DEVON.
— Harvard, hum? — Eu o lembrei com um sorriso.
Liam havia sido autorizado a andar pelos jardins do hospital e estava há vinte minutos deitado na grama, tomando sol. O sol já estava começando a me irritar, mas eu continuei ali porque ele não o via há mais de um mês.
E eu estava profundamente feliz.
Havia um rubor em suas bochechas, um leve vermelho que eu não via há semanas. Ele não corava mais desde que a leucemia piorou, e agora por um milagre, o sangue tinha voltado ao seu rosto. Ele estava vermelho.
Eu nunca pensei que ver suas bochechas vermelhas me traria tanta satisfação.
— Parece um bom plano. — Liam disse ainda de olhos fechados. — Você vai me visitar?
— Claro. — Eu disse baixinho. Liam assentiu com um sorrisinho e continuou de olhos fechados, deixando sua pele absorver o sol. — Medicina, né?
— Posso ser sincero? — Liam perguntou baixinho.
— Claro.
— Eu coloquei medicina porque era o curso mais difícil de ser aceito e eu tinha certeza de que não iria passar. — Ele riu. — Mas nesses últimos dias no hospital, é o que eu quero fazer. Quero ajudar as pessoas.
— Isso é bom. — Respirei fundo quando o vi começar a suar. — Liam, vamos entrar. Você já está suando.
— Eu quero ser curado e ajudar a curar também… — Ele cantaralou numa língua que eu não conhecia, algo parecido com italiano ou espanhol. Português, quem sabe? — Eu quero dar valor até ao calor do sol…
— Você canta bem pra caralho. — Eu elogiei. Era verdade, a voz dele era melódica e suave, destinadas a canções gentis. — Mas você precisa sair do sol agora.
Eu ajudei Liam a se levantar e o apoiei para voltarmos para o hospital. Sua pele estava quente e suada, ele não deveria estar aqui fora por tanto tempo.
— Eu quero ser melhor do que eu nunca fui, fazer o que eu posso para me ajudar, ser justo e paciente como era Jesus… — Ele continuou cantando em sua voz melódica enquanto andávamos pelos corredores do hospital; eu não estava entendendo nada, mas era bom de ouvir. — Eu quero dar valor até ao calor do sol, que eu esteja preparado para quem me conduz, que eu seja todo dia como um girassol, de costas para o escuro e de frente para luz…
— O que a música diz? — Perguntei quando entramos no quarto.
— Um dia eu te conto. — Liam disse caminhando em passos lentos até a cama, um sorriso suave em seus lábios.
Meu celular começou a tocar e eu pensei em ignorar até perceber que meu celular estava no silencioso para todos os contatos, exceto para papai e Jhenifer. Tirei o celular do bolso vendo a foto da minha irmã aparecer na tela e o levei até a orelha.
— O bebê está vindo! — Lorenzo gritou do outro lado da linha. — Estamos em New York, indo para o hospital!
— Se isso for uma brincadeira…
— MEU FILHO VAI NASCER! — Lorenzo gritou tão alto que afastei o celular do ouvido.
— Puta merda! — Liam arregalou os olhos quando viu minha expressão. — NewYork-Presbyterian?
— Sim, sim. — Eu ouvi o grito da minha irmã no fundo da ligação e algo como: eu tô parindo e você no telefone????? — Vou desligar!
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DESTRUA-ME. - Saga Inevitável, Segunda Geração: Livro 2.
Roman d'amourO mundo da máfia era construído por honra e dever. A honra ditava os princípios, o dever dizia o que você faria. Devon Rizzi sempre soube seu lugar, o que era, e o que seria no futuro. o próximo Capo da Cosa Nostra nasceu e foi criado para ser o fut...