9. Não se apaixone.

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LIAM.

Traguei o filtro do cigarro, sentindo a fumaça quente em minha língua, arranhando minha garganta, me fazendo tossir. Tinha passado a semana toda sem fumar, imerso em Devon, mas depois do beijo não conseguia mais me concentrar. Fumei três cigarros durante a madrugada insone e acordei com alguém batendo na porta. Desnorteado, caí do sofá, onde nem percebi ter dormido. Esfregando o rosto para afastar o sono, eu abri a porta quando outra batida forte soou. Devon estava parado na minha porta, lindo em suas roupas caras; dessa vez uma camisa cinza e calças pretas combinadas com um tênis da mesma cor da camisa. Esfreguei o rosto de novo. 

— Oi? — Meio que cumprimentei, meio que perguntei. 

— Eu achei que você gostaria de ir para a escola. Prova de física e tal? — Ele perguntou franzindo as sobrancelhas em confusão. Eu gemi internamente. 

— Porra. Me dê dez minutos, eu peguei no sono e… 

— Você tem uma hora, já perdemos a primeira aula. — Devon disse reprimindo a risada. 

— Vou tomar banho. — Eu abri a porta, dando espaço para ele passar e a fechei atrás de mim. Eu não gostava de ninguém na minha casa, mas não podia simplesmente deixá-lo do lado de fora. 

— Só acredito vendo. — Ele disse encobrindo uma risada com uma tosse simulada. Quando ele me viu de olhos arregalados, ele riu abertamente. — Só brincadeira. 

Balancei a cabeça e me virei, indo correndo para o quarto. Peguei uma toalha e um par de roupas limpas e corri para o banheiro. Tentei tomar um banho rápido, mas estava tão nervoso que entornei o shampoo, deixei o sabonete cair no chão quatro vezes e bati minha cabeça na parede. Puta merda. 

Por fim consegui terminar o banho, vestir minhas roupas, escovar os dentes e voltar para a sala. Devon estava no mesmo lugar que eu o deixei, mexendo no celular caro, o anel preto havia voltado para seu dedo. 

— Porra. Você está de pé. Porque não sentou? — Eu questionei puxando minha mochila do sofá e a colocando nos ombros. Corri até o balcão e tirei das cartelas meus remédios, tomando-os com a água direto da torneira. 

— Eu gosto de ficar de pé. — Devon respondeu prendendo uma risada. Ele se divertia com meu sofrimento, percebi. 

— Ok, estou pronto. Vamos. — Eu já estava abrindo a porta quando ele me puxou de volta; a maçaneta escapou da minha mão e a porta voltou a se fechar com um baque surdo. Devon segurou meu rosto entre as mãos e abaixou a cabeça para selar nossos lábios. Ansiedade calorosa e excitação correu por meu sangue; diferente da noite anterior, seu beijo não foi calmo e singelo, foi firme, desejoso, determinado. Eu segurei seu pescoço e apertei seu ombro com a outra mão. Devon me empurrou em direção a parede e minhas costas colidiram com ela. 

O beijo se aprofundou, queimando nós dois ao mesmo tempo. Sua língua era macia e ele tinha gosto de pasta de dente e café. 

— Bom dia. — Ele desejou se afastando com um sorriso, seus lábios vermelhos e inchados contrastando com seus dentes brancos. 

Eu o encarei e ele me encarou de volta. Quando ele lambeu o lábio inferior com a ponta da língua, mandei pro inferno todo autocontrole e o beijei de novo, me agarrando a sua camisa e aos seus cabelos. Devon suspirou contra os meus lábios e firmou seu aperto em meus cabelos; com a mão livre ele subiu minha camisa e acariciou minhas costas nuas. 

Por fim eu gemi contra sua boca quando o pressionei contra a parede, nossos corpos muito juntos em todos os lugares, e puta que pariu, eu perdi todo o controle quando o senti duro contra mim.

DESTRUA-ME. - Saga Inevitável, Segunda Geração: Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora