29. Bêbado.

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DEVON.

Meu pai estava fazendo negócios estranhos, usando as contas lícitas da minha mãe para comprar partes de empresas renomadas. Todo dinheiro lícito que tínhamos estavam nas contas de minha mãe, com todos os impostos pagos e declarações para a receita federal. Ele fez isso uma agência de viagens caríssima, uma empresa de companhia área e agora tinha comprado uma grande parte das ações do hospital onde Liam estava internado. Uma parte tão grande que agora eu podia dizer que a Liam que seu tratamento era de graça porque meu pai era o dono do lugar. Eu não estava entendendo bem suas decisões, mas decidi não me meter. Thomaz Rizzi não gostava de ser questionado. Descobri pelos outros médicos, não por Nino que se recusava a me dar qualquer informação, que Liam precisava de um transplante de medula óssea, mas que isso precisava ser depois do seu tratamento com a quimioterapia porque senão, as células cancerígenas e o próprio tratamento destruiria as chances de sucesso do transplante. 

Eu só podia esperar conforme os dias se transformavam em semanas. A formatura aconteceu na noite anterior, mas como Liam não poderia ir, eu também não fiz questão. Receberiamos nossos diplomas por correio e pronto. Caminhei em direção ao quarto de Liam, com medo de qual seria a reação da vez. Era sua sexta seção de quimioterapia, a terceira semana de tratamento, e eu me sentia destroçado toda vez que ele vomitava por horas seguidas, tremendo e suando frio. 

— E aí. — Eu cumprimentei com um sorriso ao entrar no quarto. Liam estava olhando para a intravenosa em seu braço com irritação. 

— Está doendo. — Ele disse com cansaço evidente. — Essa porra dói. 

— Eu sei, babe. — Me sentei ao lado dele na cama, beijando sua testa e seus cabelos. — Você quer um boquete? Talvez a quimioterapia fique mais interessante. 

Liam riu alto; era a primeira risada verdadeira e genuína que ele me oferecia em semanas. Eu beijei seu pescoço e sua boca, lentamente, meus lábios deslizando contra os dele. Mesmo ressecados por causa do tratamento, seus lábios eram deliciosos ainda assim. 

— Você está me agarrando para que eu me distraia. — Ele murmurou com um sorrisinho. 

— Está funcionando? — Perguntei lambendo seu lábio inferior. O sorriso de Liam cresceu. 

— Está. — Concordou. — Desde que transamos não consigo pensar em outra coisa e agora estou morrendo e não posso repetir. 

— Quem disse? — Eu perguntei rindo contra seus lábios. — Tem um banheiro com fechadura e chave logo ali. Eu tenho várias ideias de coisas que podemos fazer lá dentro…

— Tipo quais? — Liam perguntou com um suspiro trêmulo quando eu beijei seu pescoço, lambendo sua clavícula exposta. 

— Não sei… — Murmurei com um sorriso. — Chupar você… 

Liam estremeceu de novo. 

— Ou talvez eu possar fazer isso aqui. Posso trancar a porta… 

— Oh, céus. — Ele riu baixinho. — Me recuso a ficar duro numa cama de hospital. 

— Não acho que você possa evitar. — Eu zombei. 

— Você é bom com esse lance de distração. — Liam admitiu. — Apesar de achar que você está zoando e tudo mais. 

Eu o olhei com mais atenção. Os cantos de sua boca estavam levemente inclinados para baixo, coisa que só acontecia quando ele estava com vontade de chorar. 

— O que foi? — Perguntei me deitando ao lado dele, esquecendo todo papo sobre sexo. 

— Eu perdi onze quilos, só levanto dessa cama para ir ao banheiro e tomar banho. — Ele revirou os olhos, ficando irritado. Sua raiva já era comum depois de um mês no hospital, ele ficava com raiva o tempo todo e eu entendia. Era difícil. Muito difícil. — Não sei como você pode querer sexo comigo

DESTRUA-ME. - Saga Inevitável, Segunda Geração: Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora