Bônus

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                             Pov. Jessie

Bati o pé para fora daquela cozinha querendo arrancar a cabeça daquele idiota fora.

Não é só porque me deu uma dúzia de orgasmos maravilhosos que pode me irritar desse geito.
O mundo não funciona assim, cadê o jantar romântico? As flores?

Fui para o quarto que dormi com o traste e tranquei a porta para evitar futuros incômodos. Quero ficar o mais lonje possível  dele.

Aquele geito possessivo e irônico me causa sensações estranhas na barriga.

As famosas borboletas.

Suspirei me jogando na cama, mil vezes mais macia que a minha e evitando pensar em certos assuntos.

Admiro a facilidade da Lily em lidar com tudo numa boa, na verdade até sinto um pouquinho de inveja.

Aquela garota conquista todos a sua volta com seu jeito doce e meigo. Se ela soubesse o poder que tem em mãos.

Pegar logo os dois caras mais requisitados de Nova Orleans e ainda por cima mafiosos, sem tirar a parte poltergeist que vem de brinde.

É, eu acho melhor afiar minha tesoura. Esse mundo tá muito estranho.

Peguei um controle remoto na cômoda ao lado da cama e procurei uma tv pelo quarto, sem sucesso.

Eu: Ué? - questionei confusa.

Apertei alguns botões esperando ter algum progresso e sorri quando a parede abriu e uma enorme tela passou por ela.

Eu: O filho da mãe tem o próprio cinema - sussurrei impressionada.

Coloquei no catálogo de filmes e me assustei com uma batida na porta.

Oliver: Vai me trancar de fora do meu próprio quarto? - gritou com diversão na voz.

Eu: Vou - gritei em resposta - ninguém mandou me irritar - resmunguei mais baixo.

Oliver: O simples fato de eu respirar te irrita coração - ironizou forçando a fechadura e aparecendo com um sorrisinho idiota no rosto.

Peguei um travesseiro e joguei em sua direção.

Eu: Cretino - cruzei os braços.

Oliver: Cretino que é dono do quarto - ironizou se aproximando com passos calculados.

Seus olhos me olharam de cima a baixo e sua língua contornou lentamente os lábios.

Me peguei hipnotizada pelo ato.

Oliver: Eu vou te foder contra a parede Jessie e só vou parar quando admitir que é minha - se aproximou me tirando da cama com um puxão.

Eu: Que...? - perguntei com o olhar perdido em seu peito marcado pela camisa.

Muitos músculos em um lugar só.

Oliver: Assume que é minha - sussurrou beijando meu pescoço.

Eu: Nunca - falei com a voz tremida.

Oliver: Seu corpo me pertence - me deu um leve encostar de lábios - seus lábios me pertencem - completou com a voz rouca de desejo.

Seu corpo empurrou o meu até a parede e pude sentir a marca evidente do seu desejo na minha barriga.

Eu: P-para Oliver - pedi sentindo meu autocontrole se esvaindo.

Oliver: Seja minha rainha Jessie e ninguém  jamais tocara em você como ontem - falou encarando meu olhos com docura.

Eu: Não posso - sussurrei rendida.

Oliver: Não pode ou não quer? - perguntou acariciando meu rosto.

Abaixei os olhos envergonhada comigo mesma, é claro que eu quero.

Eu: Você não entende - falei tentando me afastar.

Oliver: O que eu não entendo é porque negar algo que é forte e intenso ao ponto de cair de joelhos e implorar incansavelmente para a pessoa aceitar ter uma vida com você - encostou a testa na minha.

Sorri sentindo uma chama acender no peito.

Eu: Eu não posso confiar novamente - falei abrindo os olhos.

Meu passado é um misto de confusão e diversão, mas em um cantinho escondido dentro do meu coração tem guardado um trauma.

Oliver: Eu imploro Jessie - me abraçou se deixando cair de joelhos - fica comigo.

Arregalei os olhos me abaixando a sua frente e foi minha vez de segurar seu rosto.

Eu: Minha confiança me levou a um relacionamento com o único garoto que me teve contra a minha vontade - olhei para a parede me lembrando com um sorriso triste.

Senti seu corpo enrigecer e passei as mãos por seu cabelo.

Eu: Baile de outono, 30 de setembro e o que era para ser o melhor dia da minha vida - comecei viajando para lembranças doloridas - típico romance entre popular e capitão do time de futebol americano. Nesse dia notei seu olhar estranho para o vestido que eu usava, como no ano anterior fui eleita a rainha do baile e ele não era meu rei. Perdeu o posto para um garoto da turma de xadrez e descontou na bebida - estremeci.

Suspirei mordendo a boca e busquei seu olhar.

Eu: Como uma boa namorada fiquei ao seu lado a noite toda, inclusive quando seus amigos começaram a se drogar. Em um determinado momento ele apareceu com um copo de vodka e me obrigou a beber dizendo que tinha que aproveitar melhor a noite. Minutos depois comecei a sentir meu corpo pesado e soube na hora que ele tinha me drogado. Apaguei na festa e só acordei no dia seguinte com o corpo dolorido e cheio de marcas - concluiu engolindo em seco.

Oliver se ergueu rapidamente e caminho pelo quarto até parar e socar a parede oposta a que estávamos minutos atrás.

Reparei seus olhos vermelhos dei um passo para trás, continuando a contar.

Eu: Por alguns dias não fui ao colégio e deixei as marcas desaparecerem. Assim que isso aconteceu me olhei no espelho e segui até a cozinha de casa para pegar uma tesoura. Já no celogio segui para o campo onde sabia que ele estaria treinando e o chamei para conversar. Ele achava que eu queria repetir a "dose" - fiz aspas com os dedos rindo em seguida.

Oliver: Um nome Jessie, eu preciso de um nome - rosnou possesso.

Sorri pelo seu método de expressar carinho.

Eu: Isso já passou Oliver e tive minha vingança quando fiquei sozinha com ele  e enfiei minha tesoura em sua perna - balancei a cabeça terminando de contar.

Oliver: Eu te prometo que eu nunca vou fazer o que ele fez - jurou me encarando seriamente.

Eu: Até porque não precisa, esse corpo traidor se excita ate quando você respira - sussurrei revirando os olhos.

Ele abriu um sorriso convencido e se aproximou tomando meu rosto entre suas mãos.

Oliver: Então fica comigo e eu serei pra sempre seu - me beijou de forma desesperada - e você pra sempre minha - concluiu ofegante.

Eu: Eu não sei - sussurrei fugindo do seu olhar.

Oliver: Pensa melhor e depois me dá a resposta -  se afastou arrumando as roupas e seguindo para fora do quarto.

Eu: Onde vai? - perguntei de repente me sentindo sozinha.

Oliver: Tenho alguns assuntos a tratar com meus primos - sorriu com um brilho estranho no olhar.

Sem me deixar falar qualquer coisa a mais bateu a porta e saiu me deixando confusa.







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