CAPÍTULO 18

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Júlia parece bem ansiosa para saber sobre a parte mais dolorosa da minha vida

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Júlia parece bem ansiosa para saber sobre a parte mais dolorosa da minha vida.

— Quando estava no último ano da faculdade me interessei por uma menina que ainda estava no primeiro, ela era mais nova, mas isso nunca a impediu de ficar comigo. O pai dela é amigo do meu, mas eu só me interessei por ela quando se tornou amiga da minha melhor amiga, Callie, na época. — Bebo mais vinho, o que não devia estar fazendo. — Ela estudava com meu irmão, Mateus, que começou a namorar a minha melhor amiga, nós dois já estávamos terminando o curso. Isso não foi o problema, namorei com ela por cinco anos, esperei ela se formar para pedi-la em casamento.

— Uau, ela não aceitou? — Júlia pergunta e olha para minha mão, ela sabe que não sou casado. 

— Não, ela não aceitou. Levei ela para o seu restaurante preferido, pedi sua comida preferida, comprei um lindo anel, mas no fim recebi um não.

— Ela disse o por quê?

— Não me amava a ponto de casar comigo, pelo menos não naquele momento — as lembranças daquela noite nunca saíram da minha cabeça — queria curtir a vida mais um pouco antes de se prender a alguém.

— Ela não podia curtir com você? — Júlia parece bem interessada na história.

— Não foi bem nesse sentido.

Ela faz uma careta, dando conta da curtição que Natália queria.

— Desculpa — diz escondendo as mãos no rosto, sua taça está ao seu lado no chão. 

— Não foi nada — sorri.

Observo Júlia retirar as mãos do rosto e o sorriso que nele estava foi com um tiro no meu coração, meus lábios se abrem retribuindo o sorriso mais lindo oferecido para mim.

Demorou alguns segundos e Júlia voltou a ficar séria.

— Ô meu Deus, não consigo imaginar sua dor — pegou sua taça novamente — Como você conseguiu superar isso? 

— Não sei te dizer exatamente quando e como aconteceu — me preparo para contar uma parte da minha vida que não me orgulho — depois do término passei a beber, beber muito, me afastei da empresa, vivia trancado no meu quarto, só saia para comprar bebidas. Minha mãe, meu pai e meus irmãos tentaram me ajudar por meses, mas eu os afastei e me tranquei no meu mundo de álcool. 

Júlia vem um pouco para mais perto de mim.

— Já estava chegando aos seis meses nesse poço tão fundo quando percebi que minha bebida não era mais para esquecer ela, e sim porque eu precisava, necessitava no organismo, juntei o pouco de forças que me restavam e pedi ajuda a minha família, e logo parei de beber, participei de um grupo de apoio que não era muito legal, mas ajudou.

— Sinto muito por isso — suas palavras eram tristes e reconfortantes ao mesmo tempo.

— Não sinta, eu mereci, não podia ter deixado uma mulher ter total controle sobre mim — sorrio sem ânimo — hoje vejo que a culpa de ter entrado nesse mundo desagradável foi totalmente minha, antes eu queria por a culpa em alguém, até eu perceber o óbvio, era a Natália quem eu culpava.

Meu Segundo Advogado (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora