Capitulo 15

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Lion

Após o banho e me vestir de forma apresentável, deixo o quarto e desço as escadas com cuidado para não chamar atenção. Pois a última coisa que quero nesse momento é topar com as duas mulheres na sala novamente, quero passar batido e ir direto para o escritório ligar para Justin, e vou tratar de ficar lá por um bom tempo, o constrangimento de mais cedo foi o suficiente para um dia.

Mas ao invés de ouvir vozes, tudo está no mais absoluto silêncio, o que é bastante estranho.

— Será que foram para a parte externa? — Me questiono baixinho enquanto desço os degraus vagarosamente, buscando fazer o menor barulho possível, olhando na direção da sala para ver se consigo vê-las.

— Julia já foi embora! — A voz da senhorita Mille chama minha atenção, e tomo um susto. Jesus, esse dia só piora!

Ela está parada no final dos degraus na parte inferior da casa, me surpreendendo, pois ao menos me dei conta da sua presença ali e com certeza, Anna esteve observando minha tentativa ridícula de não chamar atenção.

Respiro fundo e me coloco em posição ereta, na tentativa de não deixar transparecer que estava querendo fugir do confronto, mas acabei sendo pego no pulo. Desço os restantes dos degraus e paro ao seu lado.

— A visita foi breve. — Digo tentando soar casual.

— Sim foi, Julia só queria saber como foi a chegada dos funcionários e garantir a você que são todos pessoas conhecidas e de bem.

— Acredito nisso, conversei com eles. Ao que parece, não são do tipo que vão nos criar problemas. Sabem que é atriz, mas não pelo jeito, não são seu público alvo.

— Isso é bom...

— Sim, é!

Anna fica algum tempo em silêncio, e vejo que distribui o peso do seu corpo entre uma perna e outra, claramente quer me dizer algo e decido incentivá-la para que acabemos logo com isso.

— Precisa me dizer alguma coisa, senhorita Miller? — Ela me encara e torce o nariz.

— Poderia me chamar de Anna? — diz de imediato. — Todos que trabalham comigo me chamam assim, quando me chama de senhorita Miller parece que fiz algo de errado.

Tenho vontade de sorrir, em alguns momento a garota parece ser atrevida e desafiadora, já em outros, mostra uma fragilidade em suas palavras. E posso estar errado, mas talvez ela não seja o tipo de atriz deslumbrada como tantas que conheço, Jason já havia me dito isso, mas confesso que duvidei.

— Como preferir, Anna. — Ela sorri. — Mas não é sobre a forma com que me refiro a você que quer conversar, não é mesmo?

— Na verdade não...

— Pode dizer, estou aqui para atender suas solicitações.

— Como sabe, Julia comentou sobre o churrasco no sábado... — Começa incerta.

— E você quer ir?

— Disse a ela que falaria com você antes, por mais que não entenda o real motivo de tanta preocupação sua e de Jason, decidi respeitar. Então não dei certeza. — E mais uma vez ela me surpreende, quando a vi no aeroporto com aquela atitude tão debochada, achei que seria uma barra fazê-la entender que há algumas regras que precisariam ser seguidas em prol de sua segurança, mas ao que parece, ela está disposta a cooperar.

— Anna, as coisas não precisam ser tão rígidas assim. É claro que não esperamos que você fique um mês inteiro restrita a essa cabana, a intenção é não chamar atenção, evitar maiores alardes. Mas acredito que não há nada de mal em um almoço algumas pessoas. A mãe de Jason me pareceu uma pessoa sensata, se ela te convidou tenho certeza que não a colocará em alguma situação embaraçosa.

NAS GARRAS DO LEÃO - MEU QUERIDO GUARDA-COSTASOnde histórias criam vida. Descubra agora