Lion
Acordo assustado e dou sobressalto, me colocando sentado na cama, olho ao redor rapidamente, tentando me orientar e entender onde estou. Me concentro e puxo longas respirações, até compreender que estou na cabana de Jason em Ellijay. Observo meus travesseiros e o lençol todos molhados de suor e só então me dou conta que, acabei de acordar após ter um pesadelo.
Fecho os olhos e respiro fundo mais uma vez, com o pulso ainda acelerado começo a me recordar das cenas que se passaram durante o sono.
O terror do que aconteceu com Olivia ainda persegue, a culpa que carrego faz com que tenha esses pesadelos constantemente. Olho para o relógio no móvel ao lado da cama e ele indica que são apenas 5 da manhã, nem ao menos sei em que momento consegui realmente fechar os olhos na noite passada, mas meu corpo dolorido é indicação que não tive boas horas de sono.
Me levanto e retiro os lençóis e fronhas da cama, a quantidade de suor sobre os mesmos em breve resultará em um quarto cheio de odor. Vou para o banheiro, tomo um banho frio e faço minha higiene matinal, visto uma roupa de ginástica e meus tênis e caminho vagarosamente pelo corredor para não acordar Anna no quarto ao lado do meu, desço as escadas com calma, fazendo o mínimo barulho possível.
Já na parte de baixo passo pela lavanderia e coloco os forros de cama na máquina de lavar e vou diretamente para a academia, nem ao menos me preocupo em tomar um café antes, meu estômago essa manhã está revolto, talvez os exercícios físicos me ajudem a dissipar toda essa tensão.
Coloco meus fones de ouvido, seleciono uma playlist de rock bem heavy metal para tocar e subo na esteira, começo com uma caminhada lenta e vou aumentando a velocidade em um ritmo cada vez mais acelerado, a música alta e o corpo em movimento em ajudam a dissipar os maus pensamentos, corro por cerca de uma hora, mas ao encerrar o exercício sinto que não é o suficiente.
Enrolo uma bandagem elástica em ambas as mãos e caminho até o saco de areia pendurado no meio da academia e sem pensar muito, começo a desferir socos e chutes fortes nele. A sensação é tão libertadora, que nem sei quanto tempo fico repetindo esses movimentos e só paro quando finalmente sinto que meu corpo foi levado à exaustão extrema e me jogo no meio do tatame.
Assim que retiro meus fones e olho ao redor, sou surpreendido, pois Anna está no cômodo e me observa com um olhar assustado, não é para menos, eu estava praticamente surrando meu próprio corpo.
— Eu acordei você? — Pergunto calmamente, para que ela saiba que está tudo bem.
— Eu desci para tomar água e ouvi barulhos vindo daqui e decidi ver se estava tudo bem, mas pelo jeito não está. Isso foi surreal!
Geralmente odeio quando sou pego de forma desprevenida, não é confortável ser observado nos meus momentos de maiores fraquezas, porém, nesse caso não há muito o que se fazer, estamos apenas Anna e eu nessa casa, uma hora ia acontecer.
— Meus treinos geralmente são intensos. Não se preocupe. — Tento disfarçar desenrolando as bandagens das minhas mãos, mas é evidente e claro no olhar de Anna que não a convenci.
Acredito que seja algum tipo de código universal instintivo, uma pessoa que carrega traumas, acaba percebendo quando uma outra pessoa tão traumatizada quanto ela não está bem.
— Isso te ajuda? — Questiona, caminhando até o saco de areia e dando um soco de leve nele, Anna não me encara quando faz a pergunta, meio perdida em seus pensamentos olhando para o lado oposto.
— Ajuda nos momentos de maiores tensões.
— Entendo... — Divaga.
— Por que está de pé tão cedo, Anna? — é a minha vez de questioná-la e sentir a força do tal código universal e silencioso, que me alerta que ela não está bem.
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NAS GARRAS DO LEÃO - MEU QUERIDO GUARDA-COSTAS
RomanceNAS GARRAS DO LEÃO - MEU QUERIDO GUARDA-COSTAS [Capa e sinopse temporárias] Após um incidente traumático, a vida da atriz Anna Muller muda completamente, a menina doce que cresceu diante das câmeras se transforma em poucos meses na "garota problema"...