034 - Secretária, que trabalha o dia inteiro comigo

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       JA FAZEM ALGUNS DIAS DESDE QUE Minho e eu discutimos e não voltamos a nos falar, eu não o vi

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JA FAZEM ALGUNS DIAS DESDE QUE Minho e eu discutimos e não voltamos a nos falar, eu não o vi. Ele não me procurou, não se deu ao trabalho de responder a nenhuma das mensagens no nosso grupo de amigos e eu sei que não fará nada disso. Ele é orgulhoso, eu também sou. Não pretendo ligar, acho que talvez precisemos mesmo desse tempo afastados.

       É estranho para mim pensar em Minho como alguém assim, que surta de repente, essa pessoa normalmente sou eu. O Lee sempre pareceu tão calmo e centrado que chega a ser uma surpresa para mim as suas últimas falas, mas eu estou tentando não pensar muito nisso.

       A universidade finalmente nos deu as tão merecidas férias e eu pretendo usá-las. Pensei que estaria me divertindo horrores agora, mas, quebrando todas as minhas expectativas, estou completamente entediada. Não tenho nada para fazer, a verdade é simples e curta.

       Eu poderia ir passar um tempo com Yuna e Chan outra vez, mas praticamente acabei de voltar de lá. Os meus amigos estão trabalhando em tempo integral nas férias, sendo assim, combinamos de nos encontrarmos apenas às noites da pizza, ou fins de semana. Nós até marcamos de acampar, mas isso acontecerá no sábado e hoje ainda é segunda-feira. Espero ao menos ter voltado a falar com o meu amigo até lá, não que eu esteja pensando nisso, tipo, o tempo inteiro.

       Depois de rolar na minha cama sem parar enquanto não penso na briga de dias atrás, porque hoje eu nem consegui abrir um livro, me pergunto se não devo ir hoje com a minha mãe ao trabalho. Prometi para ela um tempo atrás que iria em breve, acho que o "breve" chegou.

       Eu olho o relógio no armário ao lado da cama, de repente empolgada com algo depois de um longo tempo entediada. Já está na hora de mamãe voltar ao trabalho. Do meu quarto, eu consigo ouvir o barulho conhecido do carro dela sendo ligado. Desço as escadas tão rápido que poderia ter caído e me machucado, mas o que importa é que a alcanço e dá tudo certo no fim.

       — Mãe! — chamo-a, sem fôlego, batendo no vidro fechado do carro.

       Assustada com a minha presença, mamãe dá um pulinho ali mesmo do banco onde está. Em seguida, ela abaixa o vidro para poder falar melhor comigo.

       — Mãe, está indo trabalhar? — pergunto o óbvio. O ar dos meus pulmões ainda falta e isso atrapalha o meu cérebro de pensar.

       — Sim, por quê? — ela questiona, encaixando o seu cinto de segurança. — Quer carona para algum lugar?

       — Não. Eu estava pensando se está tudo bem eu ir hoje com você. — peço a sua permissão.

       — Claro, entra. — ela concorda contente.

       Faço o que a mais velha pede, ela até coloca uma música animada, baixinha, antes de pisar no acelerador. Seus dedos batucam no volante seguindo o ritmo da canção, seus ombros não estão tensos como o de costume e ela até cantarola no ritmo, está bem relaxada hoje.

𝐒𝐎𝐔𝐋𝐌𝐀𝐓𝐄; 𝗹𝗲𝗲 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅Onde histórias criam vida. Descubra agora