada, apenas olhavam, igual a muitos outros que se diziam amigos dele ali.- ME SOLTA, ME SOLTA, PAREM COM ISSO ELE JÁ NÃO AGUENTA MAIS, PARAAAA.- comecei a chorar, meu pai parou mais o outro continuou, o que em dedicou mais desesperada ainda.

Tikão: TIREM ELA DAQUI CARALHO.- eu neguei com a cabeça tentando do me solta, mas eles estavam me segurando muito forte.

Gabriella: por favor eu imploro, para com isso gente, por favor não batem mais nele, pelo amor de Deus.- ele já nem respondi mais de tanta porrada que já tinha levado.- ME SOLTA.- gritei revoltada olhando pro bicudo e pro Dimenor.- QUE CARALHO DE AMIGO VOCÊS SÃO, NINGUÉM TA VENDO QUE ELE JÁ NÃO AGUENTA MAIS? JÁ DEU MANO, POR FAVOR GENTE.- ele me olhavam mais não faziam nada, o que me deixava puta, com muito ódio de todos que estavam ali, covardia, é isso que estão fazendo com ele.

Bicudo: não complica cara, tu tem que sair daqui.- olhei pra ele com repúdio é muito nojo.

Gabriella: me solta.- olhei pra ele e o Dimenor que não soltar.

xxx: podem deixar ela pô, já fiz o que eu tinha que fazer, solta ele Hungria, é isso fica de aviso pra qualquer um que vacilar com o comando, tô pegando leve ainda.- que ódio, que ódio desse cara, ódio de todo mundo que está aqui, todo mundo que se diz amigo, nunca vi isso, ninguém moveu um dedo para ajudar o mesmo quando jogaram ele no chão no meio daqueles vidros, esse Hungria outro que no bom e amigo.

Gabriella: isso é pra ele aprender os amigos que ele tem ao redor, tudo um bando de filhos da puta, amigo é o caralho, ele lá no chão e ninguém move um dedo pra ajudar, EU QUERO QUE VOCÊS SE FODAM MUITO, ELE PODE SER O FILHO DA PUTA QUE FOR MAIS TENHO CERTEZA QUE SE FOSSE ALGUM DE VOCÊ NO LUGAR DELE, ELE SERIA O PRIMEIRO A SE METER, ESSE BABACA, SE APROVEITEM MESMO DA FRAQUEZA DELE PARA CRESCEREM, DIMENOR DAQUI A POUCO VIRA DONO, e olha parabéns que você ache alguém mundo pior que você, ou até mesmo o bicudo pra tomar a porra do seu lugar, que todos vocês que estão aqui passem pela mesma situação, ou até pior, eu vou rezar muito para que isso aconteça.- passei por ele no ódio, chorando de ódio também, fui pro lado do André mais meu pai pegou no meu pai.- você é outro, me solta que eu não quero olhar pra sua cara, e pode ficar tranquilo que eu vou sumir da sua casa.- puxei meu braço com força e passei pelo outro que estava batendo também e bati com o ombro nele, que me olhou de cara feia, pouco me importei, fui ajudar o André que estava no chão tentando se levantar.

Deco: caralho.- grunhiu de dor quando eu coloquei ele sentando.- tá doendo tudo Gabriella, porra.- gemeu de dor colocando a mão no rosto que tinha muito sangue, um dos olhos nem abriam, o que me fez começar a chora de novo, olhei ao redor da sala e já não tinha mais ninguém, ninguém pra ajudar, nem um "amigo".- para amor, não chora eu tô bem, tô precisando da tua ajuda, não se ligar nesse coisa aí que tu falou não, só me ajudar por favor.- concordei cessando o choro, e ajudando o mesmo a se levanta, que reclamou muito mesmo, eu mal conseguia olhar pro rosto dele, de tão machucado que estava.

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