Capítulo 02

90 6 0
                                    

  Todos, com exceção de Sarah, estavam ao redor do lago, apreciando os belíssimos peixinhos que haviam ali.
  Brandon, sorrateiramente, deu a volta por trás de Emma e a pegou nos ombros, fazendo com que a garota gritasse, temendo ser jogada no lago sujo.

— Solta ela Brandon! — Payton assustou a todos com a sua voz grossa. Brandon, que ainda estava com ela nos ombros, resmungou antes de soltá-la.

— Estava brincando com ela, porra! — Stokes passa por todos com uma cara de bravo até chegar em Andrew, e eles riem da situação.

— Um dia eu ainda soco a cara desse moleque, que cara chato — Vinnie fecha os pulsos.

— Dá uma segurada aí fortão! — Melanie bate nos ombros fortes do garoto.

  Apesar do tempo frio que não tardou a chegar na fazenda, nenhum deles estavam dispostos a entrar para se aquecerem. Então, resolveram acender uma fogueira para assar marshmallows.

— Que tal Verdade ou Consequência? — palpitou Andrew.

— Voltamos à quinta série? — Finn soltou a fumaça de seu cigarro.
  Por mais difícil que seja admitir, Emma não conseguia tirar os olhos dos lábios de Wolfhard, principalmente quando neles, havia um cigarro.

— Eu prefiro Eu Nunca. — Sadie deu uma mordida no seu marshmallow recém tirado do fogo.

— Quem vota por Verdade ou Consequência? — perguntou Brandon, e a maioria levantou a mão.

— Eu começo! — Vinnie gira a garrafa.

  Após uma longa noite de Verdades e de Desafios, todos entraram para os seus quartos e foram dormir.
  A casa inteira estava dormindo quando Emma encontrou Finn sentado na rede do quintal, como sempre, fumando um cigarro.

— Bom dia, fumante — sentou-se em um banquinho ao seu lado.

— Bom dia, Pateta — Mesmo brincando, Finn não deixou de demonstrar a sua indiferença quanto a presença da garota.

— Está me chamando de palhaça?

— Entenda como quiser! — Ela o encarou, indignada, antes de sentar-se ao seu lado, na rede.

— Por que você é tão quieto? — perguntou, de repente.

— Por que você é tão animada? — retrucou.

— Não gosto de maltratar às pessoas, só isso — respondeu, simples. — E você?

— Não gosta de maltratar às pessoas? Por isso você acaba sendo chata, para agradar? — perguntou com um tom de indignação.

— Ninguém gosta do meu outro lado, e nem eu! Nem sei porquê eu tento falar com você — disse, impaciente.

— Quer? — ele esticou os braços com um cigarro em mãos, na direção de Emma. Ele assistiu a garota hesitar antes de negar. Intrigado, ele puxou a mão de volta. — tenta não ligar para a opinião dos outros... é o que eu faço.

  Inconsciente de seu movimento repentino, Finn colocou uma de suas mãos ásperas e grossas na coxa de Emma, que se arrepiou ao toque, surpreendendo-se. Ele retirou-a de lá quando percebeu o que fez.

— Então nenhuma opinião é válida para você? — ela perguntou, tentando disfarçar que se desconcertou com o seu toque.

  Finn levou o seu cigarro a boca, impaciente, sem a mínima vontade de continuar esta conversa.

— Posso dar a minha opinião sobre você? — ele perguntou direto e Emma confirmou com a cabeça. — Você é forçada e é quase impossível ficar mais que dez minutos com você. — respondeu simples, como se não dissesse nada demais.

— Ah, como você pôde? — exclamou, indignada. — Faça-me o favor, Wolfhard! — Emma tentou se levantar, porém quanto mais força fazia para sair da rede, mais a rede se mexia e ela acabava quase em cima de Finn, que só sabia rir da situação. — Dá para você me ajudar! — Emma fica de joelhos na rede, com o cabelo todo bagunçando.

— Gata, porém insuportável — Finn resmungou para si próprio, levantando-se.

— O que disse? Bom, que seja, deixa eu sair daqui! — exclamou antes de sair, deixando o seu chimarrão para trás.

— Maluca — Finn ri sozinho. Ele volta a se deitar na rede e olha para o chão, onde encontra a bebida que Emma deixou. Sem pensar duas vezes ele pega a cuia e coloca a bomba na boca, sugando o líquido verde. — Urgh, que troço ruim! — Ele cospe no chão e logo acende o seu cigarro, com a esperança de que aquele gosto ruim sumisse.

— Esqueci o meu... — Emma para ao ver que o garoto havia mexido em sua bomba. — Porra, Wolfhard! — ela pega a sua cuia e sai dali batendo o pé. Finn olhou-a, confuso.

  Para o Finn, nunca na vida teria provado algo tão ruim. Já para Emma, é a sua bebida favorita e não tem nada de amargo ou ruim. Ela leva as regras a sério, e uma delas é nunca, jamais, mexer na bombinha, não há nada que a irrite mais que isso.

The Farm - 𝐹𝑖𝑛𝑛 𝑊𝑜𝑙𝑓ℎ𝑎𝑟𝑑   Onde histórias criam vida. Descubra agora