2. Um Novo Jogo.

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DEVON.

Com a mão firme do meu pai sobre meu ombro, entrei na delegacia. Era o último lugar em que eu queria estar, mas não tinha nada que eu pudesse fazer. Por estarmos desarmados, havia dezenas de soldados ao redor da delegacia, protegendo o homem mais importante da Cosa Nostra e seu filho idiota que foi pego no meio de uma investigação policial de nível internacional. 

— Devon, você é menor de idade, isso já é algo ao nosso favor. Mantenha os olhos em mim e só responda quando eu assentir, certo? — A advogada do meu pai perguntou arqueado as sobrancelhas. Usando uma camisa social e saia lápis, ela parecia recatada, principalmente com seu cabelo loiro preso num coque e a maquiagem leve e elegante. Mas eu já tinha visto sua boca carnuda ao redor do meu pau e seus olhos castanhos arregalados enquanto a fodia. Era até difícil manter a concentração. 

— Certo. — Respondi por fim. O leve rubor em seu rosto me fez pensar que ela estava lembrando da mesma coisa que eu. Papai não deixou isso passar, é claro. Quando nos afastamos de Rosalie, ele me censurou com um olhar. 

— Minha advogada? Porra. — Ele sacudiu a cabeça. — A empregada, a professora de música, a professora de etiqueta, a governanta do iate… E agora a advogada? 

Eu encolhi os ombros. Eu não podia fazer nada se era extremamente gostoso e irresistível. 

— É que eu me pareço com você. A maioria das mulheres mais velhas transam comigo porque eu sou a sua cara. — Lancei uma piscadela em direção a ele e papai me olhou abismado. 

— Meu Deus. — Ele murmurou balançando a cabeça em negativa. — Apenas, sei lá, use camisinha. 

— É claro. Bebezinhos só com minha linda e virgem esposa italiana. — Eu sorri amavelmente, mas papai sabia o quanto eu odiava aquelas tradições machistas e insignificantes. Eu estava pouco me fodendo para uma garota virgem e inexperiente aquecendo minha cama. Preferia uma que já vinha sabendo chupar um pau. 

Na verdade, eu queria aquela boca ao redor do meu pau e isso era fodidamente errado. Catastrófico. 

Não consegui desviar os olhos quando Liam entrou na delegacia, usando suas habituais roupas pretas. Ele não tinha outras roupas? Misericórdia. Até eu que amava preto não me vestia assim o tempo todo. Ele colocou uma mecha de seu cabelo preto atrás da orelha. Os fios longos e brilhantes tocavam seus ombros e ele era o primeiro cara que eu achava atraente por causa da porra de um cabelo grande. Sua pele pálida estava avermelhada pelo calor do lado de fora, mas isso só o deixava ainda mais atraente. Seus olhos pretos como a mais profunda noite me encontraram e ele contraiu o canto direito da boca. 

— Aquele é Liam. — Disse a papai em voz baixa. — O garoto que tomou a culpa por mim. 

— Vamos. — Ele segurou a curva do meu cotovelo e nos encaminhou até onde Liam estava, encostado contra a parede, de braços cruzados, olhando tudo ao seu redor com pavor. — Liam Black? 

Meu pai estendeu a mão e Liam hesitou por um momento antes de apertar de volta. Seu aperto foi surpreendente firme. 

— Sou Thomaz Rizzi. — Papai se apresentou inclinando a cabeça. — Preciso que vocês combinem a história antes de entrarem em depoimento. 

E lá estava o velho Rizzi, dando ordens até para um garoto qualquer que não tinha nada com seus soldados. Eu tinha certeza de que papai não gostava muito da palavra por favor

— Eu já dei meu depoimento ontem. Disse que Devon e o professor entraram em uma luta corporal. Quando o professor deixou a arma cair, eu a usei para atirar. Acertei em suas mãos porque ele estava com as mãos na frente do corpo e como nunca atirei antes, foi onde pegou. — Liam deu de ombros, sua explicação firme e eloquente. Como se fosse uma verdade absoluta e não uma mentira criada em vinte segundos sob pressão.

DESTRUA-ME. - Saga Inevitável, Segunda Geração: Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora