PRÓLOGO.

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música tema:

“Take me to church
I'll worship like a dog at the shrine of your lies
I'll tell you my sins and you can sharpen your knife
Offer me that deathless death
Good God, let me give you my life
Take me to church
I'll worship like a dog at the shrine of your lies
I'll tell you my sins and you can sharpen your knife
Offer me that deathless death
Good God, let me give you my life.”

(Leve-me à igreja
Louvarei como um cão
No santuário de suas mentiras
Vou lhe contar meus pecados
Para você afiar sua faca
Ofereça-me aquela morte imortal
Bom Deus, deixe eu te entregar a minha vida.)

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LIAM.


Um dia têm mil quatrocentos e quarenta minutos, e pelo menos quatrocentos e vinte deles são tomados pelo Ensino Médio. Escola. Adolescentes idiotas que não suportam minha existência e as vezes fazem com que eu queira acabar com ela. A expectativa de vida de um homem nos Estados Unidos é, em média, de setenta e sete anos; cujos quais diminui drasticamente desde que o terceiro ano do ensino médio começou e adquiri o vício do cigarro. O que prova que a escola será a causa de minha morte, de uma forma ou de outra. Bom, não que eu fume muito, não. Só quando estou estressado.

O problema era que eu estava começando a ficar tempo demais estressado.

Respirei fundo quando entrei na nova sala de aula. Eu tinha esperanças de que estar em uma turma avançada, com pessoas realmente inteligentes, me rendesse alívio, mas quando olhei ao redor, percebi que esperança era como a fumaça do cigarro: uma dor muito bem apreciada. 

— Seu nome? — O professor de química, Harold Skenssy perguntou quando colocou os olhos sobre mim. Camisa social muito bem passada, óculos de grau e uma expressão austera; o gênio da química. Céus, eu nem o conhecia e já o amava. 

— Liam Black, senhor. — Murmurei. Sim, murmurei. Na frente de uma sala com vinte e três alunos, eu não tinha coragem de erguer minha voz mais do que isso. 

— Eu diria para você escolher um lugar, mas como chegou atrasado, Senhor Black, não pode se dar a esse luxo. — As palavras repreensivas reviraram meu estômago. Eu odiava ser repreendido, principalmente na frente daqueles sorrisos presunçosos. Kely Parker disfarçou uma risada fingindo estar tossindo e pela enésima vez desde o começo das aulas, dois meses atrás, eu me imaginei enforcando-a. 

Assenti de forma constrangida, tendo certeza de que meu rosto estava vermelho, e caminhei em direção ao único lugar vago, no fundo da sala. Infelizmente, a sala de química era um laboratório muito bem equipado, com doze mesas compartilhadas por duplas. E minha dupla era o pior — e o melhor — dos estudantes. Pior porque Devon Rizzi tinha uma fama ruim; briguento, explosivo e pouco ligando para qualquer coisa. Melhor, porque ele nunca havia me insultado, mas eu não levava isso em consideração, já que ele andava com quem o fazia diariamente. Arrastei a cadeira e me sentei ao lado dele, tomando cuidado para não chegar muito perto. Eu não gostava de contato físico, em primeiro lugar, e também, não queria dar um motivo para o Devon-Briguento encher o meu saco. Respirei fundo colocando meu caderno e livro de química sobre a mesa, junto com o lápis e as duas canetas. 

— Bom dia. — Cumprimentei em voz baixa, os olhos fixos no quadro em minha frente. Eu não olharia para o lado, de jeito nenhum. Ele era o tipo de cara que tinha uma beleza aterradora, completamente fora do normal. Cabelos escuros e brilhantes, olhos azuis profundos, num formato perfeito, lábios cheios e uma pele que daria inveja a qualquer garota; branca e lisa. Sem uma fodida espinha no rosto anguloso, com todos os atributos nos lugares perfeitamente certos. 

DESTRUA-ME. - Saga Inevitável, Segunda Geração: Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora